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Impressões – 31/05/2015

Linha do Tempo
Em geral, festas e entretenimentos brilhantes e ruidosos trazem sempre no seu interior um vazio, ou, melhor dizendo, uma dissonância falsa, mesmo porque contradizem de modo flagrante a miséria e a pobreza da nossa existência, e o contraste realça a verdade.” (Schopenhauer)
Fábula
POBREZA – Divindade alegórica, filha do Luxo e da Ociosidade ou da Preguiça. Alguns dizem que era mãe da Indústria e das Belas-Artes. Representa-se com um ar pálido e mal vestida, e algumas vezes também semelhante a uma Fúria, esfaimada, feroz e pronta a se desesperar.
RIQUEZA – Divindade poética, filha do Trabalho e da Economia. Representa-se na figura de uma mulher soberbamente vestida, coberta toda de pedras preciosas, com um corno da abundância na mão.
(Dicionário da Fábula – traduzido de Chompré – com argumentos tirados da história poética – Ed. Garnier – Paris)
Contrastes serranos
Nova Friburgo encerra o mês de festejos, esbanjando vitalidade e vontade de tornar melhores o nosso dia a dia, porém sem reduzir os contrastes da modernidade urbana. Riqueza e pobreza, beleza e feiúra, frio e calor, sol e chuva, alegria e tristeza. São contrastes que movem o homem adiante, convivendo com a dualidade por vezes perversa. Convivemos, assim, entre o bem e o mal e, desse equilíbrio, muitas vezes tênue e volátil, avançamos um pouco mais. Na página de hoje, apresento o contraste entre a beleza da natureza incomparável e as mazelas do homem que tornam o nosso ambiente confuso e em desequilíbrio. Assim são as cidades, assim é a vida, assim é o homem em sua caminhada. Estas são as nossas feridas.
Os cisnes
A vida, manso lago azul algumas
Vezes, algumas vezes mar fremente,
Tem sido para nós constantemente
Um lago azul sem ondas, sem espumas,
Sobre ele, quando, desfazendo as brumas
Matinais, rompe um sol vermelho e quente,
Nós dois vagamos indolentemente,
Como dois cisnes de alvacentas plumas.
Um dia um cisne morrerá, por certo:
Quando chegar esse momento incerto,
No lago, onde talvez a água se tisne,
Que o cisne vivo, cheio de saudade,
Nunca mais cante, nem sozinho nade,
Nem nade nunca ao lado de outro cisne!
Júlio Salusse
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