Colunas
Outros olímpicos
Fábula
Vulcano – deus do Fogo, filho de Júpiter e de Juno. Como era extremamente feio e disforme, logo Júpiter lhe de um pontapé e o deitou do céu abaixo. Vulcano quebrou uma perna e com a queda ficou coxo. Desposou Vênus. Fabricava os raios para Júpiter. Os ciclopes e seus oficiais, que não tinham mais que um olo na testa, trabalhavam continuamente sob suas ordens.
(Dicionário da Fábula - traduzido por Chompre – com argumentos tirados da historia poética – Ed. Garnier – Paris)
Linha do tempo
Lutar pelos direitos dos deficientes é uma forma de superar as nossas próprias deficiências
John F. Kennedy
Outros olímpicos
Eles não estão no topo das celebridades, não disputam as primeiras paginas dos jornais esportivos, não são perseguidos por fãs e nem participam de desfiles de grifes famosas. Mas disputam olimpíadas, batem recordes, sobem ao pódio. E muito menos são diferentes. São atletas paralímpicos, encantam e fazem vibrar plateias em todo o mundo. E novamente estarão aqui no Rio para mais uma edição da Paralimpíada.
Os Jogos Paralímpicos são o maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas com deficiência. Incluem atletas com deficiências físicas (de mobilidade, amputações, cegueira ou paralisia cerebral), além de deficientes mentais. Realizados pela primeira vez em 1960 em Roma, Itália, têm sua origem em Stoke Mandeville, na Inglaterra, onde ocorreram as primeiras competições esportivas para deficientes físicos, como forma de reabilitar militares feridos na Segunda Guerra Mundial.
O sucesso das primeiras competições proporcionou um rápido crescimento ao movimento paralímpico, que em 1976 já contava com 40 países. Os Jogos de Barcelona, em 1992, representam um marco para o evento, já que pela primeira vez os comitês organizadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos trabalharam juntos.
O apoio do Comitê Olímpico Internacional após os Jogos de Seul, em 1988 proporcionou a fundação, em 1989, do Comitê Paralímpico Internacional. Desde então os dois órgãos desenvolvem ações conjuntas visando ao desenvolvimento do esporte para deficientes.
De 7 a 18 de setembro, os Jogos Paralímpicos, além de toda a agitação nas áreas de competição, o evento reunirá mais de quatro mil atletas de 176 países em 23 modalidades; 528 provas valerão medalhas: 225 femininas, 265 masculinas e 38 mistas. Os jogos ganham ainda mais complexidade por conta das necessidades especiais de atletas, técnicos e do público envolvido. Confira as modalidades:
Atletismo
Homens e mulheres, com deficiências físicas ou sensoriais, podem competir nas categorias corridas, saltos, lançamentos e arremessos. São seguidas as regras da Federação Internacional de Atletismo, com adaptações sutis para uso de próteses, cadeiras de rodas ou do atleta-guia. Este profissional corre ao lado do atleta e é ligado ao atleta por uma cordinha. Ele tem a missão de indicar o caminho ao competidor, mas nunca poderá puxá-lo.
Basquete em cadeira de rodas
As regras são definidas pela Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas e as cadeiras são adaptadas e padronizadas. As dimensões da quadra e a altura da cesta são idênticas ao basquete olímpico e a principal mudança na regra original é a possibilidade de dar dois movimentos na roda da cadeira antes de quicar, passar ou arremessar a bola.
Halterofilismo
Atletas com deficiências físicas nos membros inferiores ou com paralisia cerebral podem competir, sempre deitados no chamado aparelho supino. A exemplo do modelo olímpico, os participantes são separados por pesos.
Remo
O equipamento possui alterações sutis para que possa ser praticado, mas não às características de cada competidor. Atletas com os mais diferentes tipos de deficiências podem competir, sendo que a separação de classes definida de acordo com o grau de limitação.
Tiro com arco
Com regras praticamente idênticas às da Federação Internacional de Tiro com Arco, a modalidade paraolímpica tem seu próprio comitê administrador no Comitê Paralímpico Internacional. É permitida a participação a tetraplégicos, paraplégicos e pessoas com limitações de movimento nos membros inferiores. Estes podem escolher entre competir em pé ou sentados em bancos.
Bocha
A bocha pode ser disputada até por paralisados cerebrais severos que se utilizem de cadeiras de rodas. Não há grandes mudanças na regra original da modalidade e é permitido o uso das mãos e dos pés, além de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento dos membros superiores ou inferiores. A bocha pode ser disputada nas categorias individual, dupla ou equipe..
Futebol de cinco
Exclusivo para deficientes visuais. As partidas são realizadas em uma quadra de futsal adaptada e a bola tem guizos internos para que possa ser identificada. A torcida deve ficar em silêncio e apenas comemorar gol. Há também um guia, que fica atrás do gol e pode orientar os jogadores. Goleiros têm visão total e não podem ter atuado em competições da Fifa nos últimos cinco anos. São quatro jogadores na linha e um na meta.
Hipismo
Apenas o adestramento compõe o programa paraolímpico no hipismo. Atletas com vários tipos de deficiência têm direito a participar em provas mistas, com disputa entre homens e mulheres. Na modalidade, não só amazonas e cavaleiros recebem medalhas, mas também os cavalos.
Rúgbi em cadeira de rodas
Com equipes de quatro jogadores e oito reservas, dada a quantidade de contato físico entre os participantes, o rúgbi em cadeira de rodas é praticado em quadras de basquete com 28 metros x 15 metros. Apesar de adotar regras bastante específicas para os paraolímpicos, mantém a essência do esporte praticado de maneira convencional.
Vela
Pessoas com deficiências locomotora ou visual podem competir, sempre em barcos adaptados à realidade dos paraolímpicos. Há competições nas categorias individual, em duplas ou trios.
Ciclismo
Há disputas em equipe e individuais, sempre sob as regras da União Internacional de Ciclismo, que define mudanças sobre os tipos de segurança e classificações dos atletas.
Judô
Primeira modalidade de origem asiática a fazer parte do programa paraolímpico, o judô compõe os Jogos desde 1988. São três categorias praticadas, isso de acordo com a possibilidade visual de cada um.
Tênis em cadeira de rodas
Pessoas com deficiências na locomoção têm direito a participar.
Voleibol sentado
Com os princípios básicos do esporte olímpico, sofre mudanças em relação ao tamanho da quadra e à altura da rede. Podem participar atletas amputados e com outros tipos de deficiência motora.
Esgrima
A esgrima é aberta apenas para atletas com deficiência locomotora e as regras são seguidas da Federação Internacional de Esgrima. As cadeiras de rodas são fixadas no solo e têm a movimentação proibida por regra, uma das poucas mudanças em relação ao programa olímpico da modalidade.
Goalball
O goalball tem a peculiaridade de apenas aceitar atletas paraolímpicos e com deficiência visual. A quadra tem dimensões idênticas à de vôlei e é jogada por trios com bolas que têm guizos internos – logo, se exige silêncio da torcida. Partidas têm dois tempos com dez minutos.
Natação
Atletas com quase todo tipo de deficiência, como visual e física, competem em piscinas de tamanho idêntico aos dos atletas olímpicos. Adaptações sutis são feitas nas largadas, viradas e chegadas.
Tênis de mesa
Jogado por homens, mulheres e duplas com paralisia cerebral, amputados ou cadeirantes – as competições são divididas entre atletas andantes ou cadeirantes. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta para facilitar.
Tiro
Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências motoras podem competir e há mudanças específicas em relação à regra do esporte olímpico.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário