Secretaria Estadual de Obras fará vistoria em encostas na Vilage

Trabalhos foram paralisados em novembro de 2016; casas na localidade ainda aguardam demolição
terça-feira, 21 de março de 2017
por Dayane Emrich
Segundo moradores, obras tiveram início em abril de 2016, mas foram interrompidas no fim de novembro (Foto: Henrique Pinheiro)
Segundo moradores, obras tiveram início em abril de 2016, mas foram interrompidas no fim de novembro (Foto: Henrique Pinheiro)

A Secretaria de Obras do Estado do Rio de Janeiro (Seobras) informou no início da noite da última segunda-feira, 20, que irá vistoriar as obras em três encostas no bairro Vilage, na região central de Nova Friburgo. A decisão foi anunciada após a equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA — que esteve no local também na segunda-feira — relatar na edição desta terça-feira, 21, alguns dos problemas enfrentados por quem vive no bairro.

De acordo com os moradores, as obras, de responsabilidade do governo estadual, para a recuperação de encostas atingidas pela tragédia de janeiro de 2011 tiveram início em abril de 2016, mas foram interrompidas no fim de novembro. “Os operários trabalharam aqui cerca de sete meses e depois abandonaram a obra. Colocaram apenas os ‘grampos’, mas não puseram a manta ou cimento. Toda vez que chove mais forte a água entra na minha casa”, disse o agente de endemias, Antônio Borges, de 66 anos, que mora na Rua Lázaro Mateus Garcia, onde houve um deslizamento.

Segundo a Seobras, as obras de contenção de encosta na localidade estão paralisadas em razão da crise financeira que assola o Estado e não há data para serem retomadas. Em nota a secretaria informou que: “Há uma expectativa de que, com a assinatura do acordo de recuperação fiscal, e a consequente entrada de novos recursos, venhamos a dar continuidade, a médio prazo, aos projetos que hoje estão paralisados. Técnicos da Secretaria de Estado de Obras fazem visitas regulares nos empreendimentos. Diante das reclamações, informamos que será realizada vistoria no local para apurar o relatado pela reportagem”, diz trecho do texto.

Outro problema relatado pela reportagem foi o atraso na demolição das residências também atingidas durante as fortes chuvas de 2011. Além do perigo de desmoronamento, já que as construções foram comprometidas, há risco de transmissão de doenças, devido ao acúmulo de água parada e a consequente proliferação de mosquitos na área. Sobre o assunto, a pasta informou que todas as demolições previstas no contrato já foram realizadas.

Nossa equipe entrou em contato com a Prefeitura de Nova Friburgo na última segunda-feira e na terça-feira, 21, através da Subsecretaria de Comunicação Social, para saber se a demolição das residências é de responsabilidade do governo municipal, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

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Seis anos após a tragédia, casas interditadas ainda não foram demolidas (Foto: Henrique Pinheiro)
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TAGS: Vilage | pós-tragédia
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