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Leitores - 08/12/2012
sábado, 08 de dezembro de 2012
Segunda tenebrosaNo domingo, 2, estive visitando o Loteamento Três Irmãos de tanto acompanhar a mídia local em suas reportagens. Gostaria de confessar aos senhores que senti a mesma sensação que em 13/01/2011, quando visitei aquela localidade. Novamente fui surpreendido pela importância, pela grandiosidade do que ocorreu neste local, mais uma vez, embora tivesse acompanhado os noticiários, fui surpreendido. Mesmo que você veja, mesmo que você ouça ou leia, nada se aproxima do que aconteceu, só indo lá para ver e sentir. Novamente chorei e me indignei com o acontecido ao ouvir relatos de pessoas, que com vozes embargadas contavam para mim o que passaram e o que perderam. É muito triste, é lastimável o que esta comunidade está passando. Estão no mais completo abandono, entregues a sua “má” sorte... Meu Deus do céu, que tristeza, que desespero! Senti-me obrigado a chorar junto com eles, me perguntava em silêncio: será que merecem depois do que passaram naquele fatídico janeiro de 2011 passar e sentir todo aquele sofrimento, todo aquele desespero, agora com trilha sonora de sirenes? Será que merecem? Deus tenha compaixão do desespero dessa gente! Eles fazem parte de uma cidade que escolheram para morar, onde construíram suas casas e pagam seus impostos, não brinquem mais com o coração dessa gente, não merecem! Só quem visita aquele local é que pode ter ideia da dimensão da catástrofe! Por que nada fizeram para dar a essa gente um mínimo de segurança? Por que ainda obrigam essas pessoas a se desesperarem, entrarem em prantos diante de qualquer chuvinha, diante de qualquer relâmpago, por menos luminosidade que tenha? Pessoas deste meu sofrido povo que se desesperam diante do menor trovão? Com certeza sombras negras daquele triste janeiro em que viveram uma noite de terror, uma noite que cada relâmpago funcionava com uma imensa lâmpada estroboscópica, que lhes permitia ver cenas apocalípticas, que a noite lhes permitia escutar, mas não deixavam que vissem... Meu Deus, quanto sofrimento, quanto desespero! Na segunda-feira senti os efeitos colaterais dessa visita à medida que a chuva aumentava, à medida que os trovões ficavam mais altos, à medida que os relâmpagos ficavam mais fortes e constantes, acabei ficando tenso e chorando tanto quanto chorei em janeiro de 2011, e chorei muito lembrando da visita que fiz no domingo, 2/12. Pensando e sentindo o que aquelas pessoas passaram e sentiram, me senti como um deles, que desrespeito, que covardia, que tristeza saber que um povo que paga o salário de três prefeitos, três, mesmo assim não tem ninguém por ele! Políticos desta minha terra, tomem vergonha na cara, acordem para a realidade do seu povo!Jorge Plácido Ornelas de Souza Carta a um amigoPor aqui a chuva finalmente resolveu dar um tempo, parou de encharcar os caras que levantam cedo para o batente e já deixou de fragilizar a saúde dos moleques que mesmo contra vontade vão resmungando para a escola, meio que sonolentos, com caras de zumbi. As águas que escapam ao leito do rio deixaram de encher de barro as ruas, as praças e a cidade, como também já não ameaçam as casas humildes que, por falta de condições financeiras de seus moradores, foram erguidas na base do sopapo às margens dos rios ou no alto dos barrancos. Esse povo, aliás, tem vivido de teimoso, se para ganhar algum dinheiro faz das tripas, coração, e quando tem quem o ajude a construir sua casinha, mesmo que de estuque, logo aparecem os fiscais da Prefeitura para embargar-lhe o sonho. Mas se for em área perigosa que o barraco é construído ninguém dará as caras contestando o risco. É como se a omissão fosse uma forma de desejar que aquilo tudo desabe na cabeça do pobre diabo e com isso a imprensa possa divulgar a cidade enquanto os políticos da região metem a mão na grana que os governos federal e estadual possa mandar como ajuda. Quanto aos familiares que chorarem a perda que tiverem, esses vão se danar à própria sorte. Ficarão como estão os desabrigados das