Ano para esquecer

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Ano para esquecer

 O comércio varejista brasileiro teve o pior ano da sua história em 2016. O setor bateu recordes de fechamento de lojas, de demissões e de queda nas vendas. Entre aberturas e fechamentos, 108,7 mil lojas formais encerraram as atividades no País no ano passado e 182 mil trabalhadores foram demitidos, descontadas as admissões do período, revela um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC). O ano superou os resultados negativos de 2015 tanto na quantidade de lojas desativadas como em vagas fechadas. Em dois anos, o comércio encolheu em mais de 200 mil lojas e quase 360 mil empregos diretos.

Tombo nas vendas

"Foram três recordes negativos em 2016", ressalta Fabio Bentes, economista da CNC e responsável pelo estudo a partir de dados das empresas informantes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O tombo nas vendas até novembro, o último dado disponível do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foi de 8,8% no ano e de 9,1% em 12 meses para o comércio ampliado, que inclui veículos e materiais de construção.
Como o Natal, a principal data para o varejo, foi fraco, a chance de se ter atingido no fechamento do ano um resultado menos pior que obtido até agora é pequena.

Comércio eletrônico

Micros e pequenos empreendedores do comércio eletrônico brasileiro tiveram um bom ano em 2016, aponta uma nova pesquisa realizada com 512 empresas do setor pelo Mercado Livre e IBOPE Conecta. De acordo com o levantamento, 77% dos entrevistados apontaram um crescimento de vendas no período, atingindo, em média, 41% de aumento nas vendas. Grande parte (77%) dos empreendedores atribuíram o sucesso à diversificação dos produtos vendidos em seus e-commerces. Para 38%, a oferta de frete grátis também colaborou nas vendas. A região Sudeste segue sendo a maioria esmagadora do e-commerce brasileiro, respondendo por 72% das compras feitas em 2016.

Uso do rotativo

 O sistema bancário acerta os últimos detalhes para oferecer parcelamento da fatura do cartão de crédito como alternativa aos clientes que baterem no limite de 30 dias de uso do rotativo. A mudança, que começa em 3 de abril, vai transferir os consumidores do crédito mais caro do sistema financeiro para uma modalidade mais barata. Entre os grandes bancos a tendência é de que a porta de saída do rotativo seja a oferta automática do "parcelamento da fatura". Essa é uma linha já existente e que permite ao consumidor dividir o saldo devedor do cartão de crédito.

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Ao migrar para o parcelado, o custo cai drasticamente: a taxa dessa operação foi de 153,8% ao ano em dezembro de 2016 - quase um terço do rotativo, de 484%. A decisão estabelece que os clientes que ficarem pendurados por um mês nessa operação terão de pagar a conta integralmente ou, como preveem os bancos, parcelar a dívida em uma nova operação.

Semana das reformas

As primeiras reuniões de trabalho das comissões especiais das reformas da Previdência e trabalhista serão realizadas amanhã (14) à tarde. Nas reuniões, os relatores da reforma da Previdência, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), e trabalhista, Rogério Marinho (PSDB-RN), vão apresentar os roteiros de atividades e sugestões de nomes de pessoas a serem convidadas para debater as propostas. Também devem ser votados na terça-feira requerimentos de deputados para audiências públicas nas comissões.

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Além da reunião de hoje, terça, as duas comissões devem voltar a se reunir na quinta-feira, 16, para as primeiras audiências públicas. O relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) 287, que trata da reforma da Previdência, já anunciou que a comissão deverá ouvir na reunião de quinta-feira o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, que foi o principal elaborador da proposta. O relator quer ouvir também, possivelmente nesta semana, representantes do Tribunal de Contas da União para explicar a real situação financeira do sistema previdenciário.

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