Radar — 17/09/2015

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Partidos de oposição, como DEM, PSDB e Solidariedade, e da base aliada (PP) lançaram uma campanha denominada “Basta de Imposto. Não à CPMF”. Os partidos anunciaram que tentarão fechar questão, em suas executivas nacionais, para impedir a aprovação de qualquer proposta que o governo envie prevendo a retomada da contribuição. O principal alvo do movimento é a sinalização dada pelo governo, durante o anúncio do pacote econômico, há dois dias, da possibilidade de criação de uma nova CPMF. “Temos posição clara de que o país não aguenta mais imposto. Saturou. A solução para os problemas de desequilíbrio das contas passa pelo enxugamento da máquina, e da estrutura de governo, inchada na administração petista”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

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O volume de vendas do comércio varejista caiu 1% de junho para julho deste ano — sexta queda consecutiva do indicador — informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao divulgar os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), o IBGE informou que, na comparação com julho do ano passado, o comércio teve queda de 3,5% nas vendas. O comércio varejista acumula perdas de 2,4% no ano e de 1% no período de 12 meses. A receita nominal teve resultados positivos. De junho para julho, houve variação positiva de 0,1%. Na comparação com julho de 2014, a alta foi 4,2%. A receita nominal acumula altas de 4,2% no acumulado do ano e de 5,3% no período de 12 meses. De junho para julho, o volume de vendas caiu em sete dos oito setores pesquisados pelo IBGE. O único setor que não teve queda foi o de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que manteve-se estável. Entre os segmentos com recuo nas vendas, o principal destaque foi o de livros, jornais, revistas e papelaria, com redução de 5,5%.

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A proposta de criação de uma nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é vista por economistas do Rio de Janeiro como instrumento que trará mais custos do que benefícios e não evitará o rombo da Previdência Social. Embora concordem que é preciso tomar medidas para evitar o déficit previdenciário, especialistas consideram que a CPMF poderá afetar a atividade econômica e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. A coordenadora técnica do Boletim Macroeconômico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Silvia Matos, disse que a proposta do governo de criação de uma nova CPMF é remédio ruim, que não resolve o problema estrutural do déficit da Previdência Social. Ela disse que a instabilidade das contas públicas brasileiras decorre de gastos que “crescem consistentemente”, entre os quais destacou as despesas da Previdência. A estimativa é que o déficit da Previdência alcance R$ 200 bilhões em 2016.

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pediu ontem que o Congresso Nacional assuma a responsabilidade em relação ao ajuste fiscal. Ele disse que os parlamentares precisam contribuir para trazer o Brasil de volta ao caminho do crescimento. “O governo está ouvindo o Senado, a Câmara e todos aqueles que, no fim das contas, terão de votar. O governo fez propostas de como colocar o Brasil na rota do crescimento, mas elas só virarão lei se forem votadas pelas duas casas. O Congresso tem papel fundamental para o Brasil voltar a crescer, e 2016 será um ano de baixa inflação e de crescimento melhor”, destacou o ministro. Levy tentou minimizar o impacto da crise política na atividade econômica, mas reconheceu que as dificuldades de relação entre o Poder Executivo e o Congresso têm afetado a recuperação do país.

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Pesquisa do Ibope sobre o fluxo de pessoas nos shoppings mostrou queda em agosto. O índice da atividade comercial em shopping para o mês de agosto teve queda de 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, pior resultado do ano até o momento. Os shoppings que permanecem apresentando saldo positivo de fluxo em relação ao ano anterior são os mais novos (com menos de três anos de operação) e aqueles localizados em mercados onde há menos oferta. 

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