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Leitores - 13 de maio 2011
domingo, 31 de julho de 2011
Carta resposta ao Sr. Peter Nagatsuka referente a Expo Holambra
Caro Sr. Peter Nagatsuka,
como cidadã desta cidade, como atuante na divulgação de informação esclarecedora, venho responder sua carta publicada no AVS no último dia 12.
Primeiramente gostaria de dizer que não há nenhuma polêmica sendo levantada em relação a escolha do tema e conteúdo sobre a Festa de aniversário da cidade. O que há é o respeito necessário buscado por vários grupos que entendem que nem sempre a escolha do Governo é a correta para o bem da cidade. Quem está à frente de um cargo público, que assume a responsabilidade de administrar uma das pastas mais importantes no peso da economia local, não pode apresentar como justificativa à falta de informação esclarecedora o seu amadorismo ou qualquer ímpeto de boa intenção. Afinal uma verdadeira boa intenção, independente de ser ou não competente ao cargo, não iria gerar tamanha discussão, digamos, construtiva.
O Senhor, como proprietário de um HORTO, não foi o único que se dirigiu à Secretaria de Turismo em busca de informações, o senhor foi mais um nesta relação. Talvez para alguns as considerações apresentadas sejam relevantes, para outros não. E isso vai da forma como cada um vê e se preocupa de fato com a cidade. Aliás, o que todas as pessoas que estão direta ou indiretamente envolvidas, de forma voluntária que conheço, estão por verem nesta luta unicamente os interesses do município, o que infelizmente não é uma regra geral a todos os munícipes.
Em sua carta o senhor considera as razões apresentadas pelo poder público na pessoa do Sr. Secretário de Turismo como a de revitalizar a autoestima do município, e assim redige em caixa alta as mesmas. Vou citar algumas, pois outras não vale nem a pena considerar, com todo o meu respeito.
“a) Necessidade de uma mídia positiva, principalmente gratuita; haja visto as reservas para reconstrução”. Sr. Peter, nós vivemos o capitalismo. Para se fazer de graça tem que haver envolvimento, amor, dedicação, e esses sentimentos são ligados à justiça, à verdade, ao compromisso, situações que passam longe de algumas esferas de nosso governo. Será que o senhor dentro da cidade não consegue ver o que eu fora vejo todos os dias? Não há nenhuma referência que venha a proporcionar este empenho. O Brasil inteiro parou para ajudar Nova Friburgo — e o que aconteceu? Manchetes de fatos terríveis, como maus-tratos, furto, falta de transparência nas verbas públicas. Todas essas situações formaram processos no MP na 151 DP, nas rádio e TVs. Uma vergonha.
“b) Necessidade de elevação da autoestima friburguense”. Sr. Peter, autoestima se conquista, é como acontece no seu horto, tem que plantar, regar e colher. O Governo vem plantando promessas e mais promessas, regando a vida dos friburguenses com mentiras, com falta de coragem de atitudes necessárias, colhe falta de credibilidade, é a única escolha. A autoestima de um povo é a qualidade de vida que ele vive. Que qualidade de vida o senhor vive Sr. Peter?
“d) ...contemple um turismo de qualidade...”. Eles não sabem o que é um turismo de qualidade, é o que lhe posso apenas responder.
Sabe, Sr. Peter, Friburgo pode não ser o segundo maior produtor de flores, conforme o senhor afirma em sua carta. Mas se não é, o resultado disso é a mais uma vez o amadorismo de todos que estão envolvidos neste ramo, seja ele governo, empresa constituída ou associação. E é lamentável isso também.
Esse não é o momento e a forma de trazer a experiência de VEILING HOLAMBRA e a mesma vir vender o produto de seus cooperados em nossa cidade, nem que para isso tenham abaixado os preços de seus produtos, conforme explicações de sua pessoa. Isso é covardia, é empurrar mais para o fundo quem já está nele.
Motivar o retorno da FRI-FLOR? Isso não pode acontecer por este meio. Temos que valorizar nosso potencial, nossos produtores, nossa região. Ou será que vamos ficar, como diz o ditado popular, só colocando azeitona na empada dos outros?
Há certa reclamação de sua parte quando o senhor grifa em caixa alta, que as flores para o último evento da Fri-Flor foram COMPRADAS dos produtores locais. O que o senhor queria que fossem? Doadas? Senhor Peter, como parte da organização deste evento, que o senhor diz ter participado, deve saber que o mesmo é orçado com as despesas necessárias. Não se monta um evento desse para se perder dinheiro. Todos ganham. Por que os produtores teriam que doar?
