A era da extimidade nas redes sociais

Na última semana mais um episódio de nude nas redes brasileiras, mas dessa vez não foi vazamento não. Foi foto postada pela própria modelo em sua conta no Instagram. E foi um nu rebelde, questionador, não sei se provocante mas provocativo. Um nu num banheiro público sobre um vaso sanitário.  Não aplaudo nem critico: aceito como parte do cenário em parte previsto por Huxley e Orwell em suas obras primas e descrito recentemente pelo filósofo Bauman, quando falava de Facebook e privacidade.

Vocês sabem o que é extimidade virtual? É a exposição nos meios digitais da intimidade que sempre foi associada à privacidade e não à exibição de nossas vidas e ações. A intimidade se transformou em extimidade e com essa revolução de costumes, passamos a ser todos exibicionistas naturais transgredindo, progredindo, regredindo e modificando até mesmo os padrões estéticos da fotografia, dos modos e dos costumes. 

A atriz Maria Flor quis mostrar que ela é “gente como a gente” e que faz o que todo mundo faz no banheiro. Ela procurou mostrar o que a era das redes sociais já vem afirmando categoricamente: que o anonimato acabou e que as celebridades estão todas se igualando em seu estrelato, se diferenciando apenas pelo número de seguidores e curtidas.

A exteriorização do que acontece  de modo naturalmente privado traz uma visibilização jamais imaginada para um fato cotidiano, solitário, individual e muitas vezes até escatológico e a isso chamamos de intimidade.Esse monte de amigos virtuais nada mais são que voyeurs  prontos para acompanhar a nossa vida cotidiana (e detoná-la confortavelmente).

Penso muito no que nos acomete (a nós, humanos) nos ambientes virtuais. Por que a necessidade de mostrar tudo, de falar de tudo, de se mostrar acordado, dormindo, tomando banho, fazendo xixi, namorando? Por que queremos nos mostrar tanto? O senso de privacidade era algo fabricado? Nada natural? E o segredo? O mistério? Perderam a graça? A estética da conquista e da sedução  mudou completamente?

Perguntas emblemáticas de nossos tempo e dificeis de serem prontamente respondidas. Vale a troca de ideias e a “filosofia de bar”. Compartilhe com a gente. Escreva o que pensa. Juntos pensaremos melhor.