Sarampo também é grave: pode matar, explica médica

Não importa o que digam os pediatras: orientação do Ministério da Saúde é vacinar
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
Vacinação contra sarampo e pólio no posto do Suspiro (Arquivo AVS)
Vacinação contra sarampo e pólio no posto do Suspiro (Arquivo AVS)

Assim como a poliomielite pode provocar a temida paralisia infantil, a médica pediatra Renata Salgado explica que o sarampo também pode causar muitas complicações, como pneumonia, otite, cegueira e encefalite, que pode levar à morte. “É uma doença extremamente grave, extremamente contagiosa”, afirma.

Fabíola Braz Penna, subsecretária  de Vigilância em Saúde, diz que tem recebido das unidades de saúde relatos de pessoas dizendo que os próprios pediatras afirmam que quem já está com a vacinação em dia não precisaria tomar outra dose. Mas a orientação do Ministério da Saúde não é essa, lembra ela, frisando que todas as crianças de 1 a 4 anos têm que ser vacinadas, independentemente de já terem sido ou não. “O objetivo da campanha é completar o esquema de vacinação de quem não tomou todas as doses e dar uma dose de reforço para quem já se vacinou completamente (ou seja, tomou todas as doses necessárias à proteção)”, explicou.

Segundo ela, crianças de 1 a 4 anos são as mais vulneráveis. “De quatro em quatro anos o ministério faz a vacinação indiscriminada para a poliomielite e este ano incluiu a vacina contra o sarampo devido à reintrodução do vírus no Brasil”, explica a subsecretária.

Fora do período da campanha, que termina neste sábado, todas as pessoas até 49 anos de idade podem se vacinar. Mas, para esse público, deve ser considerado o histórico vacinal: duas doses comprovadas até os 29 anos e pelo menos uma dos 30 aos 49.

Em entrevista para A VOZ DA SERRA no fim de agosto, a coordenadora de Imunização da Secretaria municipal de Saúde, Ana Paula Lessa, explicou que a campanha contra o sarampo já estava prevista para evitar a reintrodução do vírus no Brasil, vindo da Europa, mas a doença acabou chegando antes. Com a baixa cobertura vacinal, a população inteira fica vulnerável. Já a campanha anual contra a pólio é importante para o Brasil continuar sem casos, já que o vírus ainda circula em vários países e hoje as pessoas viajam muito.

Segundo ela, se Friburgo conseguir uma cobertura vacinal alta, a doença não entra: é criada uma barreira. A meta é alta porque os 95% vacinados protegem os 5% que não podem tomar a vacina. Ana Paula lembrou ainda que vacinar é uma obrigação dos pais e um direito da criança. “O descaso é alto porque os adultos não conhecem mais essas doenças, como são sofridas, as sequelas que deixam. Nossos avós conhecem a poliomielite. Os pais das crianças de hoje não. Sarampo mata, houve óbitos de crianças no Brasil fora da faixa etária alvo (1 a 4 anos): são aqueles 5% que os 95% deveriam proteger”, afirmou.

 

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