Impressões — 25/06/2016

sábado, 25 de junho de 2016

Fábula

Terror – fizeram dele uma deusa que se representava na figura de uma mulher com cabeça de leão.

(Dicionário da Fábula – traduzido por Chompré –com argumentos tirados da história poética –Ed. Garnier – Paris)

Linha do Tempo

“A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram.”

(Shakespeare)

“Não é difícil escapar da morte. Todo soldado sabe, basta sair fugindo. O mais difícil é escapar da maldade, pois ela é mais rápida que nós”.

(Sócrates)

Êta mundo mau!

“Vista à distância, a humanidade é uma coisa muito bonita, com uma larga e suculenta história, muita literatura, muita arte, filosofias e religiões em barda, para todos os apetites, ciência que é um regalo, desenvolvimento que não se sabe aonde vai parar, enfim, o Criador tem todas as razões para estar satisfeito e orgulhoso da imaginação de que a si mesmo se dotou.

Qualquer observador imparcial reconheceria que nenhum deus de outra galáxia teria feito melhor. Porém, se a olharmos de perto, a humanidade (tu, ele, nós, vós, eles, eu) é, com perdão da grosseira palavra, uma merda.

Sim, estou a pensar nos mortos do Ruanda, de Angola, da Bósnia, do Curdistão, do Sudão, do Brasil, de toda a parte, montanhas de mortos, mortos de fome, mortos de miséria, mortos fuzilados, degolados, queimados, estraçalhados, mortos, mortos, mortos.

Quantos milhões de pessoas terão acabado assim neste maldito século que está prestes a acabar? (Digo maldito, e foi nele que nasci e vivo...) Por favor, alguém que me faça estas contas, dêem-me um número que sirva para medir, só aproximadamente, bem o sei, a estupidez e a maldade humana.

E, já que estão com a mão na calculadora, não se esqueçam de incluir na contagem um homem de 27 anos, de profissão jogador de futebol, chamado Andrés Escobar, colombiano, assassinado a tiro e a sangue-frio, na célebre cidade de Medellín, por ter metido um gol na sua própria baliza durante um jogo do campeonato do mundo...

Sem dúvida, tinha razão o Álvaro de Campos: “Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer”. Sem dúvida, mas não desta maneira”.

(A Estupidez e a Maldade Humana José Saramago, in 'Cadernos de Lanzarote – 1994) 

Triste fim de Juma

Mascote do 1º Batalhão de Infantaria da Selva (BIS), Juma, uma onça-pintada de cerca de nove anos, morreu esta semana durante a passagem da tocha olímpica por Manaus-AM. Logo depois, com a cerimônia encerrada, Juma tentou fugir, avançou em um militar e acabou sendo morta a tiros.

O acontecimento causou comoção nas redes sociais, foi notícia internacional e acabou motivando um pedido de desculpas dos organizadores dos jogos olímpicos. Mas também escancarou o absurdo de uma tradição permitida por lei: o desfile de animais silvestres em eventos militares nessa região.

Juma não foi a primeira onça a participar de solenidades militares. A prática é comum, dependendo apenas da autorização do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM). 

As meninas da Nigéria

Algumas das estudantes sequestradas na Nigéria desde 2014 foram forçadas a se unirem ao grupo militante islâmico Boko Haram. Agora, algumas estão sendo usadas para aterrorizar outros reféns e estariam, elas mesmas, realizando execuções.

Muitas das estudantes capturadas em Chibok, no norte da Nigéria, são cristãs e 219 meninas seguem desaparecidas. As meninas de Chibok não são vistas desde maio, quando o Boko Haram divulgou um vídeo mostrando cerca de 130 delas juntas, recitando o corão. Elas pareciam aterrorizadas.

A Anistia Internacional estima que mais de duas mil meninas tenham sido sequestradas desde o início de 2014. Mas foi o ataque na escola em Chibok que gerou comoção internacional.

Os africanos famintos

Segundo a ONU muitos milhões de africanos não tem acesso a alimentações nutritivas, e grande parte morre de fome por falta de cálcio, ferro e proteínas, entre outras vitaminas que são de extrema importância na vida de uma pessoa e, principalmente, para as crianças.

A situação de crise de fome na África é muito grave e principalmente na região da Somália, onde nos últimos três meses já morreram mais de 29 mil crianças e outra metade está em estado de emergência necessitando de ajuda para sobreviver.

