Separando o joio do trigo

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
por Jornal A Voz da Serra

A POUCOS DIAS do encerramento do ano, o país se vê mergulhado em problemas que vão da política — com o pedido de impeachment da presidente Dilma, da cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha e do avanço da Operação Lava-Jato sobre os partidos políticos — à crise econômica, que penaliza empresas, estados e municípios, sem falar toda a sociedade com elevada tributação, taxa de desemprego e inflação.

PARA COMBATER tal imobilismo será preciso um esforço conjugado das classes produtivas com o Estado, contando com o aval do Congresso, tentando superar este grave momento que deixa o Brasil a reboque dos acontecimentos, sem perspectivas concretas de retomada do desenvolvimento. Como se observa é uma tarefa hercúlea, porém não impossível.

É PROMISSOR o fato de lideranças do setor produtivo se mobilizarem numa tentativa de convencer parlamentares a separar a questão política da econômica. O processo de impeachment tende a ser demorado, independentemente das controvérsias jurídicas e das motivações políticas que o cercam, nada ficará resolvido até o ano que vem. E o país não pode esperar tanto tempo para sair do imobilismo em que se encontra,

OS LÍDERES políticos e do setor privado têm, sim, condições e mesmo o dever de definir um rumo para o país, independentemente da decisão final a ser tomada mais à frente pelo Congresso. Assim é que o parlamento deve proceder, debatendo democraticamente o pedido de afastamento da presidente, como manda a legislação, mas tocando com responsabilidade uma pauta da qual depende em muito a agenda econômica.

O GOVERNO precisa se mostrar em condições de administrar e, principalmente, de contribuir para devolver aos cidadãos uma perspectiva de saída da crise, do desemprego e da inflação. Evitar a continuidade de uma recessão tão drástica quanto a de 2015 no próximo ano é um desafio de todos, não apenas de uma administração no auge da crise. A tarefa não será nada simples, mas só um governo forte pode ter mais chances de reverter o atual cenário catastrófico no campo econômico.

A HORA É DE assumir esta responsabilidade, particularmente para quem tem o dever de enxergar o que precisa ser levado adiante no âmbito político, com base na Constituição. E, simultaneamente, o que deve ser posto em prática, de imediato, na área econômica, pelo bem de todos.

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