História num fio de barba

sexta-feira, 02 de junho de 2017

Fábula

Hígia - Filha de Esculápio, deusa da saúde, limpeza e sanidade. Era associada com a prevenção da doença e a continuação da boa saúde.

(Dicionário da Fábula – Ed.Garnier = Paris)

LINHA DO TEMPO

“Eu te amo, homem, amo o teu coração, o que é, a carne de que é feito, amo sua matéria, fauna e flora, seu poder de perecer, as aparas de tuas unhas perdidas nas casas que habitamos, os fios de tua barba. Esmero.”

 Adélia Prado

História num fio de barba

Nos séculos XVII e XVIII, os barbeiros eram profissionais que viajavam pelas províncias oferecendo seus serviços que incluíam corte de cabelo, sangrias, benzedura e venda de raízes, dentre outras coisas. Como sujeitos em trânsito, os barbeiros levavam histórias e acontecimentos muito variados, vividos por eles nas localidades.

Os indícios acerca dos barbeiros no Brasil remontam ao início do período colonial, quando o ofício aqui chegou com os padres jesuítas. Em 1549, os barbeiros, como os cabeleireiros, eram inseridos nas classificações de artes e ofícios no Brasil como artes distintas, diferença que permanece até os dias de hoje.

Os barbeiros praticaram todos estes notáveis trabalhos de dentista, barbeiro, cirurgião, curandeiro e sangrador livremente, mas tinham que passar dois anos de prática nos hospitais, até que obtivesse a carteira, para exercer essa prática de serviços. Só foram proibidos em 1871. Por terem grande habilidade manual, faziam também extrações dentárias, pois na época não existia a odontologia e muitos cirurgiões, na maior parte, cirurgiões práticos, não intervinham por receio ou por desconhecimento de que isso seria possível.

Os novos tempos trouxeram às barbearias as infindáveis conversas sobre futebol e política, além de outras variedades. Nas barbearias passaram diversas gerações de homens à busca de um bom corte de cabelo, boa conversa e ajuda para as suas aflições, dúvidas e males.  Os barbeiros eram, portanto, pessoas de referência, conselheiros sociais, além de profissionais envolvidos com a solução de problemas de saúde do espírito e do corpo.

Valorizemos esses espaços de cultura, entendendo todo o seu significado histórico, social e cultural.

Cabelo, barba e bigode

## Barbeiros egípcios

No Egito antigo, os barbeiros viajavam até seus clientes, a maioria sacerdotes, e utilizavam giletes que eram parecidas com pequenos machados com cabos curvados.

## Grécia antiga

Depois que vários soldados gregos foram puxados ao chão por suas barbas, Alexandre, O Grande, ordenou que todos os soldados a retirassem. A primeira barbearia foi então inventada. Juntamente com giletes feitas de pedra e cascos de ostras, os barbeiros utilizavam pomadas feitas de ervas.

## Barbeiros-cirurgiões da Europa

Do século X ao XVIII, os barbeiros se especializaram em cuidados com o cabelo e em cirurgias. Eles utilizavam serras feitas com ossos, brocas manuais e sanguessugas para sangria e curativos.

## Segunda Guerra Mundial

A profissão de barbeiro estava com uma alta demanda de profissionais durante a Segunda Guerra Mundial. Felizmente, a gilete rotatória Philishave, o primeiro barbeador elétrico moderno, foi lançada no mercado em 1939.

## A educação na barbearia

Em 1979 o barbeiro Roffer desenvolveu o método de ensino Roffler Sculptur-Kut technique, onde os barbeiros poderiam ganhar mais dinheiro trabalhando mais rápido com os seus clientes.

## No Brasil

Os indícios acerca dos barbeiros no Brasil remontam ao início do período colonial, quando o ofício aqui chegou com os padres jesuítas. Em 1549, os barbeiros, como os cabeleireiros, eram inseridos nas classificações de artes e ofícios no Brasil como artes distintas, diferença que permanece até os dias de hoje.

## Tiradentes

Nas últimas décadas do século XVIII, Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792) praticou a Odontologia que aprendera com seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão. Seu confessor, Frei Raymundo de Pennaforte, disse sobre ele: "Tirava com efeito dentes com a mais sutil ligeireza e ornava a boca de novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam naturais".

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