População de Friburgo poderá trocar lixo eletrônico por produtos

Interessados devem levar os equipamentos e fazer cadastro durante campanha da UFF na Praça Dermeval Barbosa
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
por Jornal A Voz da Serra
População de Friburgo poderá trocar lixo eletrônico por produtos

Os moradores de Nova Friburgo poderão trocar lixo eletrônico, como telefones celulares, tablets, carregadores, notebooks e outros periféricos de computador velhos ou quebrados, entre outros, por produtos em lojas da cidade. Os interessados devem entregar os equipamentos e fazer um cadastro, nesta quarta, 23, e na sexta-feira, 25, durante o lançamento do projeto Reciclotron, que terá um estande na Praça Dermeval Barbosa Moreira, das 9h às 18h.

Durante o lançamento do projeto, de iniciativa do Instituto de Saúde de Nova Friburgo (ISNF), unidade de ensino superior da Universidade Federal Fluminense (UFF), será instalada uma caçamba para recolhimento de todo o lixo eletrônico. A campanha tem o objetivo de incentivar a reciclagem, estimular atitudes sustentáveis, para a proteção do meio ambiente, e promover ações de inclusão digital, com a recuperação dos resíduos doados para a montagem de salas de informática, cyber café e de realização de cursos de arte, robótica e impressão 3D.

“As pessoas vão entregando os equipamentos eletrônicos inutilizados e vão acumulando pontos conforme uma tabela padrão do Clube Reciclopontos. Cada parceiro comercial tem uma tabela de pontuação. Depois é só trocar pelos produtos correspondentes nas próprias empresas ou sites”, explicou Claudio Fernandes, professor da UFF responsável pelo projeto Reciclotron, ressaltando que aparelhos grandes, como televisão, computadores e impressoras, poderão ser entregues, durante 12 meses, na sede do ISNF, que fica na Rua Silvio Henrique Braune, 22, Centro.

Semana de Ciência e Tecnologia

O lançamento do projeto é parte das comemorações da 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Em 2019, o tema do evento, que será realizado em todo o Brasil, até o próximo domingo, 27, é “Bioeconomia: diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável”.

De acordo com o MCTIC, a “bioeconomia é o resultado de uma revolução inovativa na área das ciências biológicas relacionada à invenção, ao desenvolvimento e ao uso de produtos e processos biológicos nas áreas da biotecnologia industrial, da saúde humana e da produtividade agrícola e pecuária”.

Empresas interessadas em participar do clube de pontos devem enviar e-mail para claudiofernandes@id.uff.br. Outras informações podem ser obtidas pelo mesmo e-mail.

120 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano

O nível de produção de lixo eletrônico global deverá alcançar 120 milhões de toneladas ao ano, até 2050, se as tendências atuais permanecerem, de acordo com relatório da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (Pace) e da Coalizão das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico, divulgado em Davos, Suíça, em janeiro deste ano.

O relatório revelou que o valor anual de lixo eletrônico global é superior a 62,5 bilhões de dólares, mais que o PIB de muitos países. Mais de 44 milhões de toneladas de lixo eletrônico e elétrico foram produzidas globalmente em 2017 – equivalente a mais de seis quilos para cada habitante do planeta. 

Menos de 20% do lixo eletrônico é formalmente reciclado, com os 80% restantes indo para aterros ou sendo informalmente reciclados – em grande parte manualmente em países em desenvolvimento, expondo trabalhadores a substâncias perigosas e cancerígenas como mercúrio, chumbo e cádmio. A presença de lixo eletrônico em aterros contamina o solo e os lençóis freáticos, colocando em risco sistemas de fornecimento de alimentos e recursos hídricos.

De acordo com o relatório, além de impactos à saúde e poluição, gestão imprópria de lixo eletrônico está resultando em uma perda significativa de materiais brutos escassos e valiosos, como ouro, platina, cobalto e elementos terrestres raros. Até 7% do ouro do mundo podem estar atualmente em lixos eletrônicos, com 100 vezes mais ouro em uma tonelada de lixo eletrônico do que em uma tonelada de minério de ouro.

No relatório, membros da Pace e da Coalizão da ONU sobre Lixo Eletrônico, incluindo a ONU Meio Ambiente, o Fundo Mundial para o Ambiente, o Fórum Econômico Mundial e o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável pedem uma inspeção do sistema atual de eletrônicos, enfatizando a necessidade de uma economia circular na qual recursos não sejam extraídos, usados e descartados, mas avaliados e reutilizados de maneira que minimize impactos ambientais e crie empregos decentes e sustentáveis.

Para ajudar a responder ao desafio do lixo eletrônico global e alcançar a oportunidade de economia circular, o governo da Nigéria, o Fundo Mundial para o Ambiente e a ONU Meio Ambiente anunciaram, por ocasião do evento em Davos, um investimento de 2 milhões de dólares para dar início a uma indústria formal de reciclagem de lixo eletrônico na Nigéria, país que é um dos principais destinos mundiais de lixo eletrônico. A Nigéria recebe anualmente 71 mil toneladas de bens de consumo usados, ​​em dois de seus principais portos. Os produtos vêm de países da União Europeia e de outras economias mais industrializadas.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), até 100 mil pessoas trabalham no setor informal de lixo eletrônico na Nigéria. O investimento irá ajudar a criar um sistema que formaliza estes trabalhadores, dando a eles empregos seguros e decentes, enquanto ao mesmo tempo captura o valor latente nas 500 mil toneladas de lixo eletrônico despejadas na Nigéria todos os anos.

“A ONU Meio Ambiente está orgulhosa em apoiar esta parceria inovadora com o governo da Nigéria e com o Fundo Mundial para o Ambiente e apoiar os esforços do país para dar início a um sistema circular de eletrônicos. A sobrevivência de nosso planeta irá depender de como retemos o valor de produtos dentro do sistema ao aumentar suas vidas úteis”, disse a diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente, Joyce Msuya. (Fonte: Nações Unidas - Brasil)

 

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