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Radar — 10/12/2015
Há menos de um mês na presidência dos Correios, Giovanni Queiroz quer “estancar a sangria” nas contas da empresa, para diminuir o déficit no orçamento, que deve chegar a R$ 2 bilhões até o fim do ano. Até outubro, o resultado negativo estava em R$ 1,3 bilhão. Uma das medidas será a correção das tarifas de serviços não concorrenciais, como as de entrega de cartas e telegramas, em 8,89%, que já foi autorizada pelo Ministério da Fazenda e deve começar a vigorar nos próximos dias. Segundo Queiroz, a medida vai aumentar as receitas da empresa em cerca de R$ 700 milhões por ano. Medidas administrativas também fazem parte do pacote previsto por Queiroz. O novo presidente dos Correios quer adiar a renovação das frotas de carros e caminhões da empresa, que atualmente ocorre a cada cinco anos. Os contratos de 4,8 mil imóveis que a empresa aluga serão revistos, verbas publicitárias e de patrocínio serão cortadas e até o horário de funcionamento das agências poderá sofrer alterações. Para o ano que vem, o objetivo é cortar R$ 1,7 bilhão em gastos e aumentar em R$ 300 milhões a receita da empresa.
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Levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta um volume inédito no fechamento de lojas do varejo. Segundo dados do Ministério do Trabalho, até outubro deste ano, houve queda de 9,1% no número de estabelecimentos comerciais com vínculo empregatício no Brasil, em relação ao mesmo período do ano passado – desempenho inédito em mais de uma década desse indicador, historicamente associado ao comportamento das vendas. Em termos absolutos, o varejo perdeu 64,5 mil estabelecimentos comerciais na média dos últimos 12 meses. O segmento de hiper e supermercados, responsável por 32,6% das lojas em operação, liderou a queda, com a extinção de 15,5 mil pontos de vendas. Em seguida, vieram os segmentos de vestuário (-9,7 mil) e de materiais de construção (-9,5 mil).
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Os combustíveis, pelo segundo mês consecutivo, tiveram influência significativa nas despesas das famílias (5,14% de peso no IPCA). A gasolina ficou 3,21% mais cara para o consumidor. Levando em conta outubro e novembro, a alta correspondeu a 8,42% nas bombas, motivada pelo reajuste de 6% vigente em nível das refinarias desde 30 de setembro. Em relação ao acumulado no ano, os preços subiram 18,61%, indo dos 10,40% registrados em Campo Grande até os 24,35% de Recife. No caso do etanol, os preços subiram 9,31%. A alta chegou a 26,10% no ano, com a menor variação em Fortaleza (12,71%), e a maior (33,14%), em Curitiba. Quanto ao óleo diesel, os preços aumentaram 1,76% e, junto com a taxa de outubro, acumularam 5,08%, refletindo, nas bombas, o reajuste de 4% nas refinarias, também desde 30 de setembro. Em relação ao ano, a alta está em 12,75%.
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A produção nacional de bicicletas caiu 10% no acumulado do ano de 2015, chegando a 3,6 milhões. As vendas também apresentaram queda de 10%, alcançando os 3,3 milhões de unidades, de acordo com dados divulgados ontem pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Segundo o vice-presidente da Abraciclo, Eduardo Musa, essa queda só não foi maior devido ao aumento do consumo para mobilidade urbana.
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O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse ontem que é importante que a situação envolvendo o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff seja resolvida o mais rápido possível. "É importante não só para o governo, mas para o bem da economia. Eliminar a incerteza é fundamental para agilizar a recuperação do crescimento", afirmou Barbosa, após audiência na comissão especial da Câmara para análise da prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU). A extensão da DRU até 2023, permitindo a flexibilização de recursos engessados, é uma das medidas que o governo considera essencial para enfrentamento da crise econômica. Nelson Barbosa informou que, em meio à turbulência do impeachment, o governo segue trabalhando.
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