cidades da serra, morando de favor na casa dos outros, enquanto a verba que resolveria os seus problemas e os do município sumirá nos ralos que hoje se encontram entupidos e malcheirosos.Silvio Afonso de MacedoSítio São Luiz Concordo com a sugestão do Sr. Maycon B. de Almeida, publicada nesta coluna no dia 05/12/2012. Está na hora da Prefeitura tomar uma providência, a situação da estrada e demais ruas do Sítio São Luiz está precária. Já não estão mais com buracos e sim com verdadeiras “crateras” e a situação está piorando com as chuvas. O secretário de Obras já deu sua resposta, porém, não deu nenhuma solução até o momento. Gostaria de dizer que a Prefeitura tem suas responsabilidades quando libera a construção de condomínios, como vem acontecendo na localidade, e ela é responsável também pela infraestrutura e sua manutenção, o que não acontece há anos. Então por que liberar mais obras se não há manutenção? Há ruas que até hoje não têm nem CEP. Não há galerias para escoar as águas das chuvas, não tem rede de esgoto, não tem um número de coletivos suficiente para atender o crescimento do local, nem a capina vem sendo realizada com frequência, como era antes. Há ruas com entulhos e materiais de construção abandonados na beira da pista. Gostaria de pedir à Prefeitura e secretariado que tomem alguma providência para as diversas reclamações.Carlos PiresJorge Plácido 1Excelente e divertida a crônica do Sr. Jorge Plácido, publicada no dia 4/12. São pessoas como ele que fazem a gente ler o jornal. Ainda bem que ele escreve todos os dias, senão faria uma falta danada! Sr. Jorge, muito obrigada por seus textos tão bem escritos.Semiramis DellingCascatinhaGostaria de colocar umas fotos e que vocês fizessem uma reportagem da sujeira do Cascatinha e da má conservação das ruas. Vocês fizeram uma reportagem com dois moradores deste bairro, que saiu no jornal, mas eles só pensam em parquinho, ninguém está pensando em parquinho somente, o mais importante é denunciar a sujeira das ruas, os animais na rua, o buraco que parece um queijo suíço da Queijaria Friburgo. Tenho a foto destas coisas que estou falando e aguardo resposta.Mônica BrasilJorge Plácido 2Escrevo hoje em A Voz dos Leitores para fazer uma crítica ao Sr. Jorge Plácido Ornelas de Souza. Sempre leio atentamente as suas escritas e acho que ele tenha um dom especial para criticar, pois poucas vezes, muito poucas, o vi fazendo um elogio. Em muitas vezes também bati palmas para ele. Mas desta vez me surpreendi com suas palavras, não acredito que tenha sido por má fé, mas talvez por falta de conhecimento. Hoje, 5/12/2012, as suas palavras atingiram a mim e muitos que conheço, quando falando as verdades sobre os bairros Três Irmãos e São Jorge—o que eu acrescentaria tantos outros como Córrego Dantas, Duas Pedras, Floresta, Vilage, Prainha et—, ele faz um comentário mentiroso sobre o 1º Simulado Geral de Nova Friburgo para Resgate e Prevenção, que ocorreu na quinta-feira, 29/11/2012: “Não sei por que tanto estardalhaço com essas simulações, embora não tenha nada contra, acho-as até essenciais... por que não se faz estardalhaço exigindo do governo, da Prefeitura, para que se tome medidas de prevenção e contenção? (...) A gente sabe que a maioria daqueles que participam destas simulações sequer mora nesses bairros, ou até nem mora em Nova Friburgo... Pode chover forte que eles pouco se preocuparão....” Quanta injustiça, isso é mentira, Sr. Jorge Plácido, o coordenador do Simulado, o coronel do batalhão do Corpo de Bombeiros, Sr. Luiz Emmanuel Palencia e seus comandados são de Nova Friburgo; o tenente-coronel João Paulo Mori, secretário da Defesa Civil e seus subordinados, são de Nova Friburgo; os funcionários da Faol, Energisa, Águas de NF, Rota 116, Diálogo, Codenf, radioamadores, dos hospitais, das diversas secretarias da Prefeitura, Autran, Ordem Pública, Educação, Saúde, imprensa etc, são de Nova Friburgo, voluntários da Cruz Vermelha são de Nova Friburgo, esses posso garantir que além de morarem em Nova Friburgo e não só em bairros afetados, muitos deles sentiram na pele a