Cautela com dívidas

sábado, 16 de abril de 2016

Cautela com dívidas

A maioria dos consumidores brasileiros está cautelosa com operações que podem resultar em endividamento, revelou pesquisa divulgada pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), feita em conjunto com a TNS Brasil, empresa global de pesquisa de mercado. O levantamento reúne informações coletadas em entrevistas com mil pessoas com idade entre 18 e 65 anos, de todas as regiões do país, no período de 18 a 22 de março. Mais da metade dos entrevistados, 52%, são mulheres e 48%, homens. Na sondagem, 82% das pessoas ouvidas disseram que não pretendem tomar crédito.Apenas 18% têm intenção de contrair algum tipo de financiamento.

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 Aumentou o número dos que têm planos de financiar um imóvel, de 33% para 43%. Quanto ao consignado, 33% disseram que iriam recorrer a essa modalidade, mesmo percentual da apuração anterior. A intenção de tomar crédito para compra de veículo caiu de 36% para 33%. Também caiu a parcela dos que planejam conseguir recursos por meio do Código de Defesa do Consumidor, de 32% para 24%. Em outro quesito do questionário em que o objetivo foi levantar se o entrevistado tem dívidas, 69% responderam que sim. Quanto ao tipo de dívidas, diminuiu a parcela dos que devem ao cartão de crédito, de 73% para 70%. Também houve redução da parcela com débitos por meio de carnês (de 31% para 30%); no caso dos financiamentos de carro (de 21% para 19%) e de leasing (de 4% para 3%).

PIB recuou

O Produto Interno Bruto (PIB) acumulava, em fevereiro queda de 4,1% em um período de 12 meses. É a 14ª taxa negativa. As informações são do Monitor do PIB, divulgado quinta-feira, 14, pela Fundação Getulio Vargas. O PIB teve, em fevereiro, recuo de 1,79% na comparação com janeiro e de 3,7% na comparação com fevereiro do ano passado. O PIB também acumulou perda de 1,1% no trimestre encerrado em fevereiro, em comparação com o trimestre encerrado em novembro de 2015.

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Na taxa acumulada em 12 meses, sete das 12 atividades produtivas pesquisadas tiveram queda, com destaque para a indústria de transformação (-10%), comércio (-9,3%) e construção (-7,1%). Cinco atividades tiveram alta neste período: agropecuária (1,2%), indústria extrativa mineral (1,7%), eletricidade (0,3%), intermediação financeira (0,2%) e serviços imobiliários (0,4%). O consumo das famílias recuou 4,3% e o consumo de governo, 0,8%.

Receita super estimada

O Tribunal de Contas da União (TCU) acredita que a equipe econômica do governo possa ter superestimado as receitas primárias em R$ 162,3 bilhões na Lei Orçamentária (LOA) deste ano. A avaliação da área técnica do TCU faz parte de relatório de acompanhamento que vai servir como base para a análise das contas da presidente Dilma Rousseff de 2016. Segundo o TCU, o governo trabalhou com números excessivamente otimistas para o resultado do PIB e da inflação deste ano. Com essa previsão melhorada, a estimativa de receitas de 2016, de R$ 1,451 trilhão, estaria mais de 10% acima do número real.

Priorizando gastos

Pesquisa realizada pela Nox4Think e encomendada pela Dotz, em sete estados brasileiros, com 915 entrevistados entre os dias 8 e 17 de janeiro mostra que, com a queda do poder de consumo, os brasileiros priorizam gastos com alimentação e medicamentos. Segundo o estudo, a solução para 93% dos brasileiros tem sido selecionar melhor os gastos – mantendo alimentação e medicamentos como prioridade – e mudar os hábitos de consumo (60%).

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Um caminho encontrado por 26% da população foi concentrar as compras em locais onde há possibilidade de acumular pontos e trocar por descontos ou produtos. Outra tática que vem sendo adotada para fazer o dinheiro render mais é utilizar os pontos para pagar contas. Desde 2012, mais de R$ 14 milhões em contas de consumo foram pagas com pontos, como mostra levantamento da Dotz, com 18 milhões de clientes no Brasil. O salto de 2014 para 2015 foi de 33%. Outros R$ 30 milhões em pontos foram usados para trocar por vale-compras em supermercados. De acordo com os dados da Associação das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf), os cadastros em programas de fidelidade cresceram e totalizaram 67,7 milhões no terceiro trimestre de 2015.

Cupons ajudam

Cupons para supermercados podem fazer uma grande diferença nas finanças familiares. Uma família que gasta cerca de R$ 500 por mês em produtos de supermercado gasta R$ 6 mil em um ano. O valor é muito alto. Se pensar que os cupons podem ser aplicados a metade da cesta de consumo e que são de, em média, 30%, a economia é de quase R$ 1,8 mil em um ano. Além das pessoas estarem mais conscientes da importância de economizar, o que também explica a alta na procura é o aumento na oferta de cupons, que estão disponíveis para diferentes marcas de produtos e diferentes supermercados. Entre as marcas que costumam divulgar cupons estão a Colgate, Heinz, Danone, P&G, Unilever, Polenghi, Kellogg’s, entre outras.

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