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Leitores - 17 de janeiro 2012
sexta-feira, 06 de abril de 2012
Rota 116 esclarece
Em resposta à carta da leitora Ligia Lacerda publicada em 21/12/2011, a Concessionária Rota 116 S/A vem a público esclarecer sobre os aspectos operacionais e contratuais e algumas outras questões para melhor entendimento da leitora:
Na travessia dos trechos urbanos das cidades por que passa a RJ-116, sob Concessão, contratualmente, cabe à Concessionária realizar a manutenção do pavimento existente e a sinalização horizontal.
Desta forma, cabe às administrações públicas de cada Município, a operação para apreensão e recolhimento de animais soltos, atendimento pré-hospitalar e demais serviços nesses trechos urbanos.
Ressaltamos, por fim, que, pelo edital e respectivo Contrato de Concessão, as obrigações da Concessionária nos 140 quilômetros das rodovias RJ-116 e RJ-104, são:
- As obras de investimento previstas no Edital, tais quais: restauração do pavimento; implantação de acostamentos e de terceiras-faixas; obras de contenção de encostas; alargamento de pontes;
- A manutenção rodoviária preventiva e corretiva, tais quais: tapa-buraco; sinalização horizontal e vertical;
- A conservação rodoviária corrente, tais como: capina; roçada; limpeza de bueiros e dos dispositivos de drenagem como: sarjetas de corte, canaletas de crista de corte, entrada, descida e saída d’água; drenos longitudinais e sub-horizontais;
- A operação da rodovia é composta de: inspeção de tráfego, que conta com: viaturas de inspeção (cinco veículos); guinchos leves (três veículos); guinchos pesados (dois veículos); caminhão-gaiola (dois veículos); caminhão-pipa (dois veículos); ambulâncias de resgate (três veículos); supervisão e coordenação (dois veículos); e, atendimento aos usuários—mecânico e em acidentes de tráfego, 24h/dia;
- O atendimento emergencial através do telefone 0800 2820 116;
- Incidentes com encostas; e,
- As desapropriações previstas em contrato.
Desta forma, estamos convictos de estarmos cumprindo com todas as nossas obrigações contratuais.
Ressaltamos que, desde a assunção da administração da RJ-116, temos realizado melhorias operacionais, visando reduzir os índices de acidentes, e com isso ajudando a salvar vidas.
Sem mais a tratar agradecemos pela oportunidade e nos despedimos.
David Augusto Barbosa
Superintendente-Geral Concessionária Rota 116 S/A
Dom Edney reflete a voz dos fiéis e cobra atitude e dignidade em missa pelas vítimas da tragédia
Nada foi mais pertinente e confortante nesse 12 de janeiro de 2012 do que as sábias palavras proferidas por Dom Edney Corrêa Mattoso, Bispo de Nova Friburgo, durante a homilia da missa de um ano pelas vítimas da tragédia que assolou nossa cidade no ano passado. Dom Edney falou clara e abertamente às autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, presentes na Santa Missa, tudo aquilo que cada pessoa que lotava a catedral S. João Batista e certamente cada habitante dessa cidade ferida gostaria de dizer, e melhor, ser ouvida. Rogo a Deus que os governantes tenham praticado uma escuta efetiva, empática, com efetivo estado de presença, não apenas físico, mas reflexivo, sobre cada palavra pronunciada pela respeitada figura de Dom Edney.
Ele lembrou pessoalmente aos nossos políticos que eles não poderiam perder a oportunidade de disputar a melhor eleição de suas vidas, não como sempre fazem, prometendo projetos futuros, mas tendo como plataforma política obras significativas realizadas “antes” das eleições pela reconstrução de nossa cidade. Ressaltou para as autoridades ali presentes que não deveriam se esquecer de que o real significado da palavra política implica a prática do bem comum. E é bem comum que a sociedade espera de quem ela elege.
O bispo ressaltou que as belezas naturais da cidade a tornam linda e encantadora, mas também favorável e exposta à destruição provocada por fenômenos da Natureza; que há registros que remetem aos anos 1930 onde já se destacava o transbordamento do Rio Bengalas. “Enchentes sempre existiram e sempre continuarão a existir”. O que é preciso é que nossos governantes se preocupem com planejamento, com programas efetivos que evitem as tragédias naturais, fazendo a manutenção preventiva das encostas, cuidando periodicamente da dragagem dos rios, fiscalizando as áreas de risco. Destacou, ainda, que a topografia de Nova Friburgo não comporta mais que 90 mil habitantes e que hoje a população já está em torno de 200 mil. Lembrou que a responsabilidade sob as tragédias é também de cada habitante da cidade. Quantas pessoas já não fizeram o impossível para obter uma licença para construir em áreas não muito recomendadas? Os governantes precisam cuidar da cidade, foi para isso que foram eleitos. Enfatizou que repetiria algo que disse em 2011, na Missa de 7º dia pelas vítimas da tragédia: Nova Friburgo não pode “nunca mais” esquecer o dia 12 de janeiro de 2011. Em hipótese nenhuma. Os governantes não podem “nunca mais” esquecer esse trágico dia. Não existe mais uma família nessa cidade que vive hoje com tranquilidade após o ocorrido.
Para dar a pitada de sal que faltava às palavras da homilia, Dom Edney finalizou a Santa Missa falando que foi questionado sobre a construção de um Monumento aos mortos na tragédia. Disse que refletiu, refletiu e chegou à conclusão de que a melhor homenagem que poderia ser feita seria a reconstrução da cidade, o fornecimento de moradias dignas para aqueles que, um ano depois, ainda não têm onde morar. E finalizou convidando a todos para um “Viva a Nova Friburgo!”.
O convite feito pelo Bispo foi o sinal verde que os fiéis esperavam para aplaudi-lo ardorosa e longamente, com uma força que parecia vir da alma lavada de cada um. Naquele momento todos estavam aliviados. Quem tinha ido à missa em busca de alento para seus corações sofridos e machucados pôde vivenciar muito mais que isso. O sentimento era que cada pessoa que lotava a Catedral tinha tido a oportunidade de desabafar as mazelas vividas pelo descaso ao povo friburguense durante os últimos 365 dias. Estavam todas ali, através da figura de Dom Edney, face a face com os governantes que elas mesmas elegeram, cobrando o efetivo significado da palavra política, que como ele bem colocou no início da sua fala, é a prática do bem comum. Abençoado seja D. Edney!
Maria Martins da Silva
Parada Folly/ Amparo
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