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E o Olimpo ficou cheio
Fábula
Vitória – divindade alegórica, filha de deusa Styx e do gigante Palas. Representava-se na figura de uma donzela sempre alegre, com asas, tendo em uma das mãos uma coroa de oliveira e de louro, e na outra um ramo de palmeira.
(Dicionário da Fábula – traduzido por Chompré – com argumentos tirados da história poética – Ed. Garnier –Paris)
Linha do Tempo
“Vitoriosos são visionários que conseguiram enxergar além das dificuldades e provações. São pessoas que aprenderam com seus erros, encontraram motivos para perseverar e se alegrar no curso de sua caminhada contemplando resultados, sem colecionar fracassos”.
Harry Érick
E o Olimpo ficou cheio
Os deuses estão em festa. Somados aos já conhecidos deuses da mitologia grega e romana, novos personagens figuram nos céus – os desportistas que conquistaram a humanidade nesta olimpíada, com passadas largas, braçadas velozes, saltos gigantescos, levantamentos hercúleos, equilíbrios perfeitos e medalhas de ouro. Usain Bolt, Michael Phelps, Thiago Braz, Robson Conceição, Simone Biles, Rafaela Silva e mais alguns subiram ao mais alto degrau do pódio, apoderando-se das primazias que até então eram privilégio de Júpiter, Saturno, Marte, Vênus e tantos outros deuses consagrados pela mitologia. Estes são os novos olimpianos.
Os deuses olímpicos moravam em um imenso palácio, em algumas versões de cristais, construído no topo do monte Olimpo, uma montanha que ultrapassaria o céu. Alimentavam-se de ambrósia e bebiam néctar, alimentos exclusivamente divinos, ao som da lira de Apolo, do canto das Musas e da dança das Cárites. Apesar de nunca haver se acabado por completo, e tendo permanecido oculto na maior parte da Grécia devido à perseguição político-religiosa que sofreu, o culto dos deuses olímpicos tem sido restaurado de forma mais explícita na Grécia desde os anos 1990, através do movimento religioso conhecido como do decateísmo.
Nós, brasileiros, também temos nossos deuses. Os nossos encantados trabalham com outras roupagens e a gente nem sequer dá valor a eles dentro das tradições. Com um misto de criatividade entre a imaginação e os objetos do mundo natural que envolve passado, presente e futuro, o índio buscava construir algo que moldasse o mundo, na percepção dele, variando de tribo para tribo e sendo um forte caracterizador de sua identidade. O indígena depende do mundo que o cerca: meio ambiente, os ciclos que regem a natureza e a vida.
Os deuses deles
Zeus: É o deus principal, governante do Monte Olimpo. Rei dos deuses e dos homens, era o sexto filho de Cronos. Como seus irmãos, deveria ser comido pelo pai, mas a mãe deu uma beberagem a Cronos e este vomitou novamente o filho; este e seus irmãos, também vomitados na mesma hora, uniram-se contra o pai, roubaram os raios e venceram a batalha. Os raios, fabricados pelo deus Hefaistos, eram o símbolo de Zeus para os gregos e Júpiter para os romanos.
Palas atena ou Atenéia: Deusa virgem, padroeira das artes domésticas, da sabedoria e da guerra. Dizia-se que ganhou a devoção dos atenienses quando presenteou a humanidade com a oliveira, árvore principal da Grécia. Palas para os gregos e Minerva para os romanos.
Apolo: Deus do sol e patrono da verdade, da música, da medicina e pai da profecia. Filho de Zeus, fundou o oráculo de Delfos, que dava conselhos aos gregos através da Pitonisa, sacerdotiza de Apolo que entrava em transe devido aos vapores vindos das profundezas da terra. Apolo para os gregos.
Ártemis: A Diana dos romanos, era a deusa-virgem da lua, irmã gêmea de Apolo, poderosa caçadora e protetora das cidades, dos animais e das mulheres. Ártemis para os gregos e Diana para os romanos.
Afrodite: Deusa do amor e da beleza, era esposa de Hefaistos e amante de Ares, a quem deu vários filhos (entre eles Fobos = medo, e Demos = terror). Afrodite era também mãe de Eros. Afrodite para os gregos e Vênus para os romanos.
Hera: Esposa de Zeus, protetora do casamento, das mulheres casadas, das crianças e dos lares. Era também irmã de Zeus, uma das filhas vomitada por Cronos. Hera para os gregos e Juno para os romanos.