Por que o senhor não começa a doar plantas ornamentais nos próximos dois anos para os eventos sociais, como casamento, enterro... das famílias dos desabrigados? O mundo também é feito de filantropia.
O Senhor nos diz, em sua carta, que o Sebrae já efetuou várias excursões totalmente gratuitas à Holambra promovendo a aproximação dos produtores locais com a tecnologia e técnicas empregadas pelos maiores e melhores produtores do país. Porém, em outro texto, o senhor diz ser importante esta experiência ser trazida e dividida aos produtores de nossa cidade. Isso significa que nada foi aprendido com as viagens gratuitas do Sebrae? Perdoe-me a ironia, mas eu não posso lhe responder de outra forma.
Para finalizar, quero lhe responder que não é de praxe os ocidentais informarem sem confirmação junto a fonte. O e-mail que enviei, como jornalista, à Secretaria de Turismo está à sua disposição. O senhor pode estar convencido da boa intenção do governo e de seu secretário, mas dentro de tudo que já vi, eu não estou. E me admiro muito que toda esta estrutura esteja sendo formada pela boa intenção em se preocupar com a autoestima da população. Porém, vemos todos os dias a população sendo tratada com total falta de respeito.
Atenciosamente,
Denise Lopes
Jornalista, mulher, mãe, eleitora. Não cidadã por título, mas cidadã por amor à cidade de Nova Friburgo.
Ainda o trânsito
Estou morando em Nova Friburgo há dois anos e, juro, ainda não me acostumei com o trânsito desta cidade. Veículos cortam pela direita desrespeitando o código nacional de trânsito levando perigo aos que são ultrapassados.
Carros sem placa passeiam pelos bairros quando o Detran só permite que o veículo saia da concessionária para o emplacamento. Carros estacionados nas esquinas esquecendo dos três metros obrigatórios. Oficina guardando veículos para conserto, nas ruas de Olaria, bloqueando o trânsito de outros veículos, carrinhos de bebês e pedestres.
Caminhões de entrega sem horário para obedecer e ônibus provando que os seus motoristas são mágicos ao passarem entre carros estacionados nos dois lados da rua, no alto Olaria.
Eu adoraria entender essa lei, por mim desconhecida.
Silvio Afonso de Macedo
A cidadania no lixo
Morador de Nova Friburgo também deve assumir sua responsabilidade cívica com o município.
Na próxima segunda-feira é 16 de maio — feriado municipal —, em que se completam os 193 anos que o rei Dom João VI autorizou a vinda dos pioneiros colonos suíços para povoar as antigas terras do Morro Queimado, na Sesmaria de Cantagalo. Portanto, é o aniversário de fundação de nossa Nova Friburgo.
Antes de pensar na feliz coincidência de se aproveitar mais um feriado prolongado — ainda que somente local, proponho uma reflexão: qual o melhor e mais adequado presente para tão especial aniversariante?
É bem verdade que a lista de carências é bem maior do que se possa pensar, ante qualquer possibilidade de atender às necessidades de nossa população e sua urbe. Se antes, tudo já parecia tão difícil, no pós 12 de janeiro, a constatação é de que a situação, em tudo mais, parece ter se agravado.
No entanto, sem querer inocentar ou culpar quem quer que seja — não pela catástrofe, propriamente, uma ocorrência da natureza — mas, sobretudo, pelas nefastas e negativas consequências que o passar do tempo parece agravar, ao contrário de minimizá-las, o que se impõe é uma responsabilidade ainda maior de todos. Exatamente todos nós somos responsáveis.
O que considero ainda pior neste quadro caótico é a banalização de certas situações. Deixar que se tomem por justificativas certeiras determinados erros e vícios corriqueiros do cotidiano pode contribuir para um grave desequilíbrio na convivência social, diária e cidadã.
Para não ir muito longe, quero me ater a um tema tão somente. O lixo, o descarte de todo tipo de entulhos, materiais inservíveis, trecos e troços dos quais as pessoas querem se livrar, sem medir as consequências do ato de se desfazer daquilo que não mais lhes servem. É próprio do ser humano (?), infelizmente. Não devemos nos esquecer que existem até os que descartam outros seres, senão vejamos as crianças e, sobretudo, os idosos — que muitos preferem lançar aos asilos e abrigos, quando acham que estes entes se transformam em verdadeiros estorvos. É lamentável, mas amargamente verdadeiro.
