A Copa é uma festa

As cidades que sediam jogos da Copa foram tomadas por uma enorme alegria. Brasileiros e turistas convivem num clima festivo, em que a torcida pelo país não tem dado lugar a hostilidades a adversários. São argentinos e chilenos tomando as ruas de Copacabana ou holandeses fazendo carnaval fora de época em Salvador. Aliás, a mesma cidade já tinha sido adotada por jogadores alemães, que chegaram a gravar um vídeo com camisas do Bahia, o mais popular time local, cantando o refrão "Bahêa, Bahêa”.

Os registros de violência ou de casos de natureza policial foram mínimos. A tônica é a confraternização geral. Nosso país está dando um exemplo ao mundo. Estamos mostrando, como muitos turistas têm afirmado em entrevistas, que o melhor do nosso país é mesmo seu povo.

As manifestações de protesto — algumas delas levantando bandeiras justas — também sofreram a influência desse clima e têm transcorrido sem violência, como se o ambiente da Copa tivesse tomado conta do país.

Com o desenrolar da competição, é de se prever que esse clima ganhe mais e mais corpo, principalmente se a seleção brasileira seguir vencendo.

De qualquer forma, é bom lembrar o que disse Garrincha, em 1958, ao receber uma instrução do técnico Vicente Feola que previa, de forma excessivamente detalhada, como se comportaria a seleção da então URSS. "O senhor já combinou com os russos, seu Feola?”, perguntou nosso endiabrado ponta-direita.

Os jogos — que têm sido de altíssima qualidade — demonstram que o caminho para o hexacampeonato não será fácil.

Vamos torcer pelo Brasil, mas sem esquecer que o campeão será apenas um. E que o mais importante é que essa confraternização tão bonita não se interrompa.

Esta será a nossa maior vitória na Copa.

Estaremos dando um belo exemplo para o mundo.