tragédia de 2011, e representantes de tantas outras ONGs, instituições e empresas de Nova Friburgo estavam nesse simulado. Talvez o senhor não saiba, mas esse simulado faz parte de tantos outros simulados que foram ocorrendo em nossa cidade no decorrer de 2011 e 2012 para tentar ajudar aqueles que estão em áreas de risco. Esses simulados eram feitos uma vez por semana em cada bairro, treinando evacuação, treinando resgate, dando suporte para que a população saiba como deverá se comportar em um evento climático de grandes proporções. Tudo com o intuito de salvar vidas. Sabe, senhor Jorge Plácido, concordo com o senhor quando diz que precisamos fazer estardalhaço para cobrar tudo que tem que ser feito em nossa cidade, mas para isso o povo tem que se levantar, tem que gritar e tem que aprender a votar cada dia melhor. Mas também não será pela falta de comprometimento do poder público que nós ficaremos sentados sem dar o suporte necessário a quem precisa, se cada um de nós fizer o que é possível, que seja para amenizar, salvar, curar, pode apostar que vidas serão salvas. Não podemos impedir a fúria da natureza, mas podemos, através desses simulados, ajudar, e posso também garantir que as pessoas que moram nesses bairros estão muito gratas com esse trabalho desenvolvido pelo coronel Palencia e o tenente-coronel Mori. Só peço ao senhor um pouco mais de cuidado quando criticar, pois com certeza está mirando no pato e acertando um passarinho, e muitos desses passarinhos nada ganham com isso, ou seja, ganham sim: um coração aliviado por ter ajudado. Marcia Regina Fernandes de Oliveira, voluntária, comerciante e moradora de Nova FriburgoCarta a Márcia ReginaMárcia, em nenhum momento disse que sou contra simulados, sei que podem salvar vidas, são realmente necessários, apenas gostaria que todos entendessem que a realidade é bem diferente da simulação, a simulação é feita em condições favoráveis, à luz do sol, no entanto, as tragédias ocorrem quase sempre à noite, em ambientes e condições desfavoráveis, este é meu medo. Simulações são tantos essenciais que, em países em guerra e sob ameaças como Israel, ou mesmo aqueles que são submetidos a catástrofes como Japão, evitam o pânico e salvam vidas... Não quis em nenhum momento menosprezar o corpo de bombeiros ou os voluntários deste evento, meu receio é que se passarmos um ou dois anos sem catástrofes isto caia no esquecimento. Entendo sua indignação e sua revolta, afinal, o que vocês passaram foi desolador, foi terrível, mas respeito sua opinião e agradeço por ser uma leitora minha, mas você deve concordar comigo que falar coisas boas de Nova Friburgo, hoje, tá muito difícil. Talvez eu tenha me precipitado em dizer que as pessoas envolvidas neste simulado não moram em Nova Friburgo, afinal o número de participantes é muito grande, esqueci deste detalhe, peça a todos eles mil desculpas em meu nome... Talvez tenha me excedido um pouco, dada a minha revolta pessoal, porque quando nossa cidade estava no auge daquela tragédia em janeiro de 2011, me ofereci, junto a minha esposa, para trabalho voluntário ali no centro de distribuição da fábrica Ypu, fui rejeitado, sob o pretexto que trabalho voluntário ali, só com indicação da prefeitura, o que me revoltou e indignou... Torço para que estes simulados continuem acontecendo, volto a dizer, são de suma importância. E volto a afirmar novamente: em nenhum momento tive a intenção de duvidar da boa intenção de vocês, que participaram deste evento, e esta revolta que a senhora sentiu só me fez provar a seriedade do seu trabalho... Gostaria de conhecê-la para conversarmos, não quero e nem desejo, numa cidade tão carente, tão maltratada, ter a inimizade de alguém, amigos são difíceis de conseguir, porém inimigos se consegue fácil... Abraços!Como a Sra. disse, estava mirando num pato, acertei um passarinho, não era de minha intenção, o tiro saiu pela culatra! Quanto o que vocês ganham por esse trabalho não tenho dúvidas, ganham respeito e admiração! Fique com Deus!Jorge Plácido Ornelas de Souza
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