Radar — 15/01/2016

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O volume de serviços prestados no Brasil, em novembro de 2015, caiu 6,3% na comparação com novembro de 2014. É a maior queda da série iniciada em 2012. Em outubro, a redução havia sido de 5,8% e, em setembro, de 4,8%. Com o resultado de novembro, o setor encerra os onze meses de 2015 com retração acumulada de 3,4%.  Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada ontem, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado de novembro, o setor manteve a sequência de números negativos verificados em 2015. A exceção foi março, quando houve crescimento de 2,3%. Quanto aos resultados por atividade, todos os segmentos tiveram variações negativas, com destaque para os serviços prestados às famílias, que caíram 6,6%.

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O setor de alimentos foi determinante para que as vendas do comércio varejista do país fechassem novembro de 2015 com queda de 7,8% na comparação com novembro de 2014. É a oitava retração consecutiva e a maior na série sem ajuste sazonal nos últimos 12 anos desde os 11,3% de março de 2003. A constatação é do IBGE, que divulgou a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). O principal impacto negativo na formação da taxa geral no volume de vendas foi exercido pelo segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo com queda de 5,7%, seguido por móveis e eletrodomésticos (-14,7%), tecidos, vestuário e calçados (-15,6%) e combustíveis e lubrificantes (-12%).

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O governo federal comprou, em 2015, R$ 567,2 milhões em alimentos produzidos por agricultores familiares por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O montante ainda está abaixo do volume desembolsado por outras iniciativas do governo que destinam recursos para a agricultura familiar, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que repassa cerca de R$ 1,1 bilhão para compra desse tipo de produto. “A diferença é que, por meio do PAA, o agricultor não somente vende seu produto quando está pronto, mas recebe acompanhamento durante todo o ano através de parceria com a Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] e com as prefeituras”, explicou o secretário de Segurança Alimentar do ministério, Arnoldo de Campos.  

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Em sua primeira reunião do ano, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou quarta-feira, 13, que o risco de faltar energia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste neste ano é zero. Segundo relatório do comitê, há sobra estrutural de cerca de 9,3 mil megawatts médios para atender a carga prevista. Na reunião realizada em janeiro do ano passado, a projeção do CMSE para o risco de déficit de energia em 2015 nas regiões Sudeste e Centro-Oeste era de 4,9% e, no nordeste, de 1,2%. No ano passado, foram incluídos 6.428 megawatts de energia nova ao Sistema Interligado Nacional, acima do previsto para a expansão no ano.

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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) vão instalar comitês em todos os municípios brasileiros para fiscalizar, conscientizar e receber denúncias de cidadãos sobre irregularidades no financiamento de campanhas para prefeito e vereador nas eleições deste ano. Para isso, as entidades pretendem utilizar mais de 1,3 mil seções regionais da OAB e paróquias espalhadas pelas cidades para mobilizar a população no combate ao recebimento de doações não-declaradas pelos candidatos, o chamado "caixa 2".

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De acordo com a OAB, desde a proibição das doações de empresas a campanhas eleitorais, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2015, aumentou o risco dos candidatos se valerem de recursos que não tenham como origem pessoas físicas ou partidos, únicas fontes permitidas hoje para financiamento de campanhas.

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A Fecomércio RJ, entidade composta por 59 sindicatos patronais fluminenses que representam o comércio de bens, serviços e turismo do estado, estima que o reajuste das tarifas de transporte público gere impacto de R$ 422 milhões para empregadores e passageiros. Segundo a entidade, o reajuste de 11,8 % nas tarifas dos ônibus no Rio de Janeiro —no último dia  2, o preço da passagem aumentou de R$ 3,40 para R$ 3,80 — é "um peso extra a se somar aos custos já encarados hoje por empresários e consumidores". Nos 12 meses fechados em novembro, os preços de transportes acumularam alta média no Rio superior a 10%. Com mais essa alta dos ônibus, a Fecomércio estima o custo extra de mais de R$ 420 milhões para empregadores e passageiros. Com o reajuste, a federação prevê impacto de 1,6 ponto percentual na inflação.

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