Radar — 18/02/2016

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

As atividades do setor de serviços continuam em queda. Em todo o país, em dezembro, o volume de serviços recuou 5% na comparação com o mesmo período de 2014, um pouco menos do que em novembro (6,4%) e outubro (5,8%). A informação foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Março foi o único mês de 2015 com desempenho positivo. No ano e no acumulado de 12 meses, as perdas atingem 3,6%.

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O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) acelerou em fevereiro e registrou variação de 1,55%, informou ontem o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). O indicador ficou acima da marca de janeiro, quando foi de 0,69%, e também superou fevereiro de 2015, mês em que variou 0,43%. Com o resultado, subiu para 12,05% a variação de preços acumulada nos últimos 12 meses, e, nos dois primeiros meses de 2016, a inflação medida pelo indicador já acumula 2,24%. O aumento da taxa de variação se deu em todos os índices que compõem o IGP-10.

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O Índice de Preços ao Produtor Amplo passou de 0,63% em janeiro para 1,69% em fevereiro. Bens finais, intermediários e matérias-primas brutas variaram acima do índice geral, puxando o resultado para cima. Já o Índice de Preços ao Consumidor acelerou de 1,05% para 1,64%, com destaque para a variação do grupo transportes, em que a inflação passou de 0,77% para 2,26% principalmente por causa dos reajustes dos ônibus urbanos.

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Pesquisa divulgada pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL/Rio) indica que os 15 feriados deste ano provocarão uma perda de faturamento para o comércio da capital fluminense de R$ 6,813 bilhões. Por dia parado, a perda média foi estimada em R$ 381 milhões. Os números se baseiam em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram corrigidos para 2016. O presidente do CDL Rio, Aldo Gonçalves, disse que são dez feriados nacionais, três feriados estaduais e dois municipais, sendo que 11 feriados caem em dias úteis e alguns, que  ocorrem em terça-feira ou quinta-feira, têm a possibilidade de “enforcamento”.

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O comércio mais prejudicado com essa prática é o do centro da cidade, que fica deserto. Já as áreas com maior fluxo de turistas sofrem também, mas em menor escala, apontou. “Como o Sindicato dos Lojistas tem um acordo, uma convenção coletiva com o Sindicato dos Empregados do Comércio, as lojas podem abrir mas, dependendo da localização e do ramo do negócio, não compensa abrir”, explicou. Para as lojas que abrem, isso tem um custo, porque significa pagar horas extras trabalhadas, pagar lanche para os funcionários, entre outros gastos.

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A produção de motocicletas caiu 37,8% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado, informou a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Foram produzidas 75.959 motocicletas no mês passado. Na comparação com dezembro, quando foram produzidas 50.633 unidades, houve crescimento de 50%, pois as fábricas estavam em férias parciais. No atacado, foram vendidas 58.801 motocicletas em janeiro, o que representa retração de 43,6% frente ao primeiro mês de 2015. Em relação a dezembro, houve queda de 15,1%.

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Com a promessa de ouvir diferentes posições antes de definir uma proposta, o governo começou ontem a discutir a reforma da Previdência. A intenção é ouvir as sugestões das centrais sindicais e dos representantes dos empresários, para enviar, até o fim do primeiro semestre, proposta ao Congresso Nacional para apreciação dos parlamentares. De acordo com integrantes do governo que participam dos debates, o tema será inserido no contexto de uma “agenda de crescimento”, a ser apresentada aos integrantes do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social. Será a terceira vez que o fórum vai se reunir e desta vez o objetivo do governo é dar respostas à pauta apresentada pelos trabalhadores e o setor empresarial em dezembro, quando divulgaram o documento Compromisso pelo Desenvolvimento, sugerindo propostas como a retomada de investimentos e o aumento da produção.

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As vendas do comércio em 2016 devem seguir em trajetória negativa, segundo expectativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A previsão da entidade é de que o ano termine com redução de 3,9% no faturamento – após a queda de 4,3% nas vendas em 2015, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta terça-feira, 16, pelo IBGE. A previsão de retração ligeiramente inferior à do ano passado se deve, basicamente, a uma expectativa de queda menor do PIB e a uma alta menor do nível geral de preços. No conceito ampliado, a CNC projeta -7,8% para o volume de vendas ao final do ano.

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Para a CNC, o resultado fraco das vendas em 2015 foi o resultado de uma série de fatores ruins para o varejo. “A redução significativa no nível geral de atividade interrompeu uma longa sequência de expansão do mercado de trabalho. O aumento do desemprego, a queda da renda agravada pela elevação da inflação, mais que reduziram o bem-estar do consumidor, derrubaram sua confiança”.

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Em 2015, destacaram-se as quedas dos setores de móveis e eletrodomésticos (-14,0%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-10,9%). Dos oito segmentos que compõem o chamado varejo restrito, apenas farmácias e perfumarias conseguiram crescer na crise que se abateu sobre o setor no ano passado. O resultado negativo de 2015 superou ainda a queda de 3,7% registrada em 2003, o pior ano do setor até então.

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