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Leitores - 20 de abril 2011
domingo, 31 de julho de 2011
O que Deus quer de nós?
“Vai, e faze tu o mesmo” (Lc 10,25-37). Assim, termina a parábola do bom samaritano, uma das minhas preferidas. História bonita que me leva a pensar: o que Deus quer de nós?
Amor e serviço é a resposta. “O amor e o serviço são igualmente necessários, pois um amor sem serviço seria ilusório e um serviço sem amor seria servilismo” (Álvaro Barreiro, SJ). Frase belíssima que sintetiza a profundidade do amor-serviço.
Deus quer que nos encontremos com as pessoas. Jesus viveu extremamente isso. Encontrar com o outro, sem interesses, sem teorias, sem imposições; simplesmente estar ali. Deus quer que analisemos e percebamos as prioridades e, nos obstáculos e desafios, perceber sua presença.
Nosso caminho não terá permanentemente resultados felizes. Haverá tempos de ser bom samaritano. Outros momentos seremos os assaltados, duramente golpeados pelas agruras da vida. Muitas vezes, seremos os indiferentes que o texto de Lucas narra. Precisamos dos dois lados: ouvir parábolas, dizer parábolas. Precisamos das duas faces: ensinar parábolas, aprender parábolas.
Seremos muitas vezes sacudidos pela vida. Ela exigirá de nós coisas que não esperamos. Transição, aprimoramento, gerúndio. É fácil pisar no chão conhecido, na travessia segura. Mas, muitas vezes, Deus vai nos pedir para assumir o desafio de colocar os pés no terreno desconhecido, abraçar outro espaço.
Deus quer de nós confiança. Deus quer de nós frutos. Frutos escondidos em pequenas coisas.
Fraternalmente,
José Eduardo Mafort
A corrupção, seus agentes e mantenedores
Existem várias artimanhas para se praticar a corrupção, umas mais descaradas, outras mais veladas. A corrupção é endêmica em nosso país, uma herança perversa que nos acompanha desde o descobrimento. A corrupção em si é todo ato em que determinada pessoa ou grupo se apodera ou leva vantagem em tudo aquilo que não advém do seu suor, seu trabalho. Muitos usam desculpas esfarrapadas para justificar o injustificável, que os fins justificam os meios, e pior que esta prática está se tornando corriqueira, todos aqueles que não concordam são perseguidos e execrados, e não tomados com exemplos. E como sempre o povo é usado com escudo. Infelizmente o nosso país tem que ser reinventado, porque os novos já nascem velhos, por mais que tentem, se iludem em suas concepções. Não existe ferida sem sangue, como não existe cura sem remédio amargo. Não vai ser através de medidas institucionais que este país se tornará mais justo e igualitário e livre da corrupção. Enquanto não rompermos os nossos vínculos com o sistema vigente e partimos atrás dos nossos direitos com nossas próprias pernas, seremos cúmplices e mantenedores das corrupções e seus agentes.
Luiz Carlos Quintieri
Facilidades para as obras da copa do mundo
No PAN de 2007, quando o orçamento de R$ 520 milhões passou para R$ 4 bilhões, o governo federal foi obrigado a assumir essa diferença a título de socorro emergencial. Já em julho de 2010, o presidente Lula, mesmo afirmando que as obras da Copa de 2014 não estavam atrasadas, assinou uma medida provisória com um pacote de benefícios para as 12 cidades-sede, a fim de reduzir a burocracia. E agora, em 15 de abril de 2011, o governo enviou ao Congresso Nacional, dentro do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012, regras mais flexíveis para a liberação de verbas para as obras da Copa do Mundo, a fim de que tudo ande mais rápido, sem muita fiscalização. Foi escolhido como relator da LDO de 2012, o deputado Márcio Reinaldo Moreira, que é do (PP-MG), partido que está associado ao governo e aos interessados neste “liberou geral” que está para acontecer. O deputado Márcio criticou a paralisação das obras irregulares e quer regras especiais para as obras da Copa e das Olimpíadas. Este é o golpe de sempre: os oportunistas provocam o atraso das obras e esperam a situação ficar num beco sem saída. Depois, quando não tem mais jeito, o dinheiro começa a ser liberado sem nenhum controle. É a hora do superfaturamento e de todas as roubalheiras conhecidas, onde o dinheiro dos cofres públicos começa a jorrar para o bolso dos envolvidos neste roubo. Ninguém se interessa pela roubalheira porque todos querem ver as grandes obras prontas a qualquer custo.
