Leitores - 2 de fevereiro 2011

domingo, 31 de julho de 2011
Dia de Iemanjá Nesta quarta-feira, 2 de fevereiro, é comemorado o Dia de Iemanjá, a guardiã das águas salgadas e mãe de todos, uma das orixás que está regendo o ano de 2011. Portanto, é dia de pedir harmonia, paz, saúde, prosperidade e proteção contra as catástrofes naturais, como a que ocorreu no último dia 12, em Nova Friburgo. Gostaria de lembrar que, desde 2001, venho alertando em minhas previsões para o risco das enchentes e deslizamentos na cidade e a importância do respeito ao meio ambiente. Essa tragédia serve para que todos vejam a força da natureza e reflitam que somos iguais perante a Deus, e nada é eterno. Temos que nos conscientizar que este é um momento que precisamos ter muita fé e união de forças. É hora de todos darem as mãos pela recuperação da cidade. Aproveito para deixar uma dica para quem quer se proteger de possíveis doenças (exceto as gestantes): basta fazer um patuá, com uma pedrinha de cânfora e pimenta malagueta, e usá-lo sempre no bolso ou junto ao corpo. Muito axé a todos! Pai Amaro de Xangô Catástrofe Nova Friburgo foi dada como uma catástrofe quase sobrenatural, a mídia a colocou como sendo a mais devastada da região, fala-se de epidemias que podem ocorrer, como a própria chuva, que vem pequena e depois desaba. Eu só queria entender que, se foi a maior catástrofe registrada no Brasil até o dia de hoje, por que a Cruz Vermelha Brasileira e outros órgãos federais não estão na cidade para controle dessa “epidemia”, tão comentada na internet e entre a população serrana? Entendo que o problema é da cidade, mas onde estão os médicos escassos nos hospitais? Queria realmente entender, pois esta é minha dúvida e, em nome de Friburgo, pergunto. Romêro Herdy do Amaral Um dilúvio de solidariedade Na fatídica noite de 12 de janeiro a tempestade desabou sobre nossa cidade, com a força de um tsunami caído dos céus, ceifando centenas de vidas e arrasando milhares de moradias, veículos e outros bens materiais. Instalou-se na população um clima de perplexidade e de medo da tragédia, que poderia ter se convertido em pânico e fuga, não fora a pronta atuação dos governos federal, estadual e municipal, bem como a corrente de solidariedade que se formou em torno do nosso município. Dada a partida com a presença das autoridades máximas dos governos federal, estadual e municipal, bem como de políticos, parlamentares e secretários de governo sintonizados com nossa cidade, Friburgo tornou-se palco de um nunca visto espetáculo de solidariedade e de ajuda humanitária, que congregava os membros da Marinha Brasileira, com seu valioso hospital de campanha; policiais militares e civis empenhados em manter a segurança, e os sempre atuantes bombeiros que, com riscos e sacrifício das próprias vidas, procuravam resgatar vidas de pessoas atingidas pelo temporal. As equipes médicas desdobravam-se em prestar assistência a uma população privada de boa parte de sua rede hospitalar, e os funcionários da limpeza urbana esmeravam-se em remover montanhas de lama e entulhos, em diversos bairros e distritos da cidade. O que se via nos rostos e nos gestos dessas equipes era uma atitude solidária e voltada para a solução dos graves problemas da população friburguense. Ao lado desses grupos de socorro, e com eles orquestrados, na terra viam-se, por toda parte, grupos de veículos e máquinas removendo lama e escombros, além de frotas de transporte trazendo donativos de diversas regiões do país. Enquanto isto, nos céus não cessava o ronco dos helicópteros, empenhados em operações de transporte de pessoas, alimentos e medicamentos, para regiões isoladas ou carentes de ajuda. Aos poucos os problemas mais graves começaram a ser resolvidos, permitindo que a população voltasse a respirar num clima de segurança e normalidade. Como diz o ditado popular, “não há mal que sempre dure”. Depois que nossa cidade superar os problemas decorrentes do desastre ecológico, a catástrofe irá, como tudo mais, converter-se em memória histórica. Uma coisa, porém, é certa: junto com a lembrança das vítimas fatais e dos estragos ocorridos, sobreviverá a memória da corrente de solidariedade que invadiu Nova Friburgo e nos prestou a ajuda indispensável à recuperação inicial da cidade. Terá chegado, então, o momento de dizermos a todos o nosso sincero e comovido muito obrigado! São credores do nosso reconhecimento desde a presidente da República, até os funcionários da limpeza urbana; do