Impressões — 10/10/2015

sexta-feira, 09 de outubro de 2015

Fábula

Esperança - Os pagãos fizeram dela uma divindade e em Roma tinha dois templos.

(Dicionário da Fábula – traduzido por Chompré – com argumentos tirados da história poética - Ed. Garnier – Paris)

Linha do tempo

“Mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros.” (Cora Coralina)

“Os verdadeiros vencedores na vida são pessoas que olham para cada situação com a esperança de poder resolvê-la ou melhorá-la.” (Barbara Pletcher)

Esperança!

Nada como boas ações e exemplos vindos dos pequenos para mobilizar a humanidade. Algumas crianças inspiraram milhões de pessoas pelo mundo e deixaram suas marcas nos dando a esperança de um mundo melhor.

Ao contrário do que muitos possam pensar, o Dia da Criança, comemorado no dia 12, no Brasil, não é só para festas onde as crianças ganham presentes. É um dia que para se pensar nas milhares de crianças que sofrem de maus-tratos, doenças, fome e discriminação; naqueles pequenos deixados de lado ou que executam trabalhos considerados para adultos.

Em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres apresentou uma proposta às Nações Unidas para que se dedicasse um dia a todas as crianças do Mundo. Os Estados Membros das Nações Unidas (ONU) reconhecendo que as crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, necessitam de cuidados e atenções especiais, compreensão, preparação e educação de modo a terem possibilidades de usufruir de um futuro condigno e risonho, assinalaram o dia 1º de Junho como Dia Mundial da Criança. 

A Declaração dos Direitos da Criança foi aprovada em 20 de novembro de 1959 pelas Nações Unidas, onde se lia que “A criança por motivo da sua falta de maturidade física e intelectual, tem necessidade de uma proteção e cuidados especiais(...)”. Mais tarde, em 1989, as mesmas Nações Unidas elaboraram a Convenção sobre os Direitos da Criança, estabelecendo os direitos que assistem especificamente às crianças.

No ano de 1924, o deputado federal Galdino do Valle Filho teve a ideia de "criar" o dia das crianças. Os deputados aprovaram e o dia 12 de outubro foi oficializado como Dia da Criança pelo presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924. Mas somente em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a “Semana do Bebê Robusto” e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada.

Estas crianças mudaram o mundo

Anne Frank (1929-1945)

Anne Frank era uma menina judia alemã, nascida na cidade de Frankfurt.  Ganhou fama internacional após a publicação póstuma de seu diário que documenta suas experiências quando se escondeu durante a ocupação alemã da Holanda na Segunda Guerra Mundial. Seu livro foi traduzido do holandês original e publicado em inglês em 1952. Anne Frank foi reconhecida pela qualidade de sua escrita, e se tornou uma das mais renomadas e discutidas vítimas do Holocausto.

Iqbal Masih (1982- 1995)

Iqbal Masih era um menino paquistanês que foi vendido a uma indústria de tapete como uma criança escrava  na idade de 4 anos Ele era obrigado a trabalhar 12 horas por dia. Devido às longas horas de trabalho duro e alimentação e cuidados insuficientes, Iqbal foi ficando fraco.  Na idade de 10 anos, escapou da escravidão brutal e mais tarde se juntou a uma Frente de Libertação de trabalho escravo do Paquistão para ajudar a acabar com o trabalho infantil em todo o mundo, e Iqbal ajudou mais de 3.000 crianças paquistanesas que estavam em trabalho forçado, a fugirem para a liberdade. Foi assassinado no domingo de Páscoa de 1995. Em 1994, Iqbal foi agraciado com o Prêmio de Direitos Humanos. Em 2000, quando o Prêmio das Crianças do Mundo foi formado em prol dos Direitos da Criança, ele recebeu postumamente o prêmio como um dos homenageados em primeiro lugar.

Malala Yousafzai

Ao sair da escola, a estudante paquistanesa Malala Yousafzai, na época com 15 anos, estava prestes a embarcar no ônibus de volta para casa quando foi alvejada com tiros por membros do Talibã, grupo fundamentalista que é contra a educação feminina. Malala foi escolhida como alvo pois era a autora do blog “Diário de uma estudante paquistanesa” desde 2009, quando tinha 11 anos. Publicava textos sobre a sua vontade de estudar em um país onde, só por ser mulher, a dificuldade do acesso à educação era ainda maior. Escrito sob um pseudônimo, o nome de Malala rapidamente se tornou conhecido, já que a garota não tinha receio em defender publicamente a educação de mulheres. Malala se tornou ativista e transformou-se num símbolo da causa pela educação feminina no mundo. Seu prestígio é tamanho que a paquistanesa recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2014. “Este prêmio é para todas as crianças cujas vozes precisam ser escutadas”, afirmou.

Severn Cullis-Suzuki

A menina que calou o mundo por cinco minutos. Foi assim que a canadense Servern Cullis-Suzuki ficou conhecida em 1992, quando, aos 12 anos, fez um discurso duro e emocionante direcionado aos delegados e chefes de Estado que participavam da Rio-92, conferência que debatia o futuro do meio ambiente. Aos nove anos, a canadense fundou a Organização das Crianças para o Meio Ambiente (ECO), grupo dedicado a aprender e ensinar outros jovens sobre as causas ambientais. Foi assim que a garota arrecadou dinheiro para participar da conferência. “Sou apenas uma criança, mas ainda assim sei que se todo o dinheiro gasto em guerras fosse investido em soluções para o meio ambiente e também na redução da pobreza, que lugar maravilhoso a Terra seria!”, afirmou à época, para espanto dos presentes. “O que vocês estão fazendo com o mundo me faz chorar a noite.” Disponível no YouTube, o vídeo do discurso que abalou o mundo tem mais de 28 milhões de acessos.

 Ryan Hreljac

Ryan Hreljac tinha 6 anos quando descobriu na escola que muitas crianças na África não tinham acesso a água e precisavam andar quilômetros todos os dias para obtê-la, correndo o risco de  morrer se ficassem sem água potável por muito tempo. O menino canadense decidiu então que precisava construir um poço para uma vila local. Em 1998, Ryan conseguiu juntar parte do dinheiro necessário para construir um poço, e doou a quantia para uma ONG que fazia o trabalho na África. O primeiro poço financiado pelo trabalho do canadense foi aberto em 1999 em uma escola de Uganda. No mesmo ano, foi criada a Fundação Poço de Ryan, que passou a trabalhar pelo acesso a água potável no mundo. Desde então, mais de 800 projetos foram construídos e quase 800 mil pessoas foram beneficiadas pela fundação.

Aylan não viu a esperança

Aylan Kurdi, o menino refugiado sírio de três anos cujo afogamento em setembro deste ano causou consternação ao redor do mundo, tinha escapado das atrocidades do grupo autointitulado “Estado Islâmico” na Síria. Ele e sua família eram de Kobane, a cidade que ganhou notoriedade por ter sido palco de violentas batalhas entre militantes extremistas muçulmanos e forças curdas no início do ano. O pai do menino, Abdullah, fugira com mulher, Rehan, e outro filho, Galip, de 5 anos, para tentar chegar ao Canadá, onde vivem parentes da família. Isso mesmo depois das autoridades daquele país terem negado um pedido de asilo. Na travessia de barco entre a Turquia e a Grécia, além dos familiares, morreram pelo menos outras nove pessoas.  Parentes dos Kurdi no Canadá disseram à mídia canadense que o pai telefonou para informar sobre a morte das crianças e da mulher e que desejava voltar a Kobane para enterrar a família.

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