O sofrimento que atinge as crianças da África por causa da fome, e principalmente nesse ano a miséria, deixou muitas mortes, sendo que já foram afetadas 13 milhões de pessoas só nesse ano e mais da metade da população está ameaçada pela fome.

Refugiados indefesos

Na última segunda-feira, 20 – Dia Mundial do Refugiado –, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, fez um apelo aos países para que compartilhem responsabilidades e combatam o ódio e a xenofobia contra migrantes e refugiados.

A morte de refugiados no Mediterrâneo é “um testemunho trágico do nosso fracasso coletivo” em lidar com sofrimento dos que fogem da guerra e violência. Para o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, “líderes mundiais não podem mais assistir passivamente tantas vidas serem desnecessariamente perdidas”.

O chefe da ONU destacou que “no final de 2015, havia 21,3 milhões de refugiados, 3,2 milhões de pessoas no processo de busca de asilo e 40,8 milhões de pessoas internamente deslocadas dentro de seus próprios países”.    Segundo o dirigente máximo das Nações Unidas, a data mundial é uma ocasião para “fazer um balanço do impacto devastador da guerra e da perseguição na vida das pessoas forçadas a fugir e honrar sua coragem e resiliência.”

Os mais perigosos e mortais  

Com o seu reinado de terror no Oriente Médio, sua pretensão de ter derrubado um avião de passageiros russo e as atrocidades na Europa, o Isis causou manchetes globais como o grupo terrorista mais perigoso do mundo. 

Mas outra organização militante islâmica ultrapassou o Isis para tornar-se o mais mortal grupo terrorista do mundo no ano passado, de acordo com novo relatório do Instituto de Economia e Paz (Institute for Economics and Peace). 

Boko Haram, o grupo extremista islâmico baseado principalmente nos estados do norte da Nigéria, foi responsável por 6.644 mortes em 2014, um aumento de 317% em relação ao ano anterior, de acordo com o Índice de Terrorismo Global.

O Isis, o grupo terrorista ao qual o Boko Haram prometeu lealdade, foi responsável por 6.073 mortes. Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é proibida" no dialeto Hausa local, ganhou notoriedade internacional por suas incursões em escolas, em que centenas de meninas foram sequestradas. 

O líder do grupo, Ababukar Shekau, tem uma recompensa de US$ 7 milhões oferecida pelo governo nigeriano por sua cabeça.

Morte de ambientalistas

O ano de 2015 entrou para a história com o recorde de número de assassinatos de ativistas ambientais no mundo, de acordo com um relatório divulgado na última quarta-feira, 22, pela ONG Global Witness. No ano passado, foram registrados 185 homicídios em 16 países, sendo que o Brasil lidera a lista, com 50 casos, seguido pelas Filipinas (33), pela Colômbia (26), Peru (12), Nicarágua (12) e República Democrática do Congo (11). A maioria das mortes está relacionada a lutas contra projetos de exploração de minérios (42). Em segundo lugar, vem o ativismo contra o lobby do agronegócio (20) e contra a construção de barragens (15) e desmatamentos (15).

Brasileiros matam mais

Pelo menos 59.627 pessoas foram assassinadas no Brasil em 2014. Este é o maior número anual de homicídios já registrado e está entre os dados do Atlas da Violência 2016, divulgado esta semana e compilado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O recorde elevou a taxa de homicídios no Brasil para 29,1 mortes por 100 mil habitantes. O Brasil se mantém detentor do trágico título de país com o maior número absoluto de homicídios do planeta - mais de 10% dos homicídios do mundo acontecem aqui. Jovens negros seguem sendo as maiores vítimas.

O Atlas mostra que em oito estados houve diminuição na taxa de homicídios. São Paulo foi o que apresentou a maior queda, de 52,4%. No entanto, em seis estados, o aumento das taxas foi superior a 100% - no Rio Grande do Norte, passou dos 308%. Alagoas continua com o posto de estado com a maior taxa de homicídio por 100 mil habitantes, chegando a 63.

Os jovens ainda morrem mais do que qualquer outro grupo. Em 2014, a taxa de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos chegou a 61 para 100 mil habitantes. A idade em que há mais risco de ser vítima de um homicídio no Brasil é aos 21 anos de idade.

Se o jovem for preto ou pardo, ele tem 147% mais chance de ser vítima de um homicídio nessa idade do que indivíduos brancos, amarelos ou indígenas. 

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