Impressões — 01/08/2015

sábado, 01 de agosto de 2015

Hora de sair do sufoco

O quilo da cebola? Pela hora da morte. A conta da luz? Nem pensar. Escola das crianças, combustível, conta do celular, aluguel, plano de saúde, boletos, boletos e boletos. E o salário? Ó!

O ajuste fiscal da presidente Dilma pegou o brasileiro de calça curta. Numa só canetada os aumentos pipocaram e pagar esta conta não é moleza. Não adiantam fazer ilusionismo, sonhos de dias melhores, perspectivas otimistas. Estamos amargando uma conta salgada e, ao que tudo indica, teremos um longo período de vacas magras pela frente. Dívidas, dívidas e dívidas. O que fazer?

Decidir mudar uma situação delicada e passar por um processo de transformação é sempre um exercício que requer força de vontade e dedicação. Em diversos momentos, novas dúvidas, dificuldades e tentações surgirão, isso é fato! Aceitar abrir mão do imediatismo por um objetivo maior é um preço a ser pago por quem deseja alcançar o sucesso. Vale a pena.

Ficar apertado financeiramente é um grande problema para qualquer um, ainda mais quando se pensa em uma família que mantém custos fixos que devem ser sanados e os problemas relacionados com a falta de dinheiro podem prejudicar toda a sua organização.

Diferentemente do que muitas pessoas pensam, lidar com o dinheiro é um processo mais complexo do que se imagina e exige do gestor boas iniciativas e adequado controle de custos, sabendo manter o equilíbrio entre a entrada e a saída para evitar as dívidas excessivas e não comprometer as despesas importantes e que não podem ser deixadas de lado. Algumas soluções estão ao nosso alcance. Também é importante eliminar três palavras cruéis nos dias de hoje: crédito, empréstimo e financiamento.

1. Mapeie suas dívidas

É importante saber quanto e para quem se está devendo. Sem essa triagem inicial, é quase impossível negociar com os credores e organizar a vida. Também é importante saber exatamente o quanto de juros se está pagando em cada dívida.

2. Avalie sua capacidade

Conhecidos o tamanho da dívida, quem são os credores e as taxas de juros, é hora de avaliar detalhadamente sua renda, para determinar qual a capacidade real de pagamento mensal. O devedor precisa fazer uma lista de tudo o que recebe, incluindo salário, aluguéis e outras fontes de renda, e definir qual parcela desse total pode ser destinada ao pagamento das dívidas. Esse valor será importante na hora de negociar com os credores.

É importante lembrar que, além da parcela dos rendimentos destinada ao aluguel, ainda é preciso se preocupar com outras despesas fixas mensais, como alimentação e transporte. Esse é um momento decisivo porque uma análise errada da capacidade de pagamento pode resultar em novas dívidas no futuro.

3 - Primeiro as mais caras

De posse dessas informações, é hora de procurar os credores para negociar, sejam eles bancos, outras instituições financeiras ou lojas. A prioridade sempre deve ser dada às dívidas mais caras, aquelas que têm os juros maiores. Nesse grupo entram as dívidas do cartão de crédito e do cheque especial. Resolvidas essas pendências, passe para a negociação das dívidas mais baratas.

Um alerta: jamais deixe de pagar as despesas de consumo essencial, como água, luz, telefone, condomínio, entre outras. A inadimplência nesses casos, se prolongada, pode levar à interrupção da prestação do serviço. No caso do condomínio, um atraso superior a seis meses pode resultar em despejo.

Se a dívida for de um carro, por exemplo, sempre há a possibilidade de vendê-lo para se livrar da dívida. Se o veículo for muito necessário, venda e financie outro de menor valor. Entretanto, é preciso fazer essas contas para refinanciar o carro com um especialista ao lado. Entrar na concessionária e fazer as contas sozinho é suicídio, porque dependendo dos juros a pessoa pode pagar um carro novo a mais para o banco.

4- “Faça” dinheiro

Em uma situação de aperto, outra atitude recomendável e procurar itens que possam ser vendidos para obter receita adicional. O carro, uma coleção de CDs, livros para um sebo, um título de clube e o computador antigo são exemplos do que pode ser vendido para aumentar rapidamente a renda. Mesmo que sejam apenas R$ 100, toda ajuda é bem-vinda.

5- Organize seu orçamento

Outra dica importante, não apenas para sair do sufoco, mas para levar pela vida toda, é a organização financeira. Monitorar os gastos, anotando-os em uma planilha ou mesmo em um caderno, é importante para saber para onde seu dinheiro está indo. Anotar cada gasto, do maior ao mais “insignificante” durante um mês ajuda a identificar o “ralo” por onde o salário está escorrendo. Além disso, quem organiza e controla os gastos pode se planejar melhor, poupar para o futuro e se prevenir para eventuais emergências.

Como fazer

Diversas instituições fornecem, gratuitamente, planilhas para gestão de orçamento. Uma delas é da Fundação Procon, de defesa do consumidor. Também há a do Instituto de Defesa do Consumidor, disponível para download no site da instituição. Finalmente, há a tabela fornecida pela BM&FBovespa, a bolsa brasileira. 

  • Foto da galeria

  • Foto da galeria

TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.