Démeter: Era a deusa das colheitas, dispensadora dos cereais e dos frutos. Démeter para os gregos e Ceres para os romanos.
Hermes: Filho de Zeus e mensageiro dos mortais, era também protetor dos rebanhos e do gado, dos ladrões, era guardião dos viajantes e protetor dos oradores e escritores. Hermes para os gregos e Mercúrio para os romanos.
Poseidon: É o deus do mar e dos terremotos, foi quem deu os cavalos para os homens. Apesar disso, era considerado um deus traiçoeiro, pois os gregos não confiavam nos caprichos do mar. Poseidon para os gregos e Netuno para os romanos.
Dionísio: Era o deus do vinho e da fertilidade. Filho de Zeus e uma mortal, foi alvo do ciúme de Hera, que matou sua mãe e transtornou o seu juízo. Assim, Dionísio vagueava pela terra, rodeado de sátiros e mênades. Era o símbolo da vida dissoluta. Dionísio para os gregos e Baco para os romanos.
Ares: O deus guerreiro por excelência. Seu símbolo era o abutre. Seus pais, Zeus e Hera, detestavam-no, mas era protegido por Hades, pois povoava o inferno com as numerosas guerras que provocava. Era muito respeitado pelos gregos por sua força e temperamento agressivo. Ares para os gregos e Marte para os romanos.
Hefaistos ou Hefesto: Deus ferreiro, do fogo e dos artífices. Filho de Zeus e Hera, foi lançado do Olimpo por sua mãe, desgostosa por ter um filho coxo. Refugiou-se nas profundezas da terra, aprendendo com perfeição o ofício de ferreiro. De suas forjas saíram muitas maravilhas, inclusive a primeira mulher mortal, Pandora, que recebeu vida dos deuses. Para compensá-lo de sua feiúra, seu pai deu-lhe por esposa Afrodite, a deusa da beleza. Era artesão dos raios de Zeus. Hefaistos para os gregos e Vulcano para os romanos.
Os nossos deuses
Rudá: O deus do amor, que vive nas nuvens. Seu trabalho é o de despertar o amor no coração das mulheres. Equivalente a deusa Hathor da mitologia egípcia, Vênus da mitologia romana, e Afrodite da grega.
Tupã: Seria um tipo de líder na mitologia tupinambá, senhor dos trovões e tempestades. Em analogia simples, poderia ser comparado ao deus grego Zeus, ou mesmo ao deus nórdico Thor, pois ele compartilha a mesma explicação comum nos deuses dos povos antigos para os relâmpagos. Tupã também tem a característica da onipresença, que é muito comum nas religiões cristãs, judaica e islâmica.
Jaci: A deusa da lua e da noite seria responsável pela magia e encanto dos homens. Teria sido criada por Tupã para dar beleza à Terra. Irmã de Iara (deusa dos lagos serenos), Jaci tornou-se esposa do próprio Tupã. Jaci é equivalente a Vishnu dos hindus e Ísis dos egípcios.
Guaraci (ou Quaraci): É a representação do deus Sol, responsável pela luz, vida e pureza do planeta Terra, assim como Brahma (hinduísmo) e Osíris (egípcio).
Yorixiriamori: Esse deus encantava as mulheres com seu belo canto, o que despertou a inveja dos homens que tentaram matá-lo. Por isso, ele fugiu para o céu sob a forma de um pássaro. É um personagem do famoso mito “A árvore cantante”, dos índios Ianomâmis.
Ceuci: Deusa da lavoura e das moradias, representada pela estrela mais brilhante da constelação de Plêiades. Quando faz Sol e chuva ao mesmo tempo, os índios dizem que o espírito de Jurupari está por perto.
Akuanduba: Uma divindade dos índios araras, toca a sua flauta para dar sustentação e ordem ao mundo, representando a harmonia divina.
Caipora: O nome caipora vem do tupi-guarani Caapora, e quer dizer “habitante do mato”. Caipora é representado pela forma de um índio jovem, coberto de pelos e vive montado em uma espécie de porco-do-mato. Ele é o guardião da vida animal. É ele que estala os galhos, faz assobios e dá falsas pistas para desorientar os caçadores. Caipora é responsável por punir, principalmente, aqueles que caçam além da necessidade.
Tupi: Personagem primordial de todos os povos tupis. O antepassado principal, que deu origem a todos os índios. Por isso, muitas nações tupis criaram seus nomes como homenagens a tupi: tupinambás, tupiniquins, tupiminós, tupiguaés, etc.
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