LEITORES - 03/12/2014

terça-feira, 02 de dezembro de 2014
Participe da coluna A Voz dos Leitores, enviando texto e fotos para leitores@avozdaserra.com.br. Mensagens sem identificação completa e textos digitados com todas as letras maiúsculas serão desconsiderados para publicação. Em razão do espaço, os textos podem ser resumidos ou editados. O jornal também se reserva o direito de publicar ou não as cartas dos leitores. Para o envio de fotografia, o leitor confirma que é o autor da mesma ou possui autorização para distribuí-la, e autoriza expressamente o jornal A VOZ DA SERRA a publicá-la no meio impresso ou digital.    Dona Lurdes  Sempre gostei muito de ler. Quando era criança, por volta de sete anos de idade, minha mãe (leitora assídua de A Voz da Serra) leu para mim uma crônica sobre uma cadelinha que havia desaparecido... seu nome era "Bolinha”. Fiquei muito comovida com a história e minha mãe escreveu para a autora da crônica, contando para ela da minha emoção ao ouvir seu relato. A autora era a Sra. Lurdes Gonçalves. Ela, pessoa muito delicada e atenciosa, respondeu a minha cartinha, de forma muito carinhosa, e fez uma crônica chamada "Roberta”, falando sobre mim. Nem preciso dizer que fiquei toda boba e meus familiares também! Na oportunidade, Lurdes Gonçalves também me enviou três dos seus livros infanto-juvenis e "A Hora do Campeão” foi o primeiro livro que li inteiro e sozinha! Perdi as contas de quantas vezes li e reli esse livro e o personagem Janjão tornou-se um dos meus heróis da infância. Desde aquela época, eu e Lurdes Gonçalves nos correspondemos uma única vez por ano: no Natal. Tenho hoje 35 anos e desde os sete anos, não houve nenhum Natal em que eu não recebesse o cartãozinho carinhoso de Lurdes Gonçalves. Nos encontramos pessoalmente somente uma vez, na época em que cursei faculdade em Nova Friburgo. Confesso que encontrar Lurdes Gonçalves me deixou um tanto intimidada, afinal, eu era muito jovem e ela era uma grande escritora, alguém que sempre admirei, desde a infância, e por causa dela pensei seriamente em me tornar escritora (o que não aconteceu). O tempo passou, cresci, passei num concurso, comecei a trabalhar, namorei, casei...vida corrida, mas sempre no Natal nos enviávamos o tradicional cartãozinho de Boas Festas, onde eu contava as novidades: meu trabalho, casamento, por vezes enviava fotos. Há alguns anos também passamos a nos corresponder por e-mail. Como sempre ocorreu, hoje, dia 1º de dezembro, lembrei dela. Afinal, dezembro é o mês do cartãozinho da Dona Lurdes! Como estou grávida, comentei com meu marido que iria enviar junto com o meu cartão de Natal uma foto do barrigão! Tenho certeza que ela iria ficar feliz com a novidade. Há alguns meses os e-mails enviados para Lurdes Gonçalves não eram mais respondidos e voltavam como "não lidos”, mas não pensei muito nisso, já que realmente nosso contato era somente nos Natais. Imaginei que ela tivesse trocado o e-mail ou estivesse sem tempo de lê-los. Hoje tive a ideia de procurá-la no jornal A Voz da Serra, ler sua última crônica, e tive uma triste surpresa ao ler sobre sua nota de falecimento. Depois de muitos e muitos anos, será o primeiro Natal em que não enviarei e nem receberei o cartãozinho carinhoso da D. Lurdes. Não sei se ela tinha parentes, mas espero que minhas condolências (mesmo atrasadas) cheguem até eles e que eles saibam do carinho que eu e minha mãe sempre sentimos por ela. Agradeço a ela por ter feito a minha infância mais feliz, com seus livros e crônicas. Será um Natal mais triste para nós, mas tenho certeza que o céu está em festa. Que ela descanse em paz. Beijos, Dona Lurdes! Feliz Natal para a senhora. Roberta Macuco Queiroz  Um caos Li a matéria sobre as denúncias do vereador Wellington, e quero dizer que como friburguense me sinto feliz que alguém tenha coragem e audácia de falar o que acontece nos bastidores da política em nossa cidade. A saúde em nossa cidade está um verdadeiro caos, e infelizmente são poucos os vereadores que têm brigado pela nossa saúde. Dou minha opinião com total segurança pois acompanho as sessões da Câmara pela televisão e vejo a vergonha de muitos vereadores que foram eleitos pelo povo e ficam calados diante da situação vergonhosa que está o Raul Sertã. Minha mãe foi atendida depois de uma hora e meia esperando, o médico receitou Atenolol junto com Catopril, mas quando chegou na sala de medicação a enfermeira voltou com a minha mãe para o consultório do Dr. Pedro Paulo (o médico que fez o primeiro atendimento), dizendo ao médico que não havia a medicação Atenolol prescrita por ele. Resumindo: minha mãe ficou sem a medicação! Saúde é direito de todos garantido pela Constituição, é o mínimo que o povo friburguense está clamando. É muito pedir uma saúde digna? É vergonhoso esses vereadores que ao invés de fiscalizarem o Executivo, ficam abaixando a cabeça em troca de favores e nomeações! Solange Torres Viana Cobrança indevida  No fim de semana paguei R$ 5 para estacionar em um clube famoso da cidade e no bilhete de estacionamento tinha o famoso dizer: " Srs. não nos responsabilizamos por roubo ou pertence dentro do veículo”. Pois é, é isso que quero chamar a atenção. É obrigação, sim, do estabelecimento, uma vez que cobra pelo serviço, tendo, sim, responsabilidade quanto a todos os veículos que ali pagaram pelo serviço, inclusive pelos pertences e quaisquer outros danos causados ao seu veículo. Então, não se deixem levar pelas conversar fiadas daqueles que colocam esse comunicado nos recibos, a fim de se eximirem de suas responsabilidades. Assim já é entendimento do STJ, súmula 130 e art. 20 CDC. Se você, consumidor, se sentir lesado, busque seus direitos!  Maycon B. de Almeida Desnecessário  A vereadora Vanderleia deveria receber uma comenda da população friburguense por aceitar o cargo de 2ª vice-presidência da Câmara. Mostra que o cargo é completamente desnecessário e que a campanha da maçonaria de redução do número de vereadores está correta. Carlos Henrique Amorim  Má prestação de serviços Caros conterrâneos, é triste e muito incômodo expor problemas no âmbito da saúde. Entretanto, diante de tantas mazelas, sinto-me na obrigação de fazê-lo. Fui ao Hospital São Lucas neste corrente dia (1º/12/2014) porque meu pai cortou a mão e precisava de atenção médica. Chegamos no local às 16h30. Enquanto aguardávamos, a recepção ficava lotada. Longe de culpar as recepcionistas e muito menos a doutora que o atendeu neste dia (extremamente atenciosa). Viemos aqui expor a falta de qualidade nos serviços prestados e assumidos pela casa de saúde, que tem tantos anos no ramo. Além disso, manter um plano de saúde não é tão fácil, pois é caro. Sabemos disso! Pessoas foram embora, esbravejaram, ficou um clima muito denso enquanto outras pessoas choravam pela falta de estrutura e falta de respeito justamente num momento tão delicado em que as pessoas estão mal fisicamente e precisam de atenção. Por isso tudo, decidi expor a todos esta questão para que o hospital possa se manifestar. Peço também às pessoas que já se sentiram assim se manifestem também, para que possamos fazer o bom uso da democracia e dos nossos direitos. Paz a todos! Felippe Senna   OPINIÃO DOS LEITORES "Mais Propostas e Mais Soluções” Uma crítica à campanha pela redução do número de vereadores Talvez em razão da força política e econômica de seus principais interlocutores, a campanha contra a manutenção do número de 21 (vinte e um) vereadores na Câmara Municipal de Nova Friburgo tem ganhado admirável repercussão. Sob o slogan "Menos Vereadores e Mais Soluções”, a Loja Maçônica Indústria e Caridade propõe a redução do número de parlamentares para 15 (quinze). Muito antes de analisar o mérito da questão — se o número mais adequado é o atual (21) ou o desejado pela Maçonaria (15) —, gostaria de opinar sobre as estratégias publicitárias da campanha, cujo slogan é seu principal instrumento de persuasão. A relação inversamente proporcional que se criou entre a quantidade de vereadores e a oferta de soluções para os problemas do Município soa antidemocrática e perigosa. A crença de que um número menor de vereadores produzirá um número maior de soluções aposta na inutilidade completa do Parlamento. Se "mais soluções” importam em "menos vereadores” o ideal seria que o prefeito governasse sozinho. Com certeza esta não é a vontade da Loja Maçônica. Vereadores são agentes públicos com mandato investidos de poderes legislativos e fiscalizatórios. Uma Câmara forte (numerosa ou não), altiva e independente oxigena a democracia e garante o pleno funcionamento dos mecanismos de controle. Para ficar num exemplo recente, caso a bancada de oposição tivesse sido vitoriosa na reprovação do Projeto de Lei (do Executivo) que viabilizou a compra da Fábrica Ypu pela Prefeitura, a cidade não estaria até hoje envolvida no imbróglio, com riscos efetivos de prejuízos aos cofres públicos municipais. Queiramos ou não, o Parlamento é protagonista do processo político brasileiro em todos os níveis. Campanhas publicitárias que desmerecem ou apequenam o papel do vereador, representante mais próximo do cidadão-eleitor, acertam no coração da democracia. Nossa imaturidade institucional e a sordidez da mídia hegemônica abrem uma avenida extensa para manifestações de criminalização e demonização da política. O relativo sucesso da campanha "Menos Vereadores e Mais Soluções” tem a ver com o terreno onde ela foi plantada. Tornou-se automática a associação entre políticos e adjetivos pejorativos, como safado, pilantra e cafajeste. Reina a presunção da culpabilidade e não existe constrangimento para maldizer vereadores, deputados, senadores e prefeitos. É ingênuo não perceber que enquanto parte desses ataques é fruto do passado (e do presente) realmente desonesto de alguns agentes políticos, outra parte é fruto de uma acirrada disputa de poder. Quanto menor o espaço da política institucional, maior o espaço de seus "rivais”: a mídia hegemônica, o poder econômico, o capital financeiro, etc. Quanto mais fraca for a política, menor será a sua capacidade de regulação, controle e fiscalização. Esta sim é uma relação inversamente proporcional. Os "rivais” da política crescem e florescem nesse cenário triste de demonização e criminalização.  "Mais soluções” não virão na esteira de "Menos Vereadores”, como insiste o slogan. Numa sociedade democrática, a solução dos problemas comuns será resultado direto do incremento da participação popular. Câmaras de Vereadores, Prefeituras, Conselhos Comunitários e Associações de Moradores devem ser instrumentos da participação popular. Nova Friburgo, aliás, é bastante desenvolvida nesse tema. A Resolução Legislativa nº 2.099/2014, em vigor desde 14 de abril deste ano, permite que pessoas do povo (médicos, advogados, artistas, maçons, desempregados, etc.) apresentem diretamente à Câmara de Nova Friburgo projetos de leis de seus interesses. O procedimento é relativamente simples e pode contar com o auxílio da Comissão Parlamentar de Legislação Participativa. "Mais Propostas e Mais Soluções” pode ser o mote de uma iniciativa que seja capaz de integrar as pessoas aos espaços de poder, sem demonizar a política ou aqueles que estão ao seu serviço.   E antes que se efetive a redução pretendida, é preciso estar atento ao texto constitucional, mais precisamente às alíneas de seu artigo 29, inciso IV. Ali está escrito que nos "Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes” (faixa que enquadra Nova Friburgo) será observado o limite máximo de 21 (vinte e um) vereadores, exatamente o tamanho da Câmara atual. A faixa populacional imediatamente inferior à nossa (entre 120 e 160 mil habitantes) indica um limite máximo de 19 (dezenove) vereadores. Embora o texto constitucional não registre limite mínimo para nenhuma das faixas populacionais, parece claro que cidades com mais de 160 mil habitantes (caso de Nova Friburgo) não podem extrapolar o número de 21 (vinte e um), mas também não podem ficar aquém de 19 (dezenove), teto da faixa que nos antecede. Admitir que o texto constitucional não previu qualquer limite mínimo significa assumir a existência de Câmaras com 1, 2 ou 3 vereadores, o que evidentemente não é razoável. Nem sempre a vontade do legislador está expressa na letra da lei, ou da Constituição, de maneira solar. O fato de o artigo 29 do texto constitucional estabelecer faixas populacionais sucessivas, aumentando-se o número de parlamentares de acordo com o número de habitantes, prestigia o princípio da proporcionalidade. O número de vereadores pretendido pela campanha "Menos Vereadores e Mais Soluções” é aquele determinado para Municípios com população entre 50 e 80 mil habitantes (art. 29, inc. IV, alínea "d”, CF/88). Nova Friburgo tem mais do que o dobro do teto dessa faixa.  A redução numérica de nossa Câmara de Vereadores não importará necessariamente na queda de qualidade dos trabalhos legislativos e o raciocínio inverso também não é verdadeiro. Entretanto, esta não é a nossa maior preocupação. Preocupa-nos muito mais o processo de desgaste da política, que vem na esteira da deslegitimação das instituições republicanas e da própria democracia. O surgimento de soluções criativas para os problemas que nos afligem não será facilitado pelo corte de vagas no Legislativo. É preciso estimular a participação popular organizada em todos os espaços de poder e a Câmara pode ser um aliado fundamental: "Mais Participação e Mais Soluções”. Rafael Borges  WhatsApp A Voz da Serra "Vi que o índice de apreensão de drogas aumentou significativamente. Gostaria de fazer constar que não se trata de um mérito do comandante, mas sim de uma tropa totalmente comprometida com o bem-estar da população friburguense e que não é reconhecida à altura de seus grandes feitos! Se o comandante é bom, a tropa é melhor ainda.” Silvio Mello     "Emaranhado de fios em plena calçada da Rua José Tessarollo dos Santos, 43.” Tânia Marconi Nicolau Participe desta seção enviando fotos, comentários e sugestões para o WhatsApp do jornal: (22) 99274-8789
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