A imprensa de Nova Friburgo e a importante família Ventura

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Nas comemorações dos 70 anos de A Voz da Serra, ocorre-me escrever algo sobre a imprensa de Nova Friburgo e, em particular, sobre o destacado papel que o jornal representa na imprensa do interior fluminense, da qual é emblemática.

No início de 1945 (o regime democrático se restabelecia, culminando com a queda de Getúlio Vargas em 29 de outubro), o jornalista Américo Ventura, enfrentando ingentes sacrifícios e com arrojo, lança A Voz da Serra, que seria êmulo de dois jornais locais já existentes: A Paz, de propriedade do médico Galdino do Valle Filho, e O Nova Friburgo, sob direção do jornalista Pedro Cúrio. A semente lançada frutificou e o jornal chega a sete décadas de publicação ininterrupta. Os dois citados semanários, infelizmente, não resistiram às intempéries, e apesar das tentativas de renascimento deixaram de circular definitivamente.

Atualmente sob a modernizadora direção da jornalista Adriana Ventura e seu filho Gabriel, AVS não deixa de seguir a tradição do seu avô que o fundou e de seu pai Laercio Rangel Ventura, continuando a praticar autêntico jornalismo em defesa das legítimas, não raro sofridas, aspirações do povo friburguense e da região Centro-Norte.

Apraz-me salientar que fui amigo de Américo Ventura. Tive com ele fraterna amizade quando fui secretário de Comunicação Social e diretor da Agência Fluminense de Informações no Governo Paulo Torres, nos idos de 1964-66. Após seu falecimento, a amizade continuou com Laercio, que ingressou há dois anos na vida espiritual. Laercio me recebia com a serenidade e fidalguia que lhe caracterizavam, desde os tempos do sobrado da Alberto Braune, passando depois para a redação da Fernando Bizzotto. Quando estava em Nova Friburgo, sempre ia à redação solicitar a publicação de alguma notícia — ainda não havia e-mail — notadamente em setembro, quando se realiza o “Encontro da Família Erthal”, em Bom Jardim.

Encerro esta mensagem à Adriana Ventura, ao Gabriel e sua equipe, recordando Raquel de Queiroz, que dizia: “Papel de jornal deve ser como papel de Bíblia, só pode ser usado em serviço de causa justa, do bem de todos e do bem de cada um”. É o que faz A Voz da Serra, desde sua fundação até os dias que correm.

Célio Erthal Rocha é jornalista e advogado 

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