Freio no consumo

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Freio no consumo

Mesmo com expectativas otimistas do mercado para a retomada do crescimento econômico, a verdade é que o brasileiro está deixando de consumir. E o consumo é o termômetro da economia. Se no passado recente os supérfluos começaram a ser cortados, agora, o carrinho de supermercado ficou ainda mais vazio.

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que o setor de supermercados foi o que mais contribuiu para a queda de 9% nas vendas no varejo, quando comparados maio de 2015 e maio de 2016. O setor apresentava crescimento tímido até maio. Este foi o pior resultado para o mês desde janeiro de 2000, quando foi iniciada a Pesquisa Mensal de Comércio.

59,4 milhões de inadimplentes

Levantamento da empresa Serasa Experian sobre a inadimplência no país mostra que, pela primeira vez desde dezembro de 2014, houve redução, em maio, no número de devedores. Foram registrados 59.470.359 inadimplentes, total que representa uma queda de 1,3 milhão sobre o universo recorde encontrado em abril (60.730.403).

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O valor das dívidas em atraso atingiu R$ 264,2 bilhões. As regularizações dos débitos foram constatadas mais entre os jovens de 18 a 25 anos, que ocupam o segundo lugar no ranking de brasileiros negativados, somando 9,3 milhões de pessoas. Apesar desse esforço na quitação das dívidas, os economistas da Serasa alertam que o desemprego, a falta de experiência no crédito e a maneira impulsiva de comprar estão entre os principais fatores que levam este grupo a se endividar.

Queda do PIB

O Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, acumula queda de 4,7% em 12 meses, segundo o Monitor do PIB de maio da Fundação Getulio Vargas. Essa é a 17ª queda consecutiva do indicador, que registrou recuo ligeiramente inferior ao observado em abril (-4,8%). Dez dos 12 setores produtivos pesquisados têm queda no acumulado de 12 meses, com destaque para a indústria da transformação (-9,9%), comércio (-9,9%), transporte (-7,4%) e construção (-5,7%). Apenas dois itens acumulam alta nesse período, segundo o monitor de maio: serviços imobiliários (0,2%) e eletricidade (2,5%).

Cai a atividade econômica

A atividade econômica voltou a cair em maio. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou queda de 0,51% em maio, comparado a abril, quando houve  interrupção de 15 meses seguidos em queda, com crescimento de 0,07%, na comparação com março. Na comparação entre maio deste ano e maio de 2015, houve queda de 1,86%, de acordo com os dados sem ajustes. Em 12 meses encerrados em maio, a retração ficou em 5,43% e no ano, em 5,79%. O IBC-Br ajuda o Banco Central a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.

Vai faltar dinheiro

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) alertou sobre a qualidade e a quantidade das cédulas brasileiras que circularão durante as Olimpíadas. “O Brasil pode sair mal na foto com a falta de troco e com o péssimo estado das notas”, diz o comunicado enviado à imprensa. O presidente do Sinal, Daro Piffer, prevê problemas nas casas de câmbio, no transporte público, nos pedágios e nos pequenos comércios. “Se o Banco Central não sanear o numerário em circulação e não disponibilizar cédulas e moedas divisionárias, o retrato que passaremos aos 500 mil turistas internacionais será a de um país sujo e dilacerado, assim como suas cédulas”, argumentou.

Revisão dos benefícios

A revisão dos benefícios previdenciários por incapacidade começará em agosto, mas os segurados do INSS que recebem auxílio-doença e aposentadoria por invalidez devem esperar a convocação em casa antes de se dirigir a uma agência do instituto. Os idosos com 60 anos ou mais devem escapar da revisão, segundo o  INSS. A metade dos 3,2 milhões de aposentados por invalidez tem mais de 60 anos.

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A estimativa do governo é cortar 150 mil desses benefícios com a revisão. O gasto mensal para pagar as aposentadorias por invalidez é de R$ 3,6 bilhões. Em 30 dias, o governo detalhará como será feita a convocação e o atendimento nas agências do INSS. Uma das possibilidades é estender o horário de funcionamento, uma vez que a revisão dos benefícios não poderá afetar o fluxo normal de atendimentos, que ainda está represado por causa da greve que acabou no início do ano. Os auxílios-doença e os benefícios de prestação continuada da Lei Orgânica da Assistência Social também serão revistos.

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