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Leitores - 16 de agosto 2011
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Tragédia anunciada
Gostaria que a Autran entendesse esta carta ao LEITORES ON-LINE como uma colaboração para a organização do nosso trânsito. Refiro-me àquela saída que existe logo depois da ponte, no sentido Centro-Ponte da Saudade. Motoristas estão usando esta saída como entrada, ao invés de usarem o retorno, como diz a placa existente no local e como determina a placa de proibido dobrar à direita... O perigo está porque reduzem drasticamente a velocidade sobre a ponte na rodovia para poderem entrar na rua, podendo provocar acidentes... Refiro-me à ponte do km 77... Poderia se estender a borda da calçada para evitar esta entrada... Outro local que deveria merecer atenção é aquele trevo de acesso a Varginha. Motoristas estão evitando usar o trevo, tanto para entrar ou para sair de Varginha... Alguma coisa tem que ser feita, ali é uma tragédia anunciada!
Igual infração, e ainda mais perigosa, cometem aqueles que oriundos de Nova Friburgo teimam em entrar para Varginha na primeira rua antes da referida ponte, desobedecendo a placa de contramão fixada no local. O que nos aborrece é que medidas simples a serem tomadas evitariam estas absurdas infrações, mas falta boa vontade dos órgãos responsáveis e da própria famigerada e mercenária concessionária Rota-116.
Jorge Plácido Ornelas de Souza
Lamento por minha cidade não ser mais a mesma
Cresci onde o ar das montanhas é perfeito, limpo, natural, assim como a água que jorra de suas encostas... com uma geografia de visual inigualável...
Cresci com o sentimento de estar presa à essa cidade para sempre, de contos maravilhosos que somam sua história e formação. (Para aqueles que não conhecem Nova Friburgo, saibam que existem muitas histórias lindas sobre ela). Com um toque frio e aconchegante, o ar da montanha proporciona um retorno íntimo para a alma... para refletir, sonhar e suspirar por fragmentos de singelas manifestações de felicidades.
Essa é minha cidade do passado...
Formada por famílias grandes que acolhiam aqueles que aqui chegavam, iam embora e sentiam saudades de retornar. E alguns retornavam e se fixaram com suas famílias também.
Na minha vivência, a cidade cresceu ao longo de 30 anos desproporcionalmente e ninguém interveio no avanço das moradias. (Assim consta uma ressalva também para o passado). A cidade possui uma infraestrutura desorganizada e sua geografia mantém a cidade engolida entre as montanhas à mercê de uma vontade natural própria...
Infelizmente, ao longo desses 30 anos, políticos passaram e nada fizeram... Usaram a cidade a seu favor e nela retiraram toda a glória de sua formação.
E assim, como conta um novo e recente passado: a cidade reagiu e vidas foram ceifadas de forma brutal.
Nova Friburgo deveria ter sido planejada cuidadosamente... “consultada” antes de receber seus habitantes, de forma que sua geografia não interferisse em suas vidas mas... pelo erro de poucos pagaram-se os muitos que aqui sobreviveram e os muitos que ainda sobrevivem...
A economia é estagnada... o poder público se usufrui de rendas impróprias e o dinheiro da cidade está retido em mãos inadequadas ou oportunistas.. O quadro torna-se dramático e cômico estando no Brasil... (Seria trágico para os poucos, se tivéssemos em um país sério onde as leis agem de forma a sanar os problemas antes deles começarem). Mas, de que adianta palavras se só servem para desabafar o que se sente no peito?
Sinto falta da cidade que quando criança considerava perfeita para viver; quando conhecia as pessoas que passavam por mim nas ruas e de quando transitava por entre as mesmas sem ser vítima de algum transtorno social, pessoal ou visual.
Lamento por tudo e por fazer tão pouco e por não possuir a chance de poder fazer mais. (Aqueles que tentaram ser voluntários aqui, na época da calamidade que se segue ainda, saberão LER essa parte bem...) Assim, mediante o quadro que se segue, sinto insegurança constante à cada mudança de estação.
E as montanhas nos dão a lembrança, quando olhamos para elas, que existe algo triste e obscuro... assim são com os rios, a vegetação... A cidade está mal-acomodada e despreparada... encontramos no olhar das pessoas a pergunta se haverá mais e se será pior...
E cada momento torna-se uma expectativa... Estamos à deriva das circunstâncias, das pessoas que retêm o poder, o dinheiro, a economia da cidade, da natureza, das inconstâncias do clima, das incertezas das pessoas e seus comportamentos... Estamos vivendo numa época que existe um medo oculto, que cresce a cada dia sem termos controle sobre o que sentimos, pelo simples fato de que o próximo ou nós mesmos podemos nos virar contra propósitos morais e sociais. E isso se torna assustador... Nunca sabemos se estamos preparados para o pior.
Enfim, aqui na cidade de Nova Friburgo, estamos vivendo... e infelizmente (É MESMO!) um dia de cada vez.
Para aqueles que desejam nos visitar sejam bem-vindos e retornem; para aqueles que quiserem se instalar reflitam; e para aqueles que estão partindo, pensem na saudade silenciosa que a cidade do passado ainda proporciona.
Aline Bueno
Isto aqui é o berço esplêndido dos Jucazinhos & Juquinhas
Foi com uma tristeza sem fim que assisti a presidente Dilma Rousseff tomar para si a responsabilidade de bloquear por todos os meios possíveis a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que deveria apurar a roubalheira no Ministério dos Transportes. Segundo o noticiário, ela mesma negociou cargos, verbas e obras em troca da retirada de algumas assinaturas da lista da CPI. É triste. Muito triste. Dilma Rousseff entrou para a história do Brasil como a primeira mulher a ocupar o cargo de presidenta, como ela gosta de ser chamada. Mesmo os que nela não votaram, sempre mantiveram a esperança de que alguma coisa iria mudar no Brasil. Mas, subitamente, todos descobriram que nada mudou. A desilusão é a visita da verdade. A guerra que a presidente Dilma Rousseff fez contra a CPI dos Transportes é a prova de que toda aquela ação contra a corrupção no Ministério dos Transportes foi apenas uma triste mise-en-scène. Tenho a mais absoluta certeza de que no dia de hoje todo brasileiro está muito triste. É horrível quando descobrimos que sem o apoio dos corruptos, seja presidente homem ou mulher, ninguém governa este país. Isto aqui é a casa da mãe Joana, berço esplêndido dos Jucazinhos & Juquinhas.
Wilson Gordon Parker

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