Servidores de Friburgo voltam a cobrar reajuste do governo

Funcionalismo, que parou por 24h na segunda, busca equiparação salarial, melhores condições de trabalho e plano de cargos e salários
terça-feira, 05 de setembro de 2017
por Alerrandre Barros
O protesto em frente à Prefeitura (Foto: Henrique Pinheiro)
O protesto em frente à Prefeitura (Foto: Henrique Pinheiro)

Servidores da Prefeitura de Nova Friburgo interromperam as atividades por 24 horas, nesta segunda-feira, 4, em protesto por equiparação salarial, melhores condições de trabalho e plano de cargos e salários. Um grupo realizou um ato e se reuniu com um representante do governo à tarde, mas o teor do encontro não havia sido divulgado até o início da noite.

O ato foi convocado pela Federação dos Servidores Públicos Municipais no Estado do Rio (Fesep), que vem mobilizando o funcionalismo desde o que o Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Nova Friburgo (Sinsenf) sofreu intervenção judicial depois de uma irregularidade no processo eleitoral para a nova diretoria, no fim do ano passado.       

A Fesep não informou quantos servidores aderiram à paralisação nem a prefeitura comentou quais serviços foram afetados, mas, em frente à sede da prefeitura, cerca de 20 servidores, com apitos, nariz de palhaço e faixas, pressionaram o governo. Apesar da baixa adesão, já que Friburgo tem cerca de sete mil funcionários, o secretário-geral da Fesep, Eduardo Chamarelli, acredita que aos poucos o grupo vai aumentar.

“Durante anos, os servidores foram sub-representados pelo sindicato, então, eles não estão acostumados a se mobilizar pelos seus direitos. Temos visto um aumento na adesão do movimento”, disse.

A paralisação foi determinada pela Fesep em resposta aos baixos salários, ao salário-base hoje estabelecido em R$ 807, e também à necessidade de melhores condições de trabalho, da valorização dos servidores, do término das perseguições e assédios nos locais de trabalho e do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS).

“Recebemos salários abaixo do salário mínimo. Como querem que trabalhemos motivados nessas condições?”, reclamou a auxiliar administrativa Maria Teixeira, usando uma nariz de palhaço. Ela trabalha há quase 20 anos na Prefeitura de Nova Friburgo.

Em julho, a categoria havia entrado em estado de greve e criado uma comissão de servidores de vários setores para acompanhar as negociações. No dia 17 de agosto, o governo se reuniu pela primeira vez com representantes dos servidores, apesar de eles já terem protocolado três pedidos de reunião para tratar das demandas. Na ocasião, o prefeito Renato Bravo informou que está aberto ao diálogo e que o governo realizaria um estudo de impacto orçamentário.

Vereadores que participam da comissão de apoio aos servidores também estão acompanhando o caso. O vereador Zezinho do Caminhão (Psol) afirma que se a prefeitura cortasse o número de funcionários nomeados, seria possível reajustar o salário dos servidores do município, principalmente daqueles que ganham abaixo do mínimo e têm o salário complementado com outros benefícios.

“Somos sensíveis à situação dos servidores, R$ 807 é um salário de fome. O problema vem de governos anteriores, mas o atual também assumiu o compromisso de rever esta situação. Há nomeados pelo governo que ganham R$ 3 mil, além de gratificações de até R$ 2 mil, enquanto o servidor não recebe nem mesmo o salário mínimo. Isso precisa mudar”.

 

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