IMPRESSÕES - 21/02/2015

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
50 tons de Disney O sadomasoquismo está levando milhares de pessoas aos cinemas para assistir "50 Tons de Cinza”, que estreou no Brasil no último dia 12. Polêmico, porém com uma excelente bilheteria, o filme criou uma espécie de "cinzomania”, invadindo até mesmo redutos de pura beleza e candura, como os estúdios Disney. A revista Cosmopolitan publicou desenhos feitos por um artista anônimo, revelando Cinderela, Pocahontas, Jasmine e Ariel em cenas íntimas ao lado de seus amados.   Para muitos, os desenhos divulgados pela revista são uma afronta à pureza dos trabalhos de Disney. Para outros, contudo, trata-se de um "hentai”, uma prática de arte erótica utilizada no Japão, exibida em certos animes e mangás.  Briguento Cunha O deputado federal Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, é o novo calcanhar de Aquiles da política brasileira. Carioca, evangélico fundamentalista, 54 anos, ele adora comprar uma briga. E, mal chegou, já preparou algumas. É contra diversos assuntos polêmicos: antiaborto, antiliberação da maconha, anticasamento de pessoas do mesmo sexo, antiprova obrigatória da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), anti Rede Globo e... anti Dilma Rousseff. Derrotou o favorito da presidente, Arlindo Chinaglia, na disputa pela presidência e já impôs algumas derrotas ao governo, como a criação da CPI da Petrobras, a aprovação do orçamento impositivo, que garante a verba dos parlamentares para suas emendas, e declarou de antemão que é contrário à aprovação de projeto de controle social da mídia, como sonha o governo. Por essas e outras, é tido como "briguento”, mas conta com a simpatia de expressivo número de parlamentares para aprovar projetos de interesse da Casa e contrários ao Palácio do Planalto. Vai dar trabalho ao governo e contrariar muitos.   E quando o fim chegar?  Roger-Pol Droit é um filósofo francês atípico que renega os intelectuais, um pouco de brincadeira, um pouco a sério. Faz tempo que chegou à conclusão de que devemos confiar menos na cabeça e mais no coração. Que refletir é muito bom, mas que o importante é sentir. E em sua nova obra, Se só me restasse uma hora de vida, [publicada no Brasil pela Bertrand Brasil], submete-se a um de seus experimentos: imaginar o que faria se tivesse apenas uma hora de vida para descobrir, assim, o que é o essencial.  Da teoria para a prática, foi essa a proposta levantada pela escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel neste Carnaval de 2015,  com o enredo "Você, o que faria se o mundo acabasse e só restasse este dia para viver”. A filosofia saiu das salas do Instituto Francês de Madri, onde o filósofo leciona, para a passarela da Marquês de Sapucaí. Relembre a letra do samba: Você, o que faria/ Se o mundo fosse acabar/ E só lhe restasse este  dia para viver?/  Ver tudo ruir, a terra tremer!/ O chão se abrindo  aos seus pés/ A profecia vai acontecer! / Vem ... É o juízo final/ Viva ... O amanhã não vem mais!/ Solte ... Toda alegria!/ Libere a sua fantasia!/ É de enlouquecer, amor .../ É contagem regressiva/  Eu já tô louco, sou Vintém, Sou Padre Miguel!/ Cada segundo vou curtindo  a vida!/ A hora é essa ... não há mais tempo a perder/ Não tem limites ... diga,  o que vai fazer?/ Cantava, brincava, sorria? / No último dia, voar / Andando  pelado? / Rezava pro tempo parar?/ Sem restrições morrer de amor?/ Faria  a tristeza sumir? / Na batida do tambor .../ Roda baiana ... cai nesta folia! De verde e branco vem com a bateria! / Invade ... se joga ... na felicidade / Fazendo a vontade do seu coração / Hoje é dia ... vem se "acabar” / Deixa a Mocidade te levar!   Castelo friburguense Uma  volta pelo centro do distrito de Campo do Coelho, além de revelar o comércio daquela região agrícola, oferece uma surpresa inusitada. Numa das ruas secundárias do local, em meio às residências, com aquele clima de cidadezinha do interior, surge aos olhos dos visitantes uma cena quase inimaginável: um castelo!  A construção recria com detalhes as antigas fortificações que abundaram na Europa medieval e que ainda hoje são utilizadas, porém com outras finalidades, como hotéis, restaurantes e museus para visitação. Com cerca de 15 metros de altura, o castelo, cujo nome é Castelo Langer Sciammarella, é uma atração e motivo de curiosidade de todos, com suas torres e seus muros de pedra, remetendo-nos ao passado dos reis e príncipes da Idade Média e do tempo das Cruzadas. Na obra, ficou faltando apenas a tradicional ponte levadiça que protegia o castelo das incursões do inimigo. Porém, conserva o ar majestoso daqueles tempos.   Em pé de guerra Índios da etnia Yawalapiti  (na grafia original) do Alto do Xingu  estão em pé de guerra com a prestigiosa fábrica de chinelos Havaianas, do grupo Alpargatas, pela utilização de grafismos indígenas para utilizar nos pés dos consumidores, reabrindo uma discussão sobre direitos autorais dos indígenas,  já que os grafismos são considerados uma propriedade coletiva e não um desenho de apenas um autor.. A briga saiu das ocas de Mato Grosso (são 15 tribos no Parque Indígena do Xingu) para os tribunais. Afinal, quem tem o poder de autorizar a reprodução de um desenho — o autor, uma etnia ou um grupo de tribo? De acordo com a especialista em propriedade intelectual Andreia de Andrade, "o interessado (em reproduzir qualquer elemento artístico indígena) tem que pedir a autorização ao chefe da etnia. O direito autoral indígena é um direito coletivo da própria etnia. Nos parece que, neste caso, o grafismo seria de várias etnias do Parque Indígena do Xingu. Ou seja, é um direito coletivo-coletivo. Em casos assim (que envolvem elementos comuns a mais de uma etnia), eles teriam de pedir a autorização do chefe de todas as etnias envolvidas naquela criação. Só assim seria um ato jurídico perfeito”.    Fábula Prometeu – filho de Japeto e Climene. Foi o que formou os primeiros homens de terra e de água. Subiu ao céu com a ajuda de Palas, onde roubou o fogo para os animar. Júpiter, enojado do roubo deste mortal, mandou que Mercúrio o amarrasse no Monte Caucaso, onde uma águia lhe comia o fígado, ao passo que lhe ia renascendo. Este suplício durou até que Hércules veio livrá-lo. Sísifo – filho de Eolo, o qual, devastando a Ática com seus roubos, foi morto por Teseu. Foi tão perverso que os poetas o condenaram nos infernos a rodar continuamente uma grande pedra roliça do sopé de um monte ao alto dele, logo caindo, para tornar a subir. (Dicionário da Fábula – com argumentos tirados da história poética – Edições Garnier – Paris)   Linha do Tempo "55% dos empregos em 2020 serão de robôs". Gil Giardelli, ativista digital    
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