Radar — 04/03/2016

sexta-feira, 04 de março de 2016

O Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país – teve queda de 3,8% em 2015, a maior desde o início da série histórica atual, iniciada em 1996. Os dados relativos ao fechamento da economia brasileira no ano passado foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), juntamente com o resultado do PIB do 4º trimestre do ano passado, que fechou com redução de 1,4%. Em valores correntes, o PIB fechou o ano passado em R$ 5,904 trilhões. A retração da economia em 2015 reflete retrações em praticamente todos os setores da economia, com destaque para Formação Bruta de Capital Fixo (investimento em bens de capital), com queda de 14,1%.  Os dados divulgados hoje indicam também quedas significativas na Indústria (6,2% ) e nos serviços (2,7%). O único setor avaliado que registrou crescimento no período foi a agropecuária, com crescimento de 1,8%. O PIB per capita do país fechou em R$ 28,876 mil, o que representa queda de 4,6% sobre 2014.

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Segundo o IBGE, a queda do PIB em 2015 é a maior desde 1990, ano do confisco da poupança e de outras aplicações financeiras pelo governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Naquela época, a redução foi de 4,3%. Pelos resultados hoje anunciados, 2015 será o segundo ano sem crescimento da economia. Em 2014, a variação foi de 0,1%, o que é considerada estabilidade.

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Pela quinta vez seguida, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros básicos da economia. Por 6 votos a 2, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 14,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas, que preveem que a taxa permanecerá inalterada até o fim do ano. Em comunicado, o Copom informou que as incertezas em relação à economia brasileira e global justificaram a manutenção da taxa.

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Manifestantes paulistas protestaram ontem, Dia Nacional de Combate ao Contrabando, contra o crime do contrabando, que registrou crescimento de 15% ano passado no país, chegando a R$ 115 bilhões. Os manifestantes criticaram ainda o aumento dos impostos sobre produtos nacionais, promovido pelo governo de São Paulo. “Quando aumenta a tributação da indústria e setor produtivo, aumenta cada vez mais o problema do contrabando, mercado ilegal”, disse Rodolpho Ramazzini, advogado da Associação Brasileira de Combate à Falsificação. Segundo ele, a medida resulta na elevação da entrada de mercadorias ilegais vindas do Paraguai. “O governo estadual aumentou a tributação sobre os setores, fazendo com que a indústria como um todo, seja o setor de autopeças, brinquedos, eletroeletrônicos e cigarros, sejam sufocados pelo problema do contrabando. O produto contrabandeado acaba chegando para o consumidor final com problemas de segurança, qualidade e saúde por um quarto do preço do produto nacional”, disse.

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Pesquisa efetuada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro e Instituto Ipsos com 1.200 consumidores de 72 municípios brasileiros mostra que o consumo físico de produtos piratas caiu nos últimos cinco anos no Brasil. Em 2015, 28% dos consumidores disseram ter comprado pelo menos um produto pirateado, mesmo nível de 2014, contra 52%, em 2011. De acordo com o levantamento, o índice vem se reduzindo no quinquênio: em 2012, a taxa foi 38%, passando para 36% no ano seguinte e para 28%, em 2014. O resultado apurado agora está abaixo também da média histórica registrada pela pesquisa, desde seu início, em 2006, que foi 41%.

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Entre os brasileiros que compraram algum produto pirata em 2015, DVDs (71%) e CDs (58%) lideram o ranking. Com base nas respostas dos entrevistados, a pesquisa concluiu que o menor preço é o diferencial que leva à compra de produtos falsificados para 97% dos brasileiros consumidores desse mercado, sendo que 45% desse contingente manifestaram arrependimento com a compra, em função, principalmente, da baixa qualidade dos produtos, apontada por 91% dos compradores, além da falta de garantia, mencionada por 21% dos pesquisados.

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Mesmo que a maioria das empresas ainda contem apenas com homens no alto escalão, números apontam que a presença das mulheres em cargos mais decisivos aumenta a lucratividade. De acordo com um estudo do Peterson Institute for International Economics, as companhias que têm pelo menos 30% de presença feminina em cargos executivos seniores são 15% mais rentáveis que as menos diversas. Segundo o estudo, 60% das corporações analisadas não têm mulheres na diretoria, mais da metade não contam com executivas e somente 5% são dirigidas por uma mulher. A pesquisa analisou 21.980 empresas de 91 países, mostrando que, em maior ou menor grau, a diversidade de gênero é assunto urgente em todo o mundo.

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O mercado brasileiro de veículos novos terminou fevereiro com uma queda de 21,06% nas vendas em comparação com igual mês do ano passado, informou a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Foram 146.783 unidades comercializadas no segundo mês de 2016. Em relação a janeiro, também houve retração, de 5,47%. O recuo é mais um resultado negativo para as concessionárias do país. Em janeiro, as vendas caíram 38% na comparação com igual mês de 2015. Com isso, no primeiro bimestre de 2016, o comércio de veículos novos teve baixa de 31,31% ante igual intervalo do ano passado. Em 2015, a queda foi de 26,5% ante 2014, o terceiro recuo anual seguido. A forte retração acumulada nos dois primeiros meses coloca em dúvida a previsão de entidades do setor automotivo para o fechamento do ano. A Fenabrave, por exemplo, espera recuo de apenas 5,9% nas vendas. Representando as montadoras, a Anfavea projeta queda de 7,5%.

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