A Prefeitura de Nova Friburgo terminou na terça-feira, 3, a transferência das madeiras extraídas dos eucaliptos cortados mês passado na Praça Getúlio Vargas da Serraria Melodia, no distrito de Conselheiro Paulino, para a sede da Empresa Brasileira de Meio Ambiente (EBMA), na rodovia RJ-130 (Nova Friburgo-Teresópolis), em Córrego Dantas. A operação começou na manhã da última sexta-feira, 27 de fevereiro, e contou com o apoio operacional de cinco caminhões e uma máquina retroescavadeira. As madeiras foram numeradas e catalogadas por tamanho e espessura pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Semmadus).
Em nota, a Secretaria Municipal de Defesa Civil informou ontem, 4, que, ao todo, foram transferidas 78 toras, dez caminhões de lenha e 13 pranchões de madeira para um depósito da EBMA, empresa que realiza a coleta de lixo doméstico em Nova Friburgo. "As madeiras serão inventariadas, avaliadas e selecionadas, e aquelas que estiverem em ideais condições serão destinadas à execução do projeto vigente. Outras que não se enquadrem nessa possibilidade, mas que tenham valor cultural, serão destinadas à população que queira utilizá-las para trabalhos artesanais. E, por fim, as últimas que não se acomodarem em nenhuma das perspectivas expostas serão levadas a leilão, para que populares que queiram se valer delas para alguma finalidade possam fazer uso da melhor forma”, diz o texto.
Desde o início das atividades de poda e cortes de árvores realizadas na Praça Getúlio Vargas, em 17 de janeiro, as madeiras estavam sendo depositadas na sede da Serraria Melodia, empresa que realiza a operação no local. A pressão dos manifestantes que criticam a maneira como as atividades são executadas pelo governo municipal pode ter sido o motivo para a transferência das madeiras. A Prefeitura, entretanto, não confirma a informação. "Os troncos das árvores se encontravam na madeireira provisoriamente, até que fosse escolhido um local definitivo para o armazenamento”, informa outro trecho da nota.
Operação de corte e poda continua paralisada
Ontem, 4, a Prefeitura promoveu uma reunião com representantes do governo municipal, da Universidade Estácio de Sá, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Ministério Público Federal para discutir o projeto de revitalização paisagística da Praça Getúlio Vargas. No entanto, até o fechamento desta reportagem, nenhuma informação sobre o teor da reunião havia sido divulgada pela Subsecretaria de Comunicação Social da Prefeitura.
Em entrevista na semana passada, o secretário da Casa Civil, Edson Lisboa, disse que a operação de poda e cortes deve recomeçar ainda em março, após uma audiência pública que ainda será agendada para apresentar o projeto à população. Ele disse que a Prefeitura está autorizada a realizar intervenções nas árvores da praça apenas em "casos emergenciais, de necessidade”. A operação está paralisada desde início de fevereiro.
Integrantes do grupo "Abraço às árvores – SOS Praça Getúlio Vargas” continuam afirmando que a Prefeitura não dialoga com os manifestantes. Em manifesto disponibilizado na internet, o grupo afirma que "o serviço está sendo realizado sem os pré-requisitos democráticos e técnicos, que envolvem diálogo, transparência nas informações, debates em audiências públicas sobre a proposta do projeto de revitalização e a utilização de procedimentos técnicos apropriados à manutenção do patrimônio”. O prefeito Rogério Cabral, por outro lado, afirma que a Prefeitura tem fornecido as informações solicitadas pelos órgãos fiscalizadores e a imprensa, bem como recebido manifestantes contrários à ação na praça para esclarecer as dúvidas.
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