Leitores - 9 de fevereiro 2011

A verdade dói Muitos amigos comentam comigo para que tenha cuidado com o que escrevo, porque eu digo muitas verdades. Eu fui criado para falar a verdade e ouvir a verdade, mesmo que doa. Um dos maiores pecados do ser humano é a omissão: pois sendo omisso, nos tornamos cúmplices das nossas próprias tragédias. Por que devemos aceitar passivamente que o governante de plantão determine onde vamos morar e constituir família, se somos nós a principal parte interessada? A maioria das vezes, em vez de casas, somos premiados com sepulturas provisórias, e muitos ainda batem palma e se sentem gratos. A sociedade é formada por interesses, interesses coletivos e individuais, os individuais não podem estar acima dos coletivos, mas, só quando as pessoas compreenderem e se organizarem, teremos alguma chance de sermos ouvidos e respeitados. Não se deixam iludir por políticos de mau caráter, que se aproveitam dos momentos de desespero para se alavancar politicamente. Beijos, abraços e cestas básicas certamente não sairão do bolso deles. Não se humilhem em reivindicar tudo aquilo que lhes é de direito! Luiz Carlos Quintieri Lazareto Aqui onde moro, no bairro Lazareto, em Duas Pedras, estamos ilhados, passamos todos os dias sob escombros para trabalhar, até as equipes de tevê se recusam a passar pelo caminho. Amanda Schimith Monumento para as vítimas da tragédia? Sugiro apenas que os criadores dessa brilhante ideia escolham um local bem seguro para a sua instalação, para que não seja destruído pelas próximas catástrofes, e, se vão colocar o nome das vítimas, deixe espaço para as próximas. Ricardo Posenatto Vocês merecem mais Tive o prazer de passar a segunda metade de dezembro último na bela Friburgo. Além da óbvia beleza estampada na natureza, eu pude constatar um povo maravilhoso. Andava eu numa rua qualquer, quando uma senhora, que até então nunca havia visto, apertou minha mão e me desejou um sonoro Feliz Natal na manhã de 24 de dezembro. Achei única esta espontaneidade, essa alegria de viver, de estar vivo e de contagiar quem encontra pela frente. Nova Friburgo é mágica e certeza que, apesar de todas as intempéries e tristezas que assolaram esta bela cidade, como as suas vizinhas da serra, irá passar. Mas, algo me preocupa. Moro em Blumenau, que, como vocês sabem, passou por algo parecido em novembro de 2008. Desde aquela época ainda existem famílias habitando submoradias, vivendo em condições extremas, e a única obra executada pelo poder municipal daqui foi um prédio com material de qualidade duvidosa. Agora o governo de Nova Friburgo convidou o prefeito de Blumenau, João Paulo Karam Kleinübing, para ministrar uma palestra sobre reconstrução. Espero que isso tenha sido uma piada de mau gosto, vocês merecem mais. Giba Santos