Leitores - 12/06/2014

Participe da coluna A Voz dos Leitores, enviando texto e fotos para leitores@avozdaserra.com.br. Mensagens sem identificação completa e textos digitados com todas as letras maiúsculas serão desconsiderados para publicação. Em razão do espaço, os textos podem ser resumidos ou editados. O jornal também se reserva o direito de publicar ou não as cartas dos leitores. Para o envio de fotografia, o leitor confirma que é o autor da mesma ou possui autorização para distribuí-la, e autoriza expressamente o jornal A VOZ DA SERRA a publicá-la no meio impresso ou digital.    Patriotismo Gostaria muito que o povo brasileiro tivesse esse patriotismo, não só no período da Copa do Mundo, como em todos os dias e principalmente na hora de escolher os seus candidatos na eleição. Bocão Despachante Viagens e viajantes  Em minha peregrinação semanal da Serra para o Mar e vice-versa, são muitas as oportunidades de viajar com outras pessoas que fazem o mesmo trajeto pelas mesmas razões familiares ou por razões outras, completamente insuspeitas... Da mesma forma, é possível dividir o espaço com pessoas que se mantêm em silêncio durante todo o tempo ou com outras que não conseguem calar um só instante. As mais interessantes, às vezes mais incômodas, sem dúvida, são as tagarelas. Normalmente, são pessoas que têm muito a dizer, mas não encontram nos espaços apropriados quem as escutem, razão pela qual falam normalmente mais alto que o recomendado para a ocasião, tornando público o que costuma transitar no espaço privado. Apesar de tudo isso e o mais que se possa dizer de tal prática, desde que o ouvinte não esteja dominado pelo cansaço ou mau humor, é sempre bom ouvir essas confissões. Nas duas últimas vezes que fiz um desse trajetos nos coletivos que nos servem, o tempo de viagem foi insuficiente para que os atores da ocasião conseguissem concluir suas epopeias. No primeiro caso, um senhor entrou no coletivo com uma mala de tamanho considerável e tentou inutilmente acomodá-la, mas como não encontrou espaço apropriado, deixou o volume em pleno corredor destinado ao trânsito de passageiros. Após alguns atropelos e justificativas, a viagem prosseguiu e o nosso companheiro pôs-se a narrar suas experiências. Primeiro as amorosas, naturalmente. Os amores, os casamentos, os filhos, as separações e o encantamento da fase atual, quando finalmente encontrou o grande amor de sua vida. Depois, foi a vez de seu currículo profissional, sem esquecer de mencionar o sucesso econômico e financeiro, a grandeza do patrimônio pessoal conquistado e coisas e tal. Foi por esse viés que os presentes ficaram sabendo tratar-se não de passageiro qualquer, mas de uma pessoa que representou o Brasil no exterior durante um período suficiente para ganhar muito dinheiro, trabalhando, porém, em uma atividade diversa daquela pela qual era pago pelo governo brasileiro. Segundo o ilustre e falante colega de viagem, durante tal período de glórias internacionais, ele ganhou nacionalidade do país onde residia, mas segundo seu depoimento, renunciou a tal direito porque não desejava pagar os impostos cobrados por aquele governo de todos os demais cidadãos. Para ele, gozar dos benefícios oferecidos por aquela sociedade, tudo bem, mas pagar os impostos correspondentes é um verdadeiro absurdo! E a conversa não conseguiu chegar ao final porque chegou a hora de desembarcar na rodoviária. A segunda experiência é feminina, com toda sua sutileza, mas carregada com os mesmos componentes, embora o conteúdo da conversa seja bem outro. A preleção se inicia com um conjunto de recomendações alimentares e prescrições médicas. Na primeira ligação telefônica, foram tratados temas relacionados com alimentação. Onde os alimentos devem ser guardados. Recomendações para não comer sobras de refeições armazenadas fora da geladeira e preceitos semelhantes. Novas e repetidas ligações telefônicas trataram do mesmo tema com outros interlocutores, talvez parentes do primeiro. Não foi, portanto, surpresa o tema que veio a seguir: tratamento para úlceras. Nesse campo, nossa vizinha sabia tudo! Quais os exames indicados, os medicamentos recomendados, sua respectiva composição química, efeitos colaterais, que providência tomar para evitar determinadas reações e todos os demais motivos para dispensar a presença de um bom médico. Terminada a sessão clínica, passamos para assuntos mais amenos, como religião. Nesse terreno, qualquer um é papa! Depois de contar os contratempos e pecados de todos os amigos e conhecidos, a santa criatura afirmou optar pela sua própria religião, como todo santo que se preza. Infelizmente, também neste caso, a viagem terminou antes que eu mesmo fosse convertido.     Anacleto Vasconcelos   A Voz da Serra no Facebook Intercâmbio "Ali a juventude tem muito o que aprender” (Ricardo Posenatto, sobre a matéria "Grupo de intercâmbio da Aliança Francesa visita o jornal A VOZ DA SERRA”, edição de 7 a 9/06/14). Carol & Michael "Uma linda história de amor. Parabéns!” (sobre a matéria "Um amor, três países e um dilema: para qual seleção torcer?”, no Caderno Light, edição de 7/06/14).   Participe desta seção com seus comentários pela página do jornal A VOZ DA SERRA no Facebook. www.facebook.com/avozdaserra