O CENÁRIO educacional brasileiro vai de mal a pior. Greves de professores pipocam por muitos estados. No Paraná, após a pancadaria policial, os mestres continuam parados. Em Santa Catarina, 100 mil alunos estão sem aulas há 43 dias. Movimento grevista também acontece no Pará e em Pernambuco. Em São Paulo, os professores travam uma batalha com o governo Alckmin que perdura desde o dia 16 de março.
DEPOIS DE UM período de trapalhadas e desculpas esfarrapadas, o Ministério da Educação admite agora que o caso polêmico do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) deve-se mais à falta de dotações orçamentárias para novos contratos do que a problemas técnicos que os alunos vinham encontrando para renovar os já existentes.
A CONFUSÃO compromete o conceito e a promessa da presidente Dilma Rousseff de que o Brasil passaria a ser uma Pátria Educadora neste seu segundo mandato. A transparência a que recorreu agora o ministro Renato Janine Ribeiro teria evitado problemas maiores se tivesse sido adotada há mais tempo. Ao acenar com a alternativa do Fies, o governo federal criou uma expectativa entre os brasileiros de menor renda de que o acesso a cursos de nível superior em universidades privadas seria facilitado.
NUM CENÁRIO de recursos escassos, evidentemente não faz sentido o poder público contemplar todos os interessados. O próprio MEC deu-se conta disso, ao aperfeiçoar os critérios de concessão do benefício. Os estudantes, porém, poderiam ter sido poupados da tensão de não conseguir renovar o crédito e, agora, da frustração e revolta diante da admissão de falta de recursos para novos contratos.
EM QUALQUER país, particularmente no Brasil, educação tem que ser prioridade. Se não há recursos para um programa da importância do Fies, que pelo menos não se engane a população. A propalada Pátria Educadora proposta pelo governo petista, infelizmente, está longe de ser alcançada. Andamos de marcha a ré na educação, para prejuízo de toda a população, no presente e no futuro. Afinal, que país é este?
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