Palco de eventos, Dermeval Barbosa precisa de cuidados

Local receberá intensa programação nas comemorações do bicentenário, mas ainda requer manutenção
terça-feira, 03 de abril de 2018
por Dayane Emrich (dayane@avozdaserra.com.br)
População de rua, um dos problemas da Praça Dermeval Barbosa (Fotos: Henrique Pinheiro)
População de rua, um dos problemas da Praça Dermeval Barbosa (Fotos: Henrique Pinheiro)

Depois de passar pela Praça Getúlio Vargas; Marcílio Dias, no Suspiro, Lafayette Bravo, em Conselheiro Paulino; Sant’Ana, no Cônego; e Monsenhor Mielli, em Olaria, a última parada da série de A VOZ DA SERRA sobre as principais praças da cidade é a Dermeval Barbosa Moreira, no Centro. Às vésperas do bicentenário, a ser comemorado no próximo dia 16 de maio, a reportagem fez um “tour” pelo espaço e ouviu algumas das centenas de pessoas que transitam todos os dias pelo local.

Palco de diversos eventos da cidade -- como shows, feiras, exposições, entre outros -- a Praça Dermeval Barbosa Moreira possui ao longo de sua extensão inúmeras árvores, canteiros e pequenos gramados. Em seu perímetro está situado o Centro de Turismo de Nova Friburgo e há um chafariz que, quando em funcionamento, dá um charme a mais ao movimentado espaço.

Um dos cartões postais de Nova Friburgo, o lago da praça passou por uma reforma em maio de 2016, depois de sofrer anos com a falta de manutenção e o abandono. Na época, ele foi pintado e ganhou refletores e uma nova bomba d’água. Dois anos depois da revitalização, no entanto, o espaço voltou a ser alvo de reclamações, já que raramente é ligado.  

“Não sei para que ter um chafariz se ele nunca funciona. Não me lembro qual foi a última vez que o vi ligado. É um importante atrativo para quem vem visitar a cidade e para os próprios friburguenses”, disse a jovem Mariana Tavares, de 21 anos.

Outro problema destacado por quem costuma frequentar a praça é o uso dos bancos e jardins como ponto de encontro e de dormitório para moradores de rua e pessoas alcoolizadas. “Eu me sinto desconfortável e insegura ao passar por aqui ou até mesmo sentar nesses bancos. Embora nunca tenha acontecido comigo, conheço pessoas que relataram terem sido abordadas por moradores de rua de forma agressiva”, disse a professora Thaís Machado, de 32 anos.

E as queixas não param por aí. A utilização da praça como pista de skate é outro fato criticado pela comunidade. Além de tomar conta de um espaço destinado aos pedestres e frequentadores, alguns skatistas fazem manobras arriscadas em meio aos transeuntes e, por vezes, danificam o bem público, como acontece com bancos, rampas e o próprio chafariz do local. Por outro lado, para os jovens, o fato é uma consequência da ausência de espaços públicos adequados para a prática do esporte.

Entram também na lista de problemas relatados pelos frequentadores a falta de capina regular e cuidados com os jardins, a necessidade de mais bancos e ausência de um espaço coberto. “Falta manutenção. A praça é bonita, mas precisa de mais atenção. Os canteiros estão sem flores, as árvores sem poda e há trechos do calçamento bem irregulares”, disse o motorista Marcos Luiz Laurindo, de 49 anos, destacando: “A praça é um espaço de extrema importância para o turismo local. Aqui está situado o centro de turismo, onde os visitantes buscam informações. Por estar bem no centro da cidade, o local é um dos primeiros a ser visitado por turistas e, portanto, o responsável pela primeira impressão de quem chega à Friburgo”.

A equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA entrou em contato com a prefeitura para esclarecer as demandas da população. Em nota, o governo municipal respondeu que “está em fase de planejamento um projeto para revitalização do jardim, que deve acontecer em breve”. A nota da prefeitura informa ainda que, a respeito de novos bancos, pode ser estudada a possibilidade disso acontecer, mas frisa que os bancos que a praça possui atualmente, são os que constam no projeto de urbanização. A respeito de um espaço coberto na praça, não há um projeto específico para isso”.

Embora muitos friburguenses afirmam não ver o chafariz ligado, a prefeitura alega que o mesmo está funcionando normalmente. O governo municipal não se manifestou sobre a presença de moradores de rua no local.

A praça das homenagens

Na “Praça da Matriz”, como é popularmente chamada, estátuas de importantes figuras política de Nova Friburgo chamam a atenção. Uma delas, é claro, trata-se do seu patrono Dermeval Barbosa Moreira, o saudoso “Médicos dos pobres”, como tornou-se conhecido no passado e encontra-se em frente ao Centro de Turismo. No local, ao lado do chafariz, está também o busto de Dom João VI, fundador da Vila de Nova Friburgo.

Em frente ao Instituto de Educação (Ienf), em uma das alamaedas da praça, o destaque é o monumento em homenagem ao médico dr. Galdino do Valle Filho. No perímetro da praça há ainda a estátua do dr. Amâncio Mário de Azevedo, próximo ao sinal de trânsito perto da esquina da Rua Monte Líbano; o obelisco em memória ao Conde de Nova Friburgo e, na pracinha, ao lado do relógio, o busto do ex-prefeito José Eugênio Muller.

Outras referências na praça eram as estátuas em mármore de Carrara das quatro estações do ano. Por conta das inúmeras depredações que sofreram ao longo dos anos, agora, as esculturas do verão, outono, inverno e primavera estão expostas na Fundação Dom João VI, na Praça Getúlio Vargas, instituição que cuida do patrimônio histórico da cidade.

Obras só no papel

Mesmo sendo considerada ponto de referência para turistas e moradores, a Praça Dermeval não recebe obras de revitalização há algum tempo. Ao longo dos últimos anos, muitas foram as propostas de reforma do espaço, mas nenhuma delas foi efetivamente realizada.

Em 2013, durante o governo de Rogério Cabral, o então chefe do Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP) da prefeitura, Edson Lisboa, anunciou a revitalização do espaço. A promessa era instalar novo piso de concreto na área central e ampliar o chafariz, formando um projeto arquitetônico que circundaria o Centro de Turismo.

No projeto, a prefeitura pretendia instalar quiosques para comercialização dos produtos da cidade, como flores, cachaças artesanais, mel, e tantas outras iguarias que seduzem os turistas e os moradores; incrementar os jardins com flores e reformar o calçamento, nivelando-o para evitar a formação de poças d’água em dias chuvosos.

 

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