O fim de um pesadelo

quinta-feira, 30 de novembro de 2017
por Jornal A Voz da Serra

PODE ESTAR perto do fim a solução para uma questão que vinha se arrastando há décadas e que afetava o interesse de mais de um milhão de brasileiros, que entraram na Justiça para obter a correção contratada com os bancos por suas cadernetas de poupança.

POR ARTES de sucessivos planos econômicos executados pelo governo federal nas décadas de 80 e 90 para combater a inflação, o rendimento da poupança dessas pessoas foi reduzido, arbitrariamente. Num caso, a poupança chegou a ser sequestrada.

FOI COM o Plano Collor 1, em 1989, quando o hoje senador Fernando Collor de Mello era presidente da República, que o governo confiscou da população as aplicações acima de NCz$ 50 mil (cruzados novos), só as devolvendo depois de 18 meses.

AS MEDIDAS não surtiram efeito, e a inflação continuou galopante. Só veio a ser domada e controlada com o Plano Real, em 1994, quando Itamar Franco era presidente, e o governo preparou a sociedade para absorver a mudança.

AS PERDAS com os planos Bresser, Verão e Collor 1 e 2 foram parar na Justiça, em ações coletivas e individuais. Agora, se anuncia que os poupadores e os bancos, tendo a interveniência da Advocacia Geral da União e do Banco Central, chegaram finalmente a um acordo.

OS POUPADORES estimavam as perdas em R$ 50 bilhões. Vão receber R$ 11 bilhões em indenizações. Só terá direito quem tenha entrado na Justiça e venha a desistir do processo. O Supremo vai homologar o acordo, que valerá para todas as ações sobre essa questão ajuizadas no país.

O ACORDO encerra uma demanda desnecessária e desgastante. Apesar das boas intenções dos governantes da época, os planos econômicos malograram. O sacrifício exigido da população foi em vão. Isso acontece sempre que os governos se acham donos da verdade e a impõem a todos os cidadãos.

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