Wilson Gordon Parker
ACENBNF
A ACENBNF – Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Nova Friburgo vem por meio desta manifestar a todos que o “Nihon Fri-Matsuri 2011 – Festival da Cultura Japonesa em Nova Friburgo” não será realizado no período habitual — fim de semana do dia 29 de abril — em virtude dos acontecimentos que assolaram o município e que determinaram a interdição da Praça das Colônias.
Além do ocorrido no referido espaço, muitos membros da colônia japonesa foram afetados diretamente, e muitos outros vêm ainda atuando voluntariamente no auxílio as famílias afetadas, impossibilitando qualquer forma de organização no intuito da realização deste ou qualquer outro evento envolvendo o espaço que encontra-se ainda sem qualquer condição de utilização.
A ACENBNF está se organizando para o restabelecimento de suas atividades internas que ocorrerão normalmente ao longo do segundo semestre, em seu terreno, na Estrada Friburgo-Teresópolis, km7, procurando viabilizar a realização do “Nihon Fri-Matsuri – Festival da Cultura Japonesa em Nova Friburgo” ainda em 2011, dando continuidade a um dos maiores eventos de divulgação da Cultura Japonesa no Estado do Rio de Janeiro, certos de que também é um evento muito importante para o município, atraindo um número grande de turistas que ao longo dos 3 ou 4 dias de sua realização lotam o espaço do Evento e consequentemente movimentam a economia local.
Solidários à recuperação de Nova Friburgo, reconhecemos a importância do nosso papel enquanto Colônia “enraizada” neste município e a importância das ações que envolvem todas as colônias aqui existentes. Portanto, estamos nos organizando para retomar todas as atividades e festividades que sempre realizamos.
Peter Nagatsuka
Deus nos ajude!
Muito se tem comentado sobre a catástrofe que nos atingiu, e parece que muita gente ainda não tem noção da grandiosidade do que aconteceu. Perderam-se muito mais vidas do que foi anunciado, tenho certeza. Temos muito que falar e escrever de tudo o que nos aconteceu para que as pessoas se conscientizem do nosso sofrimento, da nossa angústia, que se respeitem a memória dos que morreram e a dor dos que ficaram... imaginem o que estas pessoas presenciaram, seus filhos pedindo socorro e não podiam ajudar, suas casas lugares em que se sentiam seguros caindo, desabando, amigos morrendo, seu ganha pão se dissolvendo, pensem o quanto isto é terrível, é doloroso, pensem... Às vezes vou aos locais da tragédia, e choro, com certeza choro e mesmo sem vê-las, imagino as imagens que marcaram estas pessoas, e marcaram para sempre e sempre...
Às vezes fico me comparando com estas pessoas... Se hoje ouço um trovão, ouço um trovão, eles não, ouvem um trovão mais escutam pedras rolando, casas caindo, gente gritando, crianças chorando... Se vejo o clarão do relâmpago, vejo clarão do relâmpago... Eles não, veem enchentes, pessoas sendo carregadas, água invadindo casas, carregando pessoas, é a única hora que eles viam o que acontecia naquela completa escuridão, o relâmpago funcionava como uma grande lâmpada estroboscópica que lhes permitiam ver a dura realidade, já que estavam na mais completa escuridão... Quando vejo a chuva, agradeço a Deus por molhar meu jardim, eles não, pedem Deus que pare com a chuva para que não aconteça um tsunami vertical. É uma situação difícil, constrangedora...Autoridades, respeitem a memória dos que se foram, respeitem a dor dos que ficaram, não merecem sofrer tanto assim pelo que passaram e ainda passam... Deus nos ajude!
Jorge Plácido Ornelas de Souza
A Voz dos Leitores
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