Temporada de sopas em Nova Friburgo está a todo vapor

Noites frias pedem um prato quente
sábado, 28 de julho de 2018
por Paula Valviesse (paula@avozdaserra.com.br)
Temporada de sopas em Nova Friburgo está a todo vapor

Para quem curte comer bem nesse tempo mais frio, Nova Friburgo é cheia de opções. Especialmente quando o prato é sopa, é possível encontrar uma saborosa degustação em restaurantes, bares, pubs e até churrascarias e cafeterias da cidade. São opções para todos os gostos: de legumes, grãos, com massa, com ou sem carne, quentes e frias. Alguns estabelecimentos chegam a realizar rodízios. E os acompanhamentos são os mais variados: pãezinhos, queijos, croutons, torradas, manteiga, azeite, pimenta, é só escolher o que mais agrada ao paladar e aproveitar.

No bar

O Cesar’s Bar, na Rua General Osório, 391, no Centro, já tem tradição de caldos nos período de inverno. Feitas pelo próprio Cesar, as receitas incluem a vaca atolada e o caldo de mocotó com feijão branco, que são as mais pedidas pelos clientes. Os pratos já são parte do cardápio, que está sempre ganhando um novo sabor.

Fazem parte do menu diário o caldo verde e o feijão mexicano. Já o creme de inhame é servido às terças-feiras, a vaca atolada às quartas e sábado, o macarrão com feijão branco, nas quintas-feira, e a dobradinha com feijão branco às sextas. A estimativa é de que o consumo de sopas e caldos neste período mais frio aumente em 200%. Já as entregas para quem quer tomar um caldinho sem tem que se aventurar na noite fria crescem 500%.

Na churrascaria

A Churrascaria Quinta Rica (dos Amigos do Júlio), na Praça Presidente Getúlio Vargas, 104, no Centro, também tem rodízio de sopas. São 20 pratos tradicionais da casa, servidos todos os dias, com acompanhamentos de torradas, tempero verde, couve, além do azeite e da pimenta que já estão sempre à mão.

O restaurante funciona todos os dias, o rodízio custa R$ 18 e os participantes podem experimentar todos os sabores.

Na cafeteria

O Oficina Gourmet é uma cafeteria localizada no Posto São José, em Olaria. As sopas já são parte do menu e a procura por esse alimento triplica nessa época do ano. Os pratos são servidos em todos os horários e no cardápio são seis as opções: abóbora; abóbora com gorgonzola; batata baroa; batata baroa com brie; ervilha e ervilha com bacon, mas é possível ainda optar por outras combinações, como batata baroa com gorgonzola, por exemplo. Os valores variam de R$ 22 a R$ 27 e entre os acompanhamos estão queijo parmesão, croutons ou torradinhas.

No restaurante

No Restaurante Dona Mariquinha, que fica no antigo Hotel Maringá, na Rua Monsenhor Miranda, Centro, de terça a sexta-feira, Das 18h30 às 20h45, é realizado o rodízio de sopas. Cada dia da semana são combinadas três opções diferentes que entram no menu. Todos os pratos são acompanhados de uma cesta de pães e de parmesão, além disso estão sempre à mesa o azeite, a manteiga e o molho de pimenta.

Entre as opções estão: macarrão com feijão, creme de legumes, canja de legumes e caldo verde, que são as mais pedidas da casa, mas as variedades são grandes, uma vez que cada dia é uma combinação de três pratos diferentes. O rodízio, iniciado em maio, quando o tempo começou a esfriar, costuma ir até o final de setembro, custa R$ 15 por pessoa e os participantes podem comer à vontade.

Outro restaurante que aposta nos pratos quentes é o Colonial Gourmet, na Avenida Conselheiro Julius Arp, 80, no Centro. As sopas já fazem parte do cardápio do estabelecimento, com as variedades: caldo verde; creme de batata baroa com camarão; creme de batata baroa com carne seca e ervilha com bacon. Os preços variam entre R$ 19,90 e R$ 32,90. O local abre para almoço de segunda a sexta-feira, das 11h às 15h, funciona à noite quarta a sexta, das 18h às 23h. No sábado abre das 11h às 23h45 e no domingo das 11h às 17h.

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Diferença entre caldos e sopas

Sabe o famoso caldo verde? Então, ele é uma sopa. Já a canja de galinha, quando não contém pedaços de frango, é um caldo de frango claro. Tudo bem, a intenção não é confundir. Por isso pedimos ao diretor da Escola Superior de Gastronomia da Universidade Candido Mendes em Nova Friburgo, Salvador Canto Netto (foto), para explicar melhor essa diferença entre caldos e sopas.

Segundo Salvador, o caldo - que recebe nomes diferentes em outros países com forte repercussão gastronômica, como brodo, em italiano, stock, no inglês, bouillon, em francês e fondo, em espanhol - é uma base da gastronomia ocidental. Quase todas as escolas de gastronomia abordam esse conteúdo na primeira aula, para ter uma ideia da importância dele na preparação de pratos. Os restaurantes fazem os caldos para utilização em molhos, sopas e cremes.

Existem vários tipos de caldos, então buscamos saber com Salvador alguns dos mais comuns para exemplificar melhor a questão. Eles são:

Caldo claro de frango - feito com a carcaça do frango crua e vegetais (alho poró, cebola, cenoura, salsão, pimenta do reino), que são levados a água até um cozimento longo em baixa temperatura. Após um tempo o caldo é coado e pode ser fervido até boa parte da água evaporar e o seu sabor ficar concentrado. Ele é “claro” porque a carcaça não foi ao forno antes de ser "cozida" na água.

Caldo escuro de frango - é feito a partir da carcaça de frango e vegetais que foram levados ao forno para provocar uma reação aromática. A carcaça assada dá uma cor mais escura ao caldo. o resto do processo é o mesmo do anterior.

Caldo claro de carne - Mesmo preparo do de frango só que com ossos bovinos. Não foi ao forno.

Caldo escuro de carne - Processo similar ao frango, mas feito a base da carcaça de carne que já foram ao forno e mais extrato de tomate.

Caldo de legumes - feito exclusivamente com vegetais que não possuam amido.

Caldo de peixe/fumé - feito com carcaça de peixe e vegetais.

Os caldos são as bases dos pratos, a partir deles são feitas várias receitas. Por exemplo, do caldo claro de frango é possível fazer risotos e também algumas sopas, como o velouté e o consomé, duas especialidades da cozinha francesa. E do caldo escuro de carne originam-se o tão conhecido molho madeira, demi glacé, além ser usado em várias sopas.

Já as sopas podemos dizer que são o prato final. E, de acordo com Salvador, elas podem ou não serem feitas a partir de caldos. E aqui elucidamos a questão do caldo verde, que na verdade é tradicionalmente uma sopa, que leva água, batata, carnes e couve. Ele pode também ser um caldo verde “melhorado”, só substituir a água por caldo de frango.

E para finalizar, Salvador dá uma dica para a preparação da sopa: “Devido à dificuldade de se produzir caldos em casa a opção é utilizar caldos industriais, mas buscando sempre as marcas com menor teor de sódio”.

 

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TAGS: inverno | Gastronomia
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