No futebol, as campanhas, os nomes e o histórico das equipes definem favoritos. Contudo, quando a bola rola, o esporte mais popular do planeta costuma surpreender seus amantes, e vez ou outra prega peças. Quem esperava encontrar facilidades nas quartas de final da Supercopa SAF se deparou com algumas dessas surpresas no último domingo, 26, no estádio Geraldo Leão, o conhecido Campo do Pastão, no distrito de Conselheiro Paulino. Houve equilíbrio em todos os duelos, com direito a perda de 100% e dois campeões avançando com o auxílio da letra do regulamento.
Uma prévia do que poderá acontecer no próximo domingo, 3, quando Corujão e Tio Dongo, às 10h45, e Vargem e Unidos do Alto, às 12h45, se enfrentam no estádio Marcio Branco, no Stucky, pelas semifinais da competição.
Vargem Alta 0x0 São Lourenço: emoção até a última bola
O único time 100% até então levava consigo a responsabilidade do favoritismo e a vantagem do empate. Mais do que isso: sem os badalados Edinho, Da Silva, Júnior e Adriano Felício, os garotos da casa precisavam provar que era possível manter o nível. Mas, do outro lado estava o São Lourenço. Desde o primeiro minuto, a equipe da zona rural mostrava que a goleada sofrida para o Tio Dongo, na rodada anterior, foi ponto fora da curva. O capitão Rodrigo, zagueiro até então, passou a atuar como centroavante. E foi através de duas faltas cobradas por ele que o São Lourenço assustou a meta adversária.
John, do Vargem Alta, fez o xará Kennedy trabalhar na meta do time alvianil. A bela defesa de Fernando, aos 30 minutos, foi um dos poucos momentos de inspiração na equilibrada primeira etapa. A sensação era de que a decisão da vaga esteve totalmente em aberto.
De fato, o Vargem Alta parecia mais inteiro na etapa final. O alvinegro da zona rural esboçou uma pressão nos minutos iniciais, e colocou John Kennedy para trabalhar em pelo menos três oportunidades. Aos 12 minutos, o goleiro apenas torceu na finalização de Lenilson, à direita. O São Lourenço, em busca da vitória, abriu um pouco mais a equipe e proporcionou espaços para o adversário jogar.
De fato, a equipe azul parecia jogar por uma bola, que poderia surgir, por exemplo, a partir de levantamentos para a grande área — e foram muitos —, um lampejo do camisa 10 Diogo ou através de uma cobrança de falta. Rodrigo acertou a barreira em uma delas. Aos 41 minutos, já nos acréscimos, a última oportunidade na bola parada, bem perto da meia lua da grande área.
Dessa vez Rodrigo cedeu a vez, e a cobrança passou longe do gol. Alívio e festa do Vargem Alta após o apito final. Por ter melhor campanha, o alvinegro avançou com o empate para mais uma semifinal de Supercopa SAF.
Unidos do Alto 3 x 1 Amparo: festa no Alto de Olaria
Era difícil apontar um favorito entre Unidos do Alto e Amparo. Se o primeiro não contava com alguns atletas que não compareceram, o segundo teria que lidar com a ausência dos suspensos, dentre eles, o artilheiro João Gabriel. Esperança de gols do Alto, Willian parecia demorar um pouco para se acostumar com as dimensões do campo. Foram três impedimentos em sequência, mas que ilustraram quem tomou a iniciativa do jogo.
Já o Amparo tentava cadenciar a partida, tornando o duelo um tanto quanto amarrado até os 30 minutos. Muita disposição, pouca inspiração e vários cartões amarelos. Uma dessas jogadas mais fortes, dignas de punição, aconteceu dentro da área do Amparo. Pênalti assinalado, cobrado e convertido por Luciano aos 32.
No entanto, quando a vantagem do time do Alto de Olaria parecia assegurada, um escanteio devolveu a igualdade ao marcador: a defesa não conseguiu cortar, e Luiz Eduardo apareceu para fazer 1 a 1.
Movimentado, o segundo tempo prosseguia igualmente equilibrado e com pouca emoção. Um erro poderia ser fatal: aos 18 minutos, Lucas recuou mal e a bola sobrou limpa para o atacante alvinegro, que acabou se precipitando e batendo por cima. As alterações pouco mudaram o panorama, e o momento decisivo aconteceu aos 33 minutos: uma saída afobada do goleiro alvinegro resultou em pênalti para o Unidos do Alto, convertido por Cristian.
De quebra, o camisa um foi expulso, tornando a reação do Amparo mais difícil. O golpe de misericórdia veio aos 40 minutos, dos pés de Thiago, selando o 3 a 1 e a classificação da equipe do Alto de Olaria.
Corujão 2 x 2 Unidos da Ponte: As aparências enganam...
Bicampeão, invicto, com a vantagem do empate... O cenário ficou ainda mais favorável quando, com 12 minutos de jogo, Marcinho aproveitou as duas oportunidades que teve e fez 2 a 0 para o Corujão. Do outro lado estava o Unidos da Ponte, debutante na Supercopa SAF, que não teve um caminho tão tranquilo quanto o do adversário na primeira fase para chegar às quartas de final. Duelo definido rapidamente, certo? De maneira alguma.
O Unidos da Ponte sentiu os dois gols, assimilou rapidamente e logo voltou para o jogo. À base da disposição e do talento de alguns de seus atletas, a equipe da Ponte da Saudade não se intimidou e cresceu na partida. Depois de pressionar o adversário, o Unidos alcançou o empate com os gols de Alan e Natan.
Contudo, no fim das contas, ainda faltou um gol. A vantagem do empate favoreceu ao Corujão, que segue firme na briga pelo tricampeonato.
Juventude 0 x 2 Tio Dongo: E o Tio chegou...
O Tio Dongo precisava vencer o São Lourenço para avançar às quartas de final. E assim o fez, conquistando aquele que foi apenas o primeiro triunfo na competição. Jogar em desvantagem não parece ser motivo de pressão para o time de Conselheiro Paulino. Se o Juventude jogava por empate, o Tio Dongo estava em casa e fez valer o conhecimento de cada espaço do Pastão. Com gols de Lucas e Jonathan, a equipe estreante no torneio despachou o alviverde de Olaria e está nas semifinais da Supercopa SAF.
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