Para ilustrar essa triste, negativa e contraproducente constatação da proliferação de lixo, em todo e qualquer lugar — e não me refiro à periferia distante ou bairros das adjacências — dias desses, em menos de meia hora, em três pontos distintos do centro da cidade, deparei-me com três pequenos vazadouros que muito me entristeceram, como friburguense e, ainda mais, me envergonham como cidadão.
É mais do que necessário que todo morador de Nova Friburgo se conscientize de sua responsabilidade para com o município. O Governo e os governantes têm sim suas devidas parcelas de participação neste contexto. Mas a todos nós cabe fazer a nossa parte. Nos locais citados — atrás do antigo Clube de Xadrez e em dois pontos da Rua Augusto Severo (logo acima da Alberto Braune, principal avenida do centro urbano e comercial) e, desta forma, a poucos passos da Prefeitura, sede do Poder Executivo Municipal — o lixo descartado é sempre, além de sacolas que deveriam ser colocadas nos horários certos da coleta, móveis desmontados, pedaços de madeiras e outros materiais (as fotos comprovam), que poderiam até mesmo ter uma outra destinação.
O século XXI e a consciência ambiental clamam que o lixo seja considerado detrito. E com recursos e tecnologias atualmente disponíveis para seu reaproveitamento, reciclagem e destinos adequados. Sim, isso no mundo moderno e civilizado, em países avançados e nas cidades — mesmo brasileiras em que seus habitantes e suas autoridades, verdadeiramente, respeitam e amam o lugar em que vivem.
Mas estamos em Nova Friburgo, cidade especial sim, terra abençoada, mas também fadada a tornar-se cada vez pior. Principalmente se nos escondermos como covardes, atrás desses pequenos “biombos” — como os gestos que podem parecer tão inocentes, seja jogar papel no chão ou depositar sacolas e papelão em plena Alberto Braune a qualquer hora do dia — às vezes mesmo em fins de semana. Sem falar nos rios, que já viraram lixeira há tempos, mesmo diante de tantas campanhas.
Um presente para Nova Friburgo, a sete anos de seu bicentenário? Que tal, começarmos por algo tão óbvio quanto necessário: a limpeza e o zelo com cada recanto. Não é possível que o mesmo cidadão que queira seu quintal limpo, sua sala varrida e sua cozinha asseada, conforme-se em tropeçar com lixos e detritos que, muitas vezes, ele mesmo joga na calçada do vizinho.
Minha gente, vamos — todos nós — exercer responsavelmente nosso papel de cidadãos, zelando por nossa Nova Friburgo e, realmente, querendo que ela se reerga e retome o rumo para o qual sempre esteve predestinada.
Girlan Guilland
Exemplo de pessoa
“Simplicidade” é a ausência de artifícios, extravagâncias e excessos de ordem material, social ou psicológica. Simplicidade é o caminho para se chegar a humildade, e com isso ser uma pessoa mais servil, menos arrogante e prepotente, combatendo e se livrando da inveja, orgulho e ciúmes.
Com esta definição começo a falar sobre uma pessoa que a muito tempo merece estar aqui nestas páginas, que fez a diferença para muitas pessoas desabrigadas em janeiro e para dezenas de alunos(as) da Escola de Enfermagem N. Sra. de Fátima, quando estivemos por um longo período forçados a ficar fora do prédio anexo ao Raul Sertã e ficar abrigados para aulas no Colégio Odette Penna Muniz. A pessoa a qual me refiro atende pelo simples apelido de Chapolim, que nos acolheu com alegria, carinho e respeito, sempre nos recebendo com um sorriso, uma palavra de apoio ou com um cafezinho, em todo o tempo que lá estivemos todos os dias o seu sorriso era certo, consequentemente nos fazendo sorrir também, apesar de tantas dificuldades. Hoje já estamos no prédio da escola, mas todos os dias sentimos falta deste amigo. Quando mesmo depois de tudo o que ocorreu em nossa cidade, existem pessoas que fazem questão de serem chamadas por “títulos”, muitas vezes sem o merecimento, este amigo simplesmente atende pelo nome de “Chapolim”.
Este “cara” pensa fora da caixa e isso é que faz a diferença entre ele e os demais.
Adriana Boy

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