governador do Estado até os anônimos con- dutores de caminhões e tratores e as várias equipes de socorro. Que Deus recom- pense a todos eles - civis e militares - pela solidariedade e amor demonstrados ao prestarem socorro a nossa cidade. Ao expressarmos nossos sinceros agradecimentos a tão diversas pessoas, não poderíamos deixar de perceber o quanto nós, seres humanos, somos dependentes uns dos outros. Embora não atentemos para isso no dia a dia, nos momentos de tragédia e dor torna-se evidente que nos seria impossível sobreviver sem a solidariedade e a colaboração de pessoas, muitas vezes humildes e anônimas. Eis uma lição tirada da catástrofe friburgense, que poderia ser propalada pelas diversas regiões do nosso Brasil e, talvez, por outros países do mundo! Depois desta tragédia ecológica, nos indagamos: diferenças sociais? Que ironia! José Dálvio Rangel Um Friburguense de Coração Luto Estamos todos de luto por nossa cidade, perdi vários amigos e familiar. É um sentimento que não se pode explicar com palavras, mas com cor e humanidade em ajuda ao próximo. Enquanto vivermos jamais esqueceremos o dia 12/1/2011. Força, friburguenses, vamos lutar com coragem e garra para refazer nossa história e nossa cidade, fé em Deus! Wonder Magrao Força Não moro em Friburgo, mas a minha vida inteira está ligada a essa cidade. Temos uma casinha fora do centro que por milagre não foi atingida, já que ficava próxima ao Rio Bengalas. Acho que o que aconteceu ninguém jamais esquecerá, só peço que não esqueçam da antiga Friburgo. Esta cidade tem uma magia só dela. Uma espiritualidade absurda, que muitas vezes me levou às lágrimas. Por favor, vamos fazer um esforço sobre-humano para encontrar um pouquinho daquela cidade iluminada por Deus e esquecida pelos homens. Pra fora quem não pensar como vocês! Força, muita força! Que Deus ilumine e proteja cada um de vós. Cristina Cova EBMA Através deste meio de comunicação, solicito que a empresa EBMA normalize a coleta de lixo no nosso bairro, Córrego Dantas, pois além de todos os problemas que temos para resolver, o lixo está acumulado há vários dias em residências, escolas, empresas... Vale ressaltar que, além de todo o transtorno que o lixo acumulado causa, ele poderá também causar doenças à população. Agradeço a atenção e peço que tomem providência urgente! Elaine de Oliveira Voluntários Ele estava molhado e sujo de lama, seus pés sangravam dentro e fora da bota de borracha, e no seu rosto a máscara da desolação. Foi desta maneira que ele foi visto no centro da cidade de Nova Friburgo, controlando o trânsito, que não tinha para onde ir num rio de água e lama. Que ele era um voluntário, disso ninguém teve dúvidas. Que ele largara a sua família e a segurança do seu lar para ajudar os que mais precisavam, poucos ficaram sabendo, porque o que importava para ele era ser solidário na hora da dor. Foi assim que ele mostrou ao mundo o sentido da palavra solidariedade. Ele não se importou se teria ou não o que comer, se encontraria um lugar para dormir, o que importava de verdade era a sua presença, a força que poderia dar ao mutirão e com a Defesa Civil e as Forças Armadas formar um exército de incansáveis anjos da salvação. Quantas pessoas, como este jovem cidadão, estavam nesta luta em busca dos desaparecidos e dos muitos que perderam seus entes queridos debaixo de uma montanha de terra, de escombros de suas próprias casas? Essa gente não busca fazer parte da estatística que endeusa os heróis, busca, sim, auxiliar aqueles que viram os seus sonhos, e até as suas vidas, serem levadas pelas águas que encobriram a cidade, as casas e as vidas. Muitos tiveram ferimentos no corpo e na alma. Cicatriz cuja ferida não sara, não cura, passe o tempo que passar. Eu vi advogado, farmacêutico, gente rica e gente pobre sujos de lama, ajudando a retirar corpos sob paredes e telhados, para chorar os mortos que encontravam e os que, vivos, da morte eram resgatados. Toda a cidade, o povo, o estado, o país e o mundo choram essa dor que não cessa, mas aos poucos por ela vamos morrendo. Silvio Afonso de Macedo Sobrevivemos Como morador do bairro Dois Esquilos, no Córrego Dantas, fui vítima desta imensa catástrofe que se abateu sobre nossa cidade. Tive minha casa (134) atingida pela enxurrada e, junto com a minha esposa e filha, conseguimos sobreviver nos protegendo na parte da casa que não ruiu. Pela manhã, agradecendo a Deus por estarmos vivos, começamos a gritar por socorro e tivemos a sorte de sermos ouvidos e resgatados por nosso vizinho, o deputado Glauber Braga, que juntamente com outros anjos conseguiu nos conduzir até a RJ-130, passando por escombros, lama, casas destruídas e todo tipo de infelicidade. Fomos acolhidos na casa de Dona Neide, na entrada do condomínio, onde nos lavamos, tomamos água e dividimos alimentação com mais de 50 pessoas que ela amparava com muito carinho. Depois disso conseguimos nos locomover até a Transportadora RodoLatina, onde conseguimos passar uma mensagem ao restante da família, através do sistema de rastreamento de um dos caminhões, e mais uma vez fomos agraciados no encontro com pessoas dispostas a nos socorrer e ajudar. Após uma noite dormindo numa boleia, fomos resgatados por um helicóptero enviado pela família. Agora estamos em São Paulo, agradecendo a Deus por termos sobrevivido, orando pelas pessoas que nos socorreram, e que Deus ampare e ajude toda a população de nossa querida Friburgo. Nosso mais sincero agradecimento a todas as pessoas que nos ajudaram e, em especial, ao jovem deputado Glauber Braga, que seguramente será uma voz ativa junto às autoridades, para garantir todo o apoio que a cidade precisa. Waldemar Carneiro, Cida e Livia Duas Pedras O descaso com o bairro de Duas Pedras, que há muitos anos vem sendo abandonado por suas autoridades, não é sequer lembrado pelos meios comunicativos, como emissoras de televisão e rádio. Muitas casas soterradas, inúmeros mortos, enormes barreiras impedindo o acesso de moradores ao que sobrou, e ainda tendo suas casas interditadas e sendo roubadas por marginais, que se aproveitam da desgraça alheia. Hoje moro em Macaé sem saber notícias de meu bairro e da minha rua, onde perdi muitos amigos. Por favor, políticos, chega de tantas secretarias inúteis, nas quais a resposta é a mesma, tipo “já estava previsto no orçamento, ou já está sendo providenciado, ou falta de verba do governo”. Sempre discursos bonitos e desculpas fajutas e muitas secretarias para incompetentes. O povo de Duas Pedras tem garra, tem brio, vamos reerguer tudo de novo, se Deus quiser estarei junto para que possamos, de mãos dadas, agradecer a Deus. Marcos Asth “Nunca tantos deveram tanto a tão poucos” Valho-me das palavras do estadista inglês, Sir Winston Leonard Spencer Churchill, ao enaltecer a tropa aliada durante a segunda grande guerra mundial.Uso-as agora para agradecer a todos os garis, de diversas cidades, que estiveram em Nova Friburgo para ajudarem na limpeza da cidade. Obrigado mesmo, meus caros amigos, somos eternamente gratos a vocês, sem suas presenças até hoje estaríamos na lama, com sujeira por toda parte. Obrigado, anjos sem nome, sem estrelas ou condecorações no peito... Obrigado, “turistas forçados”, acreditem, vocês foram os turistas mais importantes que já tivemos... Obrigado por nossas ruas limpas, obrigado pelo trabalho de vocês, obrigado por, ao trabalharem, manterem em seus rostos sempre um sorriso que nos acalentava... Obrigado pelo esforço de vocês, deixando sua famílias longe, enquanto traziam a alegria de volta a Friburgo. O trabalho de vocês não tem preço, não existe dinheiro que pague, queremos pagá-los com carinho, com afeto, com gratidão. Obrigado, Comlurb, por permitir a seus garis trazerem para nossa cidade aquele sorriso e jeitinho carioca... Obrigado a todas as prefeituras, que se uniram para nossa cidade voltar a ser limpa. Espero que todos vocês venham nos visitar, e nos digam com orgulho: “Eu fiz minha parte para que esta cidade ficasse novamente bela”.Gostaria de saber o nome de todos vocês, assim como se diz o nome de todo político ou autoridade que também trabalhou em prol de Friburgo. Gostaria que o prefeito, em nome de cada friburguense, agradecesse pessoalmente a cada um de vocês. Obrigado por tudo o que fizeram por nós! Nós amamos vocês! Jorge Plácido Ornelas de Souza Amparo Solicito que façam uma reportagem sobre o abandono de Amparo, distrito de Nova Friburgo. A ponte, que foi derrubada pelas águas do rio que passa pelo centro de Amparo, foi feita por moradores, mas não aguenta o peso dos carros que passam, e está prestes a cair. É preciso uma ponte de concreto. A cidade está abandonada, não fosse pelos moradores. É uma cidade histórica e precisa ser conservada. Por isso acho que seria muito interessante fazerem uma matéria sobre Amparo e pedir mais atenção com esta pequena cidade, em respeito a sua história! Sandra Marina Ferreira
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