Às vésperas do bicentenário, professores ameaçam com greve

Escolas e creches municipais ficam sem aulas e categoria, que não recebe o piso nacional, faz passeata em frente à prefeitura
quarta-feira, 09 de maio de 2018
por Alerrandre Barros (alerrandre@avozdaserra.com.br)
A manifestação na tarde desta terça-feira em frente à Prefeitura (Foto de leitor)
A manifestação na tarde desta terça-feira em frente à Prefeitura (Foto de leitor)

O prefeito de Nova Friburgo, Renato Bravo, recebeu uma comissão do Sepe, o sindicato dos profissionais da Educação, durante a manifestação da categoria, na tarde desta terça-feira, 8, em frente à prefeitura. O grupo seguiu em passeata até a sede do governo após decidirem, em assembleia, entrar em greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira, 14, véspera do bicentenário da cidade.

Desde o ano passado, o Sepe negocia com o prefeito Renato Bravo reajuste salarial para os profissionais (os professores não recebem o piso nacional e a equipe de apoio tem salário-base de R$ 807), cobram isonomia salarial (há profissionais que trabalham 30 horas semanais e recebem o mesmo que quem trabalha 17 horas), cumprimento de um terço da carga horária para preparação das aulas e regularização do plano de carreira.

No início deste ano, o sindicato tentou retomar a discussão da pauta com o governo, mas somente após a ameaça de paralisação das atividades uma reunião foi agendada para a manhã desta terça-feira, 8. Bravo, porém, não compareceu ao encontro. “Fomos informados pela assessoria do gabinete que ele estava em outro compromisso, o que nos causou estranhamento, uma vez que o governo nos convidou para a reunião”, afirmou a coordenadora do Sepe, Marília Formiga,.

Em nota, a prefeitura informou que o prefeito “teve um imprevisto na agenda”, mas que remarcou a reunião com representantes do Sepe para a tarde deste terça-feira, 8, porque “preza pelo diálogo aberto com todos os canais da sociedade”. Mas, antes do encontro com o prefeito, às 14h, o Sepe realizou uma assembleia com a categoria, já agendada previamente, no Colégio Estadual Jamil El-Jaick, e os profissionais decidiram pela greve.

Após a deflagração da paralisação, dezenas de professores e profissionais de apoio realizaram uma passeata da escola até a prefeitura. Eles ocuparam o trecho da Avenida Alberto Braune, o que causou retenção na via. Com faixas com as frases “Nova Friburgo 200 anos. A educação em luta não tem o que comemorar”, e “Prefeito, valorize os professores. Negociação já!”, eles bradaram palavras de ordem no local. Uma comissão do Sepe foi recebida por Renato e o secretário de Educação Renato Satyro, mas até o fechamento desta edição, o teor do encontro não havia sido divulgado.

Durante todo o dia, estudantes que foram às aulas nesta terça-feira, 8, foram dispensados. Professores e outro profissionais cruzaram os braços, paralisando parcial ou totalmente as atividades em cerca de 90% das creches e escolas municipais. O balanço com a quantidade de alunos e unidades escolares afetadas pela paralisação de 24 horas não foi fechado Secretaria Municipal de Educação até o fim da tarde. As aulas devem voltar ao normal nesta quarta-feira, 9.

 

 

 

 

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