Retratos da crise

segunda-feira, 11 de abril de 2016
por Jornal A Voz da Serra
Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio de Janeiro (Foto: Wikicommons/CC0)
Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio de Janeiro (Foto: Wikicommons/CC0)

A GRAVE CRISE econômica que se alastra no Estado do Rio desde o ano passado produz feitos negativos também em Nova Friburgo. Afinal, somos governados pelos mesmos gestores e sofremos as mesmas agruras financeiras por dependermos dos cofres públicos para a realização de inúmeras atividades. 

OBRAS PARALISADAS e greves no funcionalismo fazem parte do cotidiano friburguense, sem que exista alguma perspectiva de melhoria no curto prazo. Não existe dinheiro em caixa para fazer frente às despesas devido à baixa arrecadação e da redução drástica dos recursos provenientes do governo federal, que também se vê sem dinheiro. O quadro é desalentador.

EXEMPLO DESSA crise é a obra de recuperação das margens do Rio Bengalas no distrito de Conselheiro Paulino, que se arrasta há um bom tempo, dependendo do pagamento de indenizações de famílias para poder avançar. Conforme noticiamos em nossa edição do último fim de semana, quase 60 famílias ainda dependem de negociação para se transferirem e assim permitir o avanço da obra. Contudo, falta dinheiro para as indenizações.

OUTRA OBRA que se arrasta é a de contenção da margem do Rio Santo Antônio, na Avenida Campesina Friburguense, interrompida por falta de verbas e sem prazo definido para a sua conclusão. Sua interrupção coloca em risco a trafegabilidade da via, frustrando qualquer planejamento do trânsito para desafogar o saturado movimento de veículos da Rua Moisés Amélio, sem falar na circulação de pedestres e moradores. Poderíamos falar também da obra de reforma da Praça das Colônias, feita com verba do governo federal, no Suspiro, que retarda a plena utilização do Corredor Cultural, com evidentes prejuízos para o turismo municipal.

COMO SE NÃO bastassem as obras paralisadas, a greve no funcionalismo público, sendo a dos professores estaduais a principal delas, altera a rotina de milhares de famílias, prejudicando a enorme gama de estudantes, sem falar no prejuízo causado aos funcionários, com reflexos na atividade econômica do município devido ao atraso nos salários. Além da educação, a greve no Detran e na polícia civil completam o quadro de dificuldades no município. 

SEM LUZ NO fim túnel, o governo estadual se desdobra para tentar manter um calendário de pagamentos, sem, contudo, responder à altura das necessidades. Para o funcionalismo, restam as contas, com juros, multas e correção monetária. Ao governo, resta repensar a estratégia de crescimento do estado, com uma revisão de suas metas, incentivando novas áreas produtivas, para reverter a crise e oferecer à população dias melhores. A “oleodependência” já vitimou muitas cidades fluminenses. Nova Friburgo não pode também correr este risco.

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