O legado da Supercopa SAF

Melhorias nos estádios, famílias nas arquibancadas, futebol amador forte, e muito mais
quinta-feira, 14 de julho de 2016
por Jornal A Voz da Serra
A final da Supercopa SAF, no Estádio Márcio Branco, Stucky (Foto: Lúcio Cesar Pereira)
A final da Supercopa SAF, no Estádio Márcio Branco, Stucky (Foto: Lúcio Cesar Pereira)

A quarta edição da Supercopa SAF teve o seu desfecho com o título do Vargem Alta no último fim de semana, mas o legado deixado pela competição vai perdurar por algum tempo. Além da movimentação socioeconômica em bairros e distritos onde as rodadas foram realizadas, os estádios dessas comunidades passaram por algumas melhorias para receber os jogos.

As diretorias de clubes como o Amparo, o Grêmio, de Conselheiro Paulino, Vargem Alta e São Lourenço, por exemplo, promoveram diversas obras nos últimos anos, impulsionados exatamente pelas vistorias e exigências feitas pelos organizadores da Supercopa.

“Desde o primeiro ano de competição, em 2013, um dos objetivos sempre foi esse. Fortalecer o esporte amador de Nova Friburgo, que estava um pouco sem motivação. Nós rodamos quase todos os bairros e campos de Nova Friburgo, e sempre pedimos aos responsáveis bons vestiários, alambrados e melhorias. É sim uma marca e um incentivo para essas praças esportivas”, destaca Jailson Silveira, um dos organizadores do evento e representante do grupo SAF, patrocinador do campeonato.

O principal torneio de futebol amador de Nova Friburgo reúne os campeões de bairros, distritos e convidados, e movimenta pelo menos 300 atletas a cada ano. Em 2016 foram disputadas 27 partidas, e as redes balançaram 87 vezes, uma média de 3,22 gols por jogo. O aparato técnico e os profissionais envolvidos com a parte operacional do evento ficam a cargo do município, enquanto praticamente todo o investimento em uniformes, arbitragem e outros materiais é feito pela empresa patrocinadora.

“Nós tivemos um dia de festa, um domingo maravilhoso na grande final, assim como foram todos os outros. Com certeza é muito gratificante. Sabemos que o investimento é alto nesses quatro anos, e abrimos mão de outras coisas na parte de marketing para patrocinar o campeonato. Mas vale a pena, é satisfatório e bom para a nossa marca”, afirma Jailson.

Com relação à edição de 2016, a avaliação feita é positiva. Neste ano, uma situação inédita movimentou os bastidores – a escalação de um jogador irregular pelo Corujão, que resultou na exclusão da equipe de Olaria do torneio -, mas os organizadores acreditam que tudo foi resolvido da melhor forma possível. “Foi sim, um sucesso. Tivemos alguns aprendizados. Esse ano houve uma nova oportunidade para aprendermos, mas conseguimos resolver todas as pendências. O resultado de uma forma geral é muito bom”, pondera.

Na avaliação do secretário de esportes de Nova Friburgo, professor Raul Marcos, os objetivos de movimentar o futebol amador da cidade e voltar a reunir a família nos estádios foram cumpridos durante as quatro edições da Supercopa. “Este evento é um grande sucesso, que desejamos renovar por muitos anos. O futebol é bom lugar para a família se encontrar aos domingos. E essa competição reúne mais de 300 atletas por ano, o que também é um ponto a ser considerado”, observa Raul Marcos.

Investimento, renome e base: os trunfos do Vargem Alta

Júnior, Edinho, Cabral, Adriano Felício, Da Silva e Gustavo. Jogadores de renome no futebol profissional, que deram um suporte diferenciado ao Vargem Alta durante a campanha do bicampeonato da Supercopa SAF. “Eles são o ponto de equilíbrio, e que podem resolver um jogo em cinco ou dez minutos. É um detalhe que desequilibra. Eles fazem a diferença. Não existe uma decisão fácil.”, reforça o técnico Juninho.

 Mas engana-se quem pensa que o investimento em atletas experientes e consagrados em grandes clubes do futebol brasileiro é o único trunfo do alvinegro da zona rural. O clube promove escolinhas de futebol na comunidade durante todo o ano, através de projeto social que contempla a localidade de Vargem Alta e adjacências. A partir desse trabalho, muitos atletas são selecionados para compor o grupo da equipe principal, que disputa a Supercopa e outros torneios pela cidade.

Dentro desse contexto, o elenco alvinegro deste ano contou com mais de 60% de jogadores com idade abaixo dos 23 anos. Todos eles vão representar o Vargem Alta em um torneio desta categoria a partir desta semana.

“Nós temos um projeto onde a garotada joga futebol de forma gratuita nas categorias sub-12, sub-15 e outras. Vamos participar de um campeonato sub-23, e 60% do elenco que jogou a Supercopa SAF vai ter idade para essa competição”, diz Juninho.

De olho na nova geração, o Vargem Alta procura reforços pontuais, e aposta em nomes de destaque no esporte nacional exatamente para atrair público aos jogos e promover a integração com os garotos. A receita parece render bons frutos: em quatro anos de Supercopa, o clube chegou a todas as decisões e faturou dois títulos.

“A cada ano precisamos colocar algo mais, buscar jogadores que encaixam no perfil. Esse ano nós tivemos jogadores rodados, conhecidos, mas sem vaidades. Foi um grupo muito unido, uma defesa muito segura. Sabíamos das dificuldades, e esse foi o quarto ano em que participamos e chegamos à decisão, e conquistamos dois títulos”, lembra o técnico.

Números da Supercopa SAF 2016

Total de jogos: 27
Gols marcados: 87
Média de gols por partida: 3,22
Melhor ataque: Corujão, 15 gols
Melhor defesa: Vargem Alta, 2 gols sofridos
Pior ataque: Isero e Cidade de Deus, 2 gols
Pior defesa: Unidos do Alto, 13 gols sofridos
Artilheiro: Márcio Éder (Corujão), 6 gols
Goleiro menos vazado: Fernando (Vargem Alta), 1 gol

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: Supercopa SAF | futebol amador
Publicidade