Queda preocupante

terça-feira, 07 de julho de 2015
por Jornal A Voz da Serra

A PRESIDENTE da República precisa mostrar-se capaz de conciliar a dureza de um ajuste necessário para corrigir erros de gestão com a capacidade de reconquistar a confiança dos brasileiros. Sua queda vertiginosa da popularidade, que iniciou o seu segundo mandato com 56% de aprovação e agora tem o governo avaliado como bom e ótimo por apenas 9% da população, deve-se a razões que viraram motivo de aflição para os brasileiros. 

O DESGASTE da mandatária, comparável apenas ao do final do governo José Sarney, em julho de 1989, reflete prioritariamente a degradação da economia e as consequências de escândalos como o da Petrobras na política. Como, nos dois casos, a tendência é de a situação se agravar ainda mais, o resultado só pode ser visto como preocupante, exigindo ações firmes e imediatas por parte do poder público. 

EM MEIO À CRISE que enfrenta nos campos político e econômico, a avaliação negativa do governo petista atingiu os piores níveis de um presidente eleito. Só a presidente conseguiu resultado tão desfavorável após o fim da ditadura militar, segundo os dados da pesquisa CNI-Ibope divulgada semana passada.

O PERCENTUAL da população que considera o governo Dilma como ruim ou péssimo aumentou de 64% na última pesquisa, em março deste ano, para 68% na atual sondagem. A desaprovação de sua maneira de governar subiu de 78% na anterior para 83% nesta. 

O QUE DEIXA a população temerosa e a leva a rejeitar o governo, como indica a pesquisa CNI-Ibope, são as dificuldades econômicas, percebidas mais nos preços altos, no crédito caro e escasso e no temor do desemprego. E esses são problemas que ainda tendem a se aguçar com o ajuste fiscal. 

NESSE CENÁRIO, a fragilidade política do governo torna-se uma preocupação adicional. Os primeiros esforços oficiais para criar uma agenda positiva, com ênfase em programas de impacto popular, ainda são insuficientes para dissipar ou mesmo para atenuar o pessimismo. O governo precisa fazer mais. 

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