Redução no preço do gás ainda não chegou ao consumidor

Novos preços nas refinarias passaram a valer nesta segunda
terça-feira, 06 de agosto de 2019
por Jornal A Voz da Serra
Redução no preço do gás ainda não chegou ao consumidor

A Petrobras anunciou que, desde segunda-feira, 5, o preço do botijão de gás residencial (GLP) caiu 8,16% passando a custar R$ 24,06 para as distribuidoras. Desde maio, o preço da unidade de 13 quilos era vendido a R$ 26,20, chegando ao consumidor final, em Friburgo, entre R$ 65 e R$ 75. Essa foi a primeira queda, este ano, na cotação do GLP residencial, que tem sido reajustada a cada três meses, para, segundo a petroleira, suavizar impactos da volatilidade no mercado externo sobre os valores domésticos.

Os valores anunciados pela Petrobras representam o custo sem adição de impostos para venda do botijão às distribuidoras. Vale ressaltar que o repasse dos preços ao consumidor final depende das estratégias das distribuidoras e revendedoras.

Em Nova Friburgo, por exemplo, o gás de cozinha tem sido vendido, em média, entre R$ 65 e R$ 68 (se comprado nos depósitos) e R$ 75 (para entrega em domicílio). A reportagem de A VOZ DA SERRA entrou em contato ontem com seis distribuidoras da cidade, mas nenhuma delas tinha previsão de quando a redução no preço chegará ao consumidor final. No entanto, a expectativa é de que a redução no preço não chegue a 5%, menos que o previsto pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás).

“Quando ouço falar em redução nos preços, só acredito vendo. Tenho o costume de comprar gás no início do mês, assim que recebo meu salário. Mas, por via das dúvidas, vou esperar pelo menos mais uma semana para ver se essa queda no preço chega mesmo até nós consumidores”, disse a dona de casa, Shirley Portela.

O cálculo do preço do gás

Ainda de acordo com a Petrobras, o preço de venda do gás de cozinha é formado pela média das cotações do gás butano e propano no mercado europeu, com o acréscimo de uma margem de 5%, e pela cotação do câmbio. De acordo com a Petrobras, o Sindigás, que reúne as companhias do setor, disse que a queda do GLP residencial deve oscilar entre 6,5% e 12%, dependendo do local.

Na semana passada, a estatal anunciou também a queda de 9,8% no preço do GLP para uso industrial e residencial. Para o Sindigás, o recuo pode chegar a 17%, dependendo do polo de suprimento. Mas, apesar disso, o Sindigás lembra que a Petrobras está praticando um ágio de 31% em seus preços em relação ao preço do mercado internacional. Na avaliação do Sindigás, "esse ágio vem pressionando ainda mais os custos de negócios que têm o GLP entre seus principais insumos, impactando de forma crucial empresas que operam com uso intensivo de GLP".

A redução nos preços do gás faz parte do programa "Choque de Energia Barata" prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que, segundo ele, se dará pela abertura do mercado, especialmente com a quebra do monopólio da distribuição de gás. Em abril, Guedes projetou que os preços do GLP residencial possam cair pela metade em "um ano e meio ou dois" com as medidas do governo.

No entanto, um estudo da Secretaria de Avaliação de Políticas Públicas do Ministério da Economia avalia que o programa não será capaz, sozinho, de reduzir o preço do botijão de gás. O estudo do ministério conclui que há "necessidade de medidas adicionais na regulação do mercado de GLP, para que haja um fortalecimento da concorrência, potencializando os efeitos benéficos do choque de oferta de gás natural para os consumidores do botijão de gás de cozinha".

 

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