IMPRESSÕES - 27/09/2014

sábado, 27 de setembro de 2014
Salomão em São Paulo   A igreja cristã neopentecostal Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, inaugurou sua nova sede este ano em São Paulo, chamada Templo de Salomão, intitulada como uma réplica do templo construído pelo rei Salomão em 516 a.C. A obra no Brás, com 70 mil metros quadrados, contudo, não se iguala ao que é relatado na Bíblia, no livro de Reis, capítulo 6. Basta comparar as duas imagens para sabermos a extensão da lealdade dos dois homens em relação ao amor divino. Imagens do Cordoeira Caetano Velloso dizia: "Engraçado a força que as coisas têm quando precisam acontecer”. Pois é, têm mesmo. No bairro Cordoeira, abnegados cidadãos não medem esforços para levar diversão para a garotada promovendo sessão de cinema com direito a pipoca e refrigerante. Tudo de graça.  Comerciantes entram com os "refri” e a pipoca, uma locadora cede o filme, o Estúdio Revés arranja o projetor e o som; cadeiras são emprestadas pelo colégio e o resultado é o esperado: curtição para a criançada, que troca a problemática social daquele bairro por horas de fantasia e sonho exibidos na telona. Uma outra realidade que merece ser proporcionada. Parabéns aos realizadores.  Copie, copie, copie A criatividade é um tema que atrai muita gente e devemos lembrar que ser criativo não é apenas um privilégio para as mentes brilhantes: pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, basta querer e treinar. Mas, como pensar "fora da caixa”? O livro "Roube Como um Artista – 10 Dicas sobre Criatividade”, lançado no Brasil pela Editora Rocco, pode ajudar. O livro foi escrito por Austin Kleon, um jovem artista defensor da ideia de que a arte está em todas as partes e é para todos nós. Ele é um manifesto, cheio de ilustrações sobre como desenvolver a criatividade na era digital, através de dez dicas. A receita do autor está sintetizada assim: "Roube como um artista; não espere até saber quem você é para poder começar; escreva o livro que você quer ler; use as mãos; projetos paralelos e hobbies são importantes; o segredo: faça um bom trabalho e compartilhe-o com as pessoas; a geografia não manda mais em nós; seja legal (o mundo é uma cidade pequena); seja chato (é a única maneira de terminar um trabalho); criatividade é subtração”. Selfie – clicar, pensar e refletir A onda "selfie” parece que veio para ficar nas redes sociais. Crianças, jovens, adultos e idosos aderiram à moda como uma coisa divertida, com a finalidade de mostrar um registro de algo bem-humorado e descontraído. Certo e coerente com o mundo moderno.  Porém, o clique já está tão enraizado na vida do indivíduo que este corre o risco de não viver sem ele. E mais ainda, não é mais capaz de avaliar uma situação inadequada, constrangedora ou desrespeitosa. O "selfie” está em toda parte: em velórios, igrejas, acidentes, festas, em situações provocantes, em encontros íntimos, sem qualquer limite de tolerância.  Como se não bastasse, todo esse movimento vem acompanhado de uma vaidade típica das redes sociais, onde além de fazer o "selfie” é também preciso estar perfeito aos olhos do outro. E aí mais um acontecimento bizarro se estabelece, pois além de fazê-lo no local inapropriado, o indivíduo cria meios acrobáticos para sair impecável no "clique”. Até onde vai a nova mania tecnológica? Ninguém sabe. O peso do amor A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, está com um abacaxi nas mãos: como conter o fenômeno dos "cadeados do amor” que milhares de casais colocam regularmente nas pontes da capital francesa para selar sua união? A prefeitura está trocando as antigas grades de ferro por painéis de vidro e já instalou dois deles na famosa PontdesArts. Segundo as autoridades, a moda de pendurar cadeados representa dois problemas importantes: a degradação do patrimônio público e riscos para a segurança das pessoas, em razão do peso excessivo provocado pelo acúmulo desses objetos, que também abala a estrutura das pontes. O peso total dos cadeados apenas nessa ponte pode chegar a 54 toneladas.  Foi justamente na charmosa ponte para a circulação de pedestres que começou em Paris, a partir de 2008, a moda de colocar cadeados nas grades para selar o amor do casal e depois jogar a chave no rio Sena. "Paris é a capital do amor e temos orgulho disso, mas há várias outras belas maneiras de mostrar o seu amor por alguém sem precisar colocar cadeados em uma ponte”, argumentam.C’est la vie. Fora do contexto Desde que o Judiciário foi transferido para as novas instalações na Avenida Euterpe Friburguense, o prédio do Fórum Julio Vieira Zamith, localizado no coração da Praça Getúlio Vargas, perdeu suas finalidades e vem sendo utilizado até hoje das mais variadas maneiras. Agora mesmo, a Secretaria de Cultura do município, que já funcionou no local, juntamente com a Secretaria de Turismo, transferiu os trabalhos da Oficina-Escola de Arte para ali desenvolver suas atividades. Uma mudança que poucos entenderam. Sem condições ideais para prestar um bom serviço aos diversos cursos artísticos, como teatro, música e dança, o prédio conta ainda com dificuldades estruturais que impedem, por exemplo, o acesso de deficientes físicos ao imóvel, devido ao número de escadas no local.  E ainda sofre o "karma” de ter sido palco de julgamentos e condenações, sorrisos e lágrimas, justiças e injustiças dos homens. A arte friburguense merece outro espaço para as suas manifestações.  
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