O que virá com a Copa?

Começou a Copa. Apesar dos protestos, tudo indica que a maioria da população vê com bons olhos o fato de o país sediar a competição e vai torcer pela nossa seleção. Apesar, claro, de ter críticas aos gastos estratosféricos e ao grau de concessões feitas à Fifa. E, também, de ver com ceticismo o tão falado "legado” que ela vai deixar.

Além das manifestações diretamente relacionadas à Copa — até agora menores do que as do ano passado, embora com potencial de crescimento — surgiram muitos movimentos de caráter sindical, que aproveitam o momento propício para conseguir o atendimento de reivindicações.

De qualquer forma, as manifestações do ano passado, com a retomada de protestos de rua, que há muito tempo não aconteciam com tal amplitude, deixaram marcas. Ficou nos manifestantes a percepção de que, com a luta, reivindicações podem ser alcançadas.

Um balanço das principais bandeiras levantadas em 2013 mostra que, se nem todas foram atendidas, ficou um saldo que vai além do aumento da consciência dos manifestantes.

Em primeiro lugar, na maior parte das capitais o reajuste das passagens de ônibus, estopim para os protestos, acabou ou foi adiado. E outras reivindicações acabaram atendidas, seja pelo Executivo seja pelo Congresso, sempre sensíveis às pressões populares.

Mas ninguém é capaz de prever, com segurança, o que vai ocorrer ao longo deste mês. As manifestações podem crescer e atingir o nível de 2013 ou, o que é mais provável, não chegar a impactar o país como no ano passado. Qualquer previsão não passa de especulação.

Não só porque o movimento de massas costuma pregar peças naqueles que tentam adivinhar seu desdobramento, como porque até mesmo o desempenho da seleção pode influenciar o humor das ruas.