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Leitores - 16/07/2014
terça-feira, 15 de julho de 2014
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Ruas de Nova Friburgo
Li, ontem, o artigo sobre Moisés Amélio e achei maravilhoso descortinar em minhas memórias uma pessoa que aprendi a gostar e respeitar nos meus tempos de infância. Nasci na Rua Visconde do Bom Retiro e residia em frente àquela magnífica mansão que terminou sendo demolida para se tornar um estacionamento rotativo.
A coisa que mais me chamou atenção no artigo foi saber que Seu Moisés era poeta e me encontrar retratada em um verso que você transcreveu, em que ele fala: "Eu gosto de vocês, gentis crianças, brincando em meu jardim ensolarado como uma revoada de pombinhas mansas que arrulhavam no beiral do meu telhado...” Todos os anos, por duas vezes, nos períodos de férias, quando vinham para Friburgo os filhos do Dr. José Amélio: José Luiz, Paulinho e Rosa Maria, eu, meus irmãos Juarez, Plínio e Marly, Laurinha Yagg e Carlinhos, Lígia e Jorge Saad reencontrávamos nossos amigos e era uma festa só, brincando de pique, polícia e ladrão e andando de bicicleta pelas alamedas daquele jardim.
Muitas vezes, já adulta, pensei em quanto aquela barulhada devia incomodar as pessoas, já idosas, daquela casa, apesar de, algumas vezes, ter desconfiança de que ele até gostava, pois, no Carnaval, Seu Moisés nos deixava enfeitar com galhos de bambu e serpentina um pequeno carro que eles tinham, enchia de crianças esgoeladas cantando as músicas da época e saía dando voltas pelas ruas da cidade, em um gesto tão desprendido que só fui entender agora.
Valeu Dalvinha. Adorei ter certeza disso.
Yedda Pereira dos Santos
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