Saída fora de hora

sexta-feira, 05 de janeiro de 2018
por Jornal A Voz da Serra

A DESCULPA de que estava saindo do governo para concorrer às eleições deste ano não convenceu. O ministro Ronaldo Nogueira, do Trabalho, poderia ter deixado para sair do governo mais adiante, dentro do prazo para se desincompatibilizar.

MAIS EXPRESSIVO foi o momento, em seguida à divulgação pelo Caged (o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho) de que o país, em novembro, fechou 12.292 vagas de trabalho com carteira assinada. Apesar de novembro ser, tradicionalmente, um mês “negativo”, o número surpreendeu.

O PAÍS vinha de sete meses seguidos com mais contratações que demissões. O mês empregou 1,11 milhão e demitiu 1,12 milhão de trabalhadores. Comparando com os novembros de 2015 e 2016, com, respectivamente, menos 130 mil e menos 116 mil, foi quase nada.

O SALDO de janeiro a novembro, no entanto, é positivo. Foram criados quase 300 mil empregos com carteira assinada, o que demonstra que a recuperação, embora lenta, vem acontecendo. Empregar é o último ato que ocorre ao empregador quando decide investir.

APESAR da saída do ministro, as expectativas do ministério com relação à reforma trabalhista que acaba de ser implantada, de que poderá gerar dois milhões de novos empregos em 2018, estão valendo. Está muito cedo ainda para a reforma produzir efeitos.

O MINISTRO deveria ter acabado seu trabalho. Ele foi o autor da portaria que mudava a definição de trabalho escravo e que foi suspensa pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. E que agora tem um contrato sob suspeita de irregularidades denunciado pela Controladoria Geral da União.

O BRASIL não ficará, no entanto, sem ministro do Trabalho. Já tem outro quadro do PTB de Roberto Jefferson: sua filha, a deputada federal Christiane Brasil.

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