“Seus sonhos são meus sonhos”, diz Anderson França sobre as conquistas de seus alunos

Treinador que ajudou a revelar lutadores friburguenses hoje integra uma das melhores equipes do mundo
sábado, 01 de setembro de 2018
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
“Seus sonhos são meus sonhos”, diz Anderson França sobre as conquistas de seus alunos

 

Um dos mais talentosos mestres de Nova Friburgo, que ajudou revelar e lapidar verdadeiros diamantes da terrinha. Da tutela de Anderson França saíram nomes como Marlon Moraes e Edson Barboza Jr, hoje no UFC. São apenas dois nomes dentro de um baú de tesouros.

Hoje Anderson mora em Boca Raton, no estado da Flórida, nos EUA, e integra o America Top Team, uma das equipes líderes em artes marciais mistas (MMA). Entre um jab e outro, ele tirou um tempo para falar de como a cidade bicentenária hoje é referência na formação de grandes lutadores.

 

AVS: É correto dizer que Friburgo é um celeiro de craques na luta?

Anderson França: Acredito que Nova Friburgo seja um celeiro de craques sim, não só na luta como em muitos outros esportes. Temos grandes talentos em diversas áreas e acho que poderíamos estar muito longe, falta apoio dos empresários para que os atletas possam se desenvolver e ir além.

A que devemos esse nível de excelência?

A formação de um atleta de alto nível não se faz de um dia para o outro. Primeiro tem de haver disciplina, dedicação, uma boa alimentação e apoio. Sempre acreditei e acredito no meu trabalho. Falava e via o talento do Edson e do Marlon e, desde o início, sabia que chegariam muito longe. Poucas pessoas confiavam e acreditavam no que eu falava, achavam que eu era um sonhador.

Você tem sido referência na formação de grandes lutadores. Como é ver os pupilos crescendo e se consagrando em diversos torneios?

Estou na arte marcial desde os 7 anos de idade. Sou formado há 22 anos. Sempre tive o sonho de ajudar meus alunos a conquistarem seu espaço. Posso te garantir que minha maior alegria é ver meus atletas conquistando seus objetivos. Seus sonhos são meus sonhos. Somos mais do que amigos, somos uma grande família.

Lutadores como Marlon Moraes e Edson Barboza Jr. são referências para os jovens que ingressam nas academias?

Edson e Marlon são referências mundiais. São exemplos de atletas, profissionais, seres humanos. Vou vê-los sendo campeões do UFC.

O Mountain Fighting também é um torneio revelador de talentos. O que Friburgo nos reserva para o futuro da luta?

Hoje o Mountain Fighting virou referência nacional. No ano passado, foi considerado um dos maiores eventos, com estrutura de evento de alto nível. Começamos esse projeto com a organização de Marcia Spinelli, Thadeu Aor e Igor Ferreira. Hoje a Teia de Eventos está responsável pela produção do evento.

Que nomes podemos esperar se destacando no futuro?

Temos grandes atletas que precisam de apoio, mas têm um futuro brilhante pela frente. Entre eles estão Yure Silva (campeão mundial),  Kauã Fonseca (campeão brasileiro), Mauricio Macedo (campeão brasileiro), Gustavo Trindade (campeão brasileiro) e Carol Carvalho (campeã do Mountain Fight 2017).

O que é o American Top Team?

American Top Team é uma das maiores e melhores academias de luta do mundo.

Como surgiu esse convite?

Através do Conan (head coach da ATT e responsável pela equipe) e do meu sogro Alex Davis que também trabalha e treina na ATT. Eu e Conan trabalhamos muito bem juntos, nos demos bem desde o início, chega a parecer que nos conhecemos há 20 anos. Virou, além de patrão, um grande amigo (risos).

Você faz parte da equipe da Amanda Nunes, brasileira campeã do peso galo do UFC. Treinar com campeões é complicado?

A Amanda faz parte do American Top Team e ela me ajudou bastante. Tivemos a oportunidade de treinar juntos em um evento do UFC e logo percebemos que existia uma sintonia de treino espetacular. Ela é uma pessoa maravilhosa, humilde demais.  Tenho muito orgulho de fazer parte dessa equipe.

E como foi essa mudança do Brasil para os EUA?

Estava há seis anos muito ausente de casa, longe da minha esposa e meus filhos. Comecei a ver que não daria mais pra continuar seguindo a mesma rotina de antes, teria que parar de viajar sempre para fazer os camps, todo camp de treinamento ficava de cinco a oito semanas fora. No final via que ficava um ano mais fora do Brasil do que na minha casa. E sentia muita falta da minha esposa e meus filhos. Foi uma mudança complicada, tenho minha academia no Brasil, meus pais que amo muito, minha irmã Claudia Lannes de quem sinto falta. Quando não tiver luta, estarei sempre por aí. Saber que não estaria mais perto do Edson e Marlon foi bem difícil, agora o Edson já está aqui com sua família e pra ficar perfeito falta uma peça ainda:  Marlon Moraes e sua família.

 

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