Colunas
Leitores - 25 de janeiro 2011
domingo, 31 de julho de 2011
Vivo!
Quero informar, a este conceituado jornal, que leio diariamente pela internet e, às vezes, ao vivo, que a minha pessoa não está desaparecida, e isto deve ser uma brincadeira de mau gosto, ou o jornal obteve uma informação errada... Com isto, tenho familiares de Brasília ligando pra Prefeitura para saber se estou vivo. Espero que o jornal corrija e divulgue este meu protesto, pois isto é um caso sério. Agradeço antecipadamente.
Eduardo Florentino De Brito
A natureza devastada resolveu protestar
Os temas da agenda Brasil continuam os mesmos que há 60 anos atrás. Nada mudou. Corrupção e impunidade na vida pública, violência e desordem social, ensino deficiente, empresários e trabalhadores reclamando da vida, o caos no sistema público de saúde, crescimento das favelas, políticos que se elegem explorando a miséria alheia, enfim, tudo o que lemos na imprensa no passado continuamos a ler no presente e com certeza as novas gerações lerão no futuro. Toda esta tragédia que acontece na Região Serrana do Rio de Janeiro é o resultado da demagogia política de todos os governos que passaram pelas cidades atingidas. Prefeitos e vereadores de todos os partidos se uniram e repartiram os municípios em zonas eleitorais. Permitiram as construções de moradias de alto risco para os pobres, nos lugares mais absurdos que a mente humana possa imaginar. Estimularam as classes mais privilegiadas a construirem lindas casas em lugares que apenas as arvores deveriam colocar suas raizes. É o que acontece com a cidade de Nova Friburgo. Há cinquenta anos ela estava rodeada pela vegetação da Serra do Mar. Nos dias de hoje está espremida e sufocada por um verdadeiro pombal de cimento armado. Diante do silêncio do ser humano, a natureza devastada resolveu protestar.
Wilson Gordon Parker
Paulo Azevedo
Venho através deste tentar homenagear um dos políticos mais injustiçados de nossa região. Em sua primeira gestão como prefeito de nossa cidade foi contemplado com uma catástrofe, que dizimou vidas, e ele calçou botas, encarou lama, ajudou a salvar várias vidas, e quis o destino que em uma tragédia igual perdesse sua vida. Quero pedir aos seus amigos, que são muitos, que prestem uma homenagem a este cidadão alegre, que tantas alegrias nos trouxe, que tantos o caluniaram, que agora desaparecerão até, quem sabe, da política, por não ter de quem falar mal.
Roberto Martins
Reerguer a cidade
Estive pensando nas viagens dos suíços para o Brasil para a realização do primeiro experimento de imigração, criado por D.João VI. Lembrei das viagens, dos sofrimento dos viajantes do navio Urânia, principalmente da decepção dos que aqui chegaram, da inadaptação de muitos e da grande, imensa força interior que tiveram para enfrentar todas as agruras e vencer cada um a seu modo. Está na hora de tirar do fundo da alma e do fundo do coração dos friburguenses aquele escondido pedacinho do DNA fundador, para conseguir reerguer a cidade, uma das melhores que conheço para se morar, onde habita um dos melhores povos do Brasil, talvez o de melhor qualidade em educação, princípios, competência, entre outras coisas. Vamos, friburguenses! Mais uma vez vocês são postos à prova pelo destino. Mais uma vez vocês vencerão! É a minha certeza e a minha torcida.
Marcia Agrau
Catástrofe
Hoje fazem três ou quatro dias da hecatombe. Rodei tudo e vi bastante coisa; o suficiente para ver como tudo acaba num segundo. Hoje é domingo e minha intuição diz que tudo passou. É um final de domingo lindo, parece que nada aconteceu, mas as cicatrizes ficarão em nossa memória. Nós, que vivemos nessa região de matas e montanhas altas, devemos enfim festejar por estarmos vivos diante da grande destruição que assistimos. Deve ser algo de DEUS...
Beijos, estamos vivos,
Attila, Bete, Henrique e Waltinho
Carnaval?
Espero que a Prefeitura não permita que se faça carnaval na cidade e que o dinheiro para gastar com o carnaval seja usado para as necessidades do povo. Ninguém vai morrer se não tiver carnaval, mas, de fome, sim.
Deuzamar Pereira
Acontecimento doloroso
Como friburguenses que amam esta terra estamos com o coração partido e irmanados na dor dos nossos irmãos atingidos. Mas a garra desse povo é grande e com as bençãos de Deus e a ajuda que está recebendo, a nossa Friburgo logo se erguerá.
Através de A Voz da Serra gostaríamos de enviar o nosso abraço amigo a todos.
Família Helio Veiga
Caos
A cidade de Nova Friburgo acabou. A afirmação está constantemente sendo repetida ante o caos instalado na cidade. Muitos prejuízos assolam a vida de cada cidadão friburguense. Prejuízos sentimentais pela perda de parentes e amigos. Prejuízos financeiros pela perda dos imóveis e dos bens. A cidade parece perdida. As pessoas perambulam em busca de notícias. O comércio está praticamente fechado. Poucos lugares abriram suas portas para atender à demanda por comida, por remédios, por materiais de limpeza etc.. Os carros estão sem combustível e os bancos sem dinheiro. A luz voltou em alguns lugares e os telefones, às vezes, funcionam ou não. Os moradores recomeçaram a assistir tevê, que voltou a transmitir as trágicas notícias da região. Muitos não tinham ideia dos estragos das chuvas revelados pelas imagens obtidas pelos helicópteros da imprensa. A solidariedade é grande entre os friburguenses que dividem o que têm e acolhem os que não têm. Como levantar a cidade com tanta lama e destruição? Como reerguer uma cidade que vivia do turismo, dos restaurantes, das fábricas de lingerie e do roçado? Os colégios parcialmente interditados, a padaria Superpão invadida por lama, o Teleférico e o Boliche despencando, a Queijaria-Escola sob lama, os restaurantes e os hotéis destruídos e sem pessoal para trabalhar, as confecções estão paradas e interditadas e as lojas de rua destruídas. Os hospitais lotados e a lista de desaparecidos e de mortos cada vez maior. Por onde começar? Onde despejar a lama retirada do interior das casas? Onde continuar jogando o lixo e os destroços achados? E, ainda, como se proteger das novas chuvas que ainda podem cair neste verão? A cidade vai precisar do apoio dos próprios friburguenses e dos que adotaram a cidade, seja para viver ou para visitar, que devem ajudar em mutirões, com donativos e com serviços. Abrigar os desabrigados, contratar os desempregados e dividir o excedente. Com tanto sofrimento e perdas, faz-se necessária a presença do Governo na região para evitar a barbárie com orientações, com donativos e com socorro médico. Saques e invasões começam a desperta a atenção, depois da dor das mortes. Muitos já não têm mais o que perder e, com o passar dos dias, sem esperança alguma, tomarão controle da situação já descontrolada. Não ao “cada um por si e Deus por todos”! Na busca da sobrevivência, temos de lembrar nossa humanidade sempre. A luz no fim do túnel está na possibilidade de ser reconstruída uma nova Nova Friburgo, mais bonita e solidária, e que não vai esquecer as perdas deste fatídico mês de janeiro e nem que a vida é o maior bem que temos. Boa sorte a todos.
Eduardo Serrão
Parabéns
Mais uma vez venho a este jornal para parabenizar os funcionários da Comlurb, que estão fazendo um trabalho primoroso em nossa cidade. Agradeço a todos, de coração, por abraçar nossa cidade com tanto amor e dedicação. Agradeço também a todos os envolvidos em reerguer esta linda cidade, com certeza vamos sair dessa. Aos bombeiros não tenho palavras para descrever o orgulho que tenho de ter sido criada próximo ao batalhão, onde, desde pequena, via com admiração as saídas urgentes do quartel, na minha inocência infantil os via como super-heróis, e depois de todo o ocorrido aqui venho a ter esta certeza em idade adulta. Aos heróis anônimos ou não desta tragédia segue um agradecimento desta cidadã, que ainda mais apaixonada por esta cidade tem a certeza de que sairemos vitoriosos e mais fortes, mas com uma lição aprendida: morro não cai só em áreas pobres, desta vez atingiu todas as classes, então, deixo claro que perante o Pai somos todos iguais, para que tanto orgulho e mesquinharia? Juntos somos maiores e melhores.
Adriana Boy
Energisa
Muitas vezes fiz uso de espaços democráticos como este para criticar os serviços prestados pela Energisa em meu bairro. Entretanto, neste momento de tragédia em Friburgo preciso aqui testemunhar o excepcional trabalho que esta empresa vem prestando. Mesmo tendo sua frota de veículos atingida pelas águas, recuperou seus veículos e em tempo bastante reduzido conseguiu, simultaneamente, levantar a rede nos principais pontos de nossa cidade bem como em localidades mais afastadas.
Parabéns aos engenheiros responsáveis pela elaboração da estratégia utilizada e, principalmente, para as equipes de rua.
Lucas Bohrer Filho

A Voz dos Leitores
A Voz dos Leitores
A coluna que é feita por você, leitor. Um espaço democrático onde o cidadão pode expressar, através de textos e fotos, sua opinião sobre os mais variados assuntos relacionados à cidade. Envie sua contribuição para leitores@avozdaserra